Estudos taxonômicos e paleoecológicos dos foraminíferos e ostracodes do aptiano/albiano da formação romualdo da bacia do araripe, sítio canastra, NE-Brasil

• Autor(a) principal: Santos, Jefferson Gomes de Sousa
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30493
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Ingressão marinha; Foraminíferos; Ostracodes

A Bacia sedimentar do Araripe localiza-se no Nordeste do Brasil entre os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, apresentando arcabouço estratigráfico constituídos por sedimentos depositados durante o rifteamento da Gondwana. Caracteriza-se como importante depósito fossilífero e resguarda informações paleontológicas e paleoambientais relevantes para a compreensão da abertura do Oceano Atlântico através dos registros de ingressões marinhas durante o Aptiano-Albiano do período Cretáceo da Era Mesozoica. A Formação Romualdo é uma das unidades estratigráfica que compõe a Bacia Sedimentar do Araripe e apresenta uma grande riqueza de (micro)fósseis e seus vestígios. O objetivo desse trabalho foi identificar os microfósseis presentes no afloramento Canastra e inferir informações paleoambientais e paleoecológicas sobre as incursões marinhas durante o Aptiano/Albiano da Bacia do Araripe. Foram coletadas 14 amostras na porção sudoeste da Bacia do Araripe, no sítio Canastra localizado em Araripina/PE. A preparação do material se deu a partir da desagregação e pesagem de 100 g das amostras, imersas em peróxido de hidrogênio (H2O2) a 29% por 24 horas, em seguida, lavadas em peneiras de #250, #125 e #0,062 mm, colocadas na estufa até 60°C para secagem e por fim, realização da triagem. Foi possível encontrar 7.770 microfósseis, sendo 221 (2,8%) foraminíferos e 7.549 (97,2%) ostracodes. As amostras que apresentaram maior abundância foram: 0.5 m (819), 0.6 m (1030) e 0.8 m (959). As espécies de foraminíferos encontradas foram: Astacolus sp., Astacolus sp. 1, Agathammina sp. 1, Agathammina pusilla, Bathysiphon sp., Conorboides minutíssima, Miliolinella sp. 1, Pseudonodosaria sp., Quinqueloculina sp., Rhabdammina sp., Spirosigmoilina sp. 1 e Spirosigmoilina rajkae?.e de ostracodes: Alicenula sp. 1, Alicenula sp. 2, Cyprídea sp., Damonella sp. 1, Damonella grandiensis, Damonella ultima, Dicrorygma cf. minuta, Ilyocypris sp. 1, Ilyocypris sp. 2, Mantelliana sp. 1, Mantelliana speculum, Mongolianella sp. 1, Mongolianella sp. 2, Mongolianella aptianensis, Paracypria sp., Paracypris sp., Pattersoncypris sp. 1, Pattersoncypris sp. 2, Pattersoncypris sp. 3, P. cucurves, P. salitrensis e Theriosynoecum sp. A quantidade e diversidade de espécies de foraminíferos e ostracodes do afloramento Canastra se assemelham com as espécies encontradas nos afloramentos das regiões centro-sul e sudeste da bacia, enquanto que a região leste é menos semelhante. Não foi encontrado foraminíferos guias nessa unidade, contudo é importante destacar o ostracode Damonella grandiensis por determinar os depósitos com idade Aptiano na Bacia do Araripe. Além disso, a associação de foraminíferos e ostracodes encontrada nesse trabalho indicou um paleoambiente formado por registros de oscilações do nível do mar ao longo do Aptiano/Albiano na seção Canastra, Bacia do Araripe, com períodos representados por ambientes transicionais a marinhos de plataforma interna com hidrodinâmica moderada a intensa. Por fim, é um afloramento que predomina águas rasas com pouca matéria orgânica e com alta oxigenação.