Avaliação da atividade de compostos de guanidina, selenoglicolicamidas e espiro-acridínicos sobre leishmania infantum

• Autor(a) principal: Almeida, Fernanda Silva
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/26794
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Leishmaniose; Atividade anti-Leishmania; Guanidina - Derivados; Selenoglicolicamidas; Espiro-acridínicos - Derivados; Apoptose; Leishmaniasis; Anti-Leishmania activity; Quanidine - Derivatives; Selenoglycolicamides; Spiro-acridine - Derivatives; Apoptosis

As leishmanioses são um complexo de doenças infecciosas tropical negligenciada com milhares de casos anualmente; sendo de grande preocupação para a saúde global, particularmente a forma mais grave, a leishmaniose visceral. Os tratamentos da leishmaniose visceral são limitados e têm efeitos adversos graves. Os compostos contendo guanidina, selênio e acridínicos tem apresentado atividades biológicas, dentre estas, antiparasitárias. Analisou-se, portanto, os efeitos citotóxicos desses vários compostos contendo guanidina, derivados de acridina e selenoglicolicamidas em Leishmania infantum em suas formas promastigota e amastigota in vitro, sua citotoxicidade em células humanas e efeitos na produção de espécies reativas de nitrogênio. Quanto a atividade dos derivados acridínicos, os valores de CI50 foram entre 1,10 a 6,05μg/mL para formas promastigotas de Leishmania (Leishmania) infantum. Na atividade sob formas amastigotas axênicas dos compostos mais ativos, destaca-se expressiva atividade do AMTAC 11 (EC50= 0,97 ± 0,2 μg/mL) e baixa citotoxicidade em células mononucleares do sistema periférico (CC50= > 100 μg/ml). Para os compostos do grupo das selenoglicolicamidas, dos 9 compostos avaliados, 8 apresentaram atividade inibitória contra promastigotas de L. infantum com CI50 que variaram entre 1,34 e 68,96 μg/mL. Na atividade citotóxica para amastigotas, o composto mais promissor, MSe 13 apresentou CE50 de 14,59 ± 1,44 μg/mL. Dentro das concentrações testadas, nenhum dos compostos apresentaram toxicidade em eritrócitos humanos. Para identificar os mecanismos de ação, avaliou-se os processos de morte celular por coloração com anexina V e iodeto de propídio e produção de nitrito. Quanto ao avaliação do perfil de morte celular a selenoglicolicamida MSe 13 induziu morte celular por apoptose em amastigotas axênicas, todavia a MSe 13 ainda induziu um percentual de morte celular em PBMC por apoptose, assim como o fármaco de referência Anfotericina B. Já os compostos guanidinícos LQOFG-2, LQOFG-6 e LQOFG-7 apresentaram valores de CI50 entre 5,14 a 10,76 μg/mL, respectivamente, em promastigotas. Estes compostos exibiram citotoxicidade em amastigotas axênicas em valores de 10,59; 8,15 e 8,46 μg/mL. Os derivados de guanidina não apresentaram citotoxicidade aparente em células de doadores saudáveis. Compostos contendo guanidina apresentaram uma porcentagem significativa de amastigotas a apoptose. Independente da infecção por L. infantum, LQOFG-7 aumentou a produção de nitrito em PBMC’s sugerindo um potencial mecanismo de ação para este composto. Portanto, esses dados sugerem que os derivados de guanidina, selenoglicolicamidas e espiro-acridínicos são potenciais moléculas para atividade anti-Leishmania, e mais pesquisas são necessárias para o entendimento completo de seu mecanismo de ação.