A palavra encantatória de La Sagouine de Antonine Maillet.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Interfaces Brasil/Canadá (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/7204 |
Resumo: | Nosso artigo visa apresentar uma leitura do monólogo La Sagouine, da escritora de origem acadiana Antonine Maillet, nascida em Bouctouche, na província do Novo Brunswick. Publicado em 1971, esse texto projetou a autora no cenário literário internacional alguns anos antes do Prix Goncourt, em 1979, com o romance Pélagiela-Charrette. Para Lise Gauvin a montagem de La Sagouine no teatro do Rideau Vert causou o mesmo choque na cena teatral montrealense que, num registro diferente, Les Belles-Soeurs, de Michel Tremblay alguns anos antes (LORD, 2010, p. 13-14). Em 2006, a Radio Canada exibiu a adaptação para a televisão dirigida por Phil Comeau no Pays de la Sagouine, misto de parque temático e de centro cultural situado em Bouctouche, que contou com a participação de Viola Léger, a atriz que encarnou a personagem ao longo de quatro décadas nos palcos. Vamos ressaltar a importância dessa obra que possui uma fortuna crítica considerável. Sua recepção dividiu a crítica em dois campos: de um lado, o texto foi visto como uma manifestação de revolta e uma denúncia contra as injustiças sociais, de outro, a autora foi acusada de veicular uma visão conformista e fatalista da sociedade acadiana. Finalmente, vamos analisar o já antológico monólogo sobre o censo, no qual a definição da identidade acadiana aparece como a negação de diversos outros pertencimentos identitários (francês, canadense, americano, quebequense), terminando por catalogar os acadianos, esses eternos desenraizados das Américas, juntamente com os índios. |
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Em 2006, a Radio Canada exibiu a adaptação para a televisão dirigida por Phil Comeau no Pays de la Sagouine, misto de parque temático e de centro cultural situado em Bouctouche, que contou com a participação de Viola Léger, a atriz que encarnou a personagem ao longo de quatro décadas nos palcos. Vamos ressaltar a importância dessa obra que possui uma fortuna crítica considerável. Sua recepção dividiu a crítica em dois campos: de um lado, o texto foi visto como uma manifestação de revolta e uma denúncia contra as injustiças sociais, de outro, a autora foi acusada de veicular uma visão conformista e fatalista da sociedade acadiana. Finalmente, vamos analisar o já antológico monólogo sobre o censo, no qual a definição da identidade acadiana aparece como a negação de diversos outros pertencimentos identitários (francês, canadense, americano, quebequense), terminando por catalogar os acadianos, esses eternos desenraizados das Américas, juntamente com os índios. This paper aims at presenting a reading of the monologue La Sagouine, written by the Acadian author Antonine Maillet. Published in 1971, the text made the writer well-known in the foreign literary world some years before Prix Goncourt, in 1979, with Pélagie-la-Charrette. Lise Gauvin (LORD, 2010, p. 13-14) highlights the shock the performances in Rideau Vert theater caused in the Montreal drama scenario, what drew the play close to the classics, like Les Belles-Soeurs, by Michel Tremblay. In 2006, Radio Canada broadcast an adaptation for television directed by Phil Comeau in Pays de la Sag66 ouine, a mixture of park and cultural center located in Bouctouche in the Province of New Brunswick with the participation of Viola Léger, an actress who embodied the character for four decades on the stage. The importance of the play, with its considerable critical value, will be highlighted. Its reception divided the critics into two sides: on the one side there was revulsion and a complaint against social injustice, on the other, the author is accused of being the vehicle for a conformist and fatalistic view of the Acadian society. Finally we analyzed the already anthological monologue titled “Le recensement” in its regard to the sense in which the definition of Acadian identity is presented as the denial of several other identity belongings (French, Canadian, American, Quebecois), which results in labeling the Acadians, those eternal uprooted from the Americas, together with the Indians. Notre article se veut une lecture du monologue La Sagouine, de l’écrivain acadien Antonine Maillet, née à Bouctouche, au Nouveau-Brunswick. Parue en 1971, la pièce a projeté l’auteur sur la scène littéraire internationale quelques années avant le Prix Goncourt, en 1979, pour son roman Pélagie-la-Charrette. Selon Lise Gauvin «l’arrivée de La Sagouine dans le paysage théâtral a créé le même choc, sur les scènes montréalaises, que, dans un autre registre, Les Belles-Soeurs de Michel Tremblay» (LORD, 2010, p. 13-14). En 2006, la télévision de Radio Canada a présenté douze monologues enregistrés par Phil Comeau au Pays de la Sagouine, sorte de «village théâtral», situé à Bouctouche où les visiteurs sont plongés dans l’univers mailletien. La comédienne Viola Léger y joue le rôle qu’elle a incarné sur la scène tout au long des quarante dernières années. Nous allons mettre en évidence l’importance de cette oeuvre, qui a suscité quantité d’analyses critiques, depuis sa publication chez Leméac jusqu’à aujourd’hui. Sa réception a divise la critique en deux camps: d’un côté on y a décelé une manifestation de la révolte et un réquisitoire contre les injustices sociales, de l’autre on a accusé l’auteur d’y véhiculer une vision conformiste et fataliste de la société acadienne. Finalement, nous allons analyser le monologue sur le recensement, véritable morceau de bravoure, où la définition de l’identité acadienne, déclinée comme la négation d’autres appartenances identitaires (française, canadienne, américaine et québécoise), finit par faire ranger les Acadiens, ces éternels déracinés, â côté des Sauvages.Abecan2012-07-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/720410.15210/interfaces.v12i1.7204Interfaces Brasil/Canadá; v. 12 n. 1 (2012); 65-82Interfaces, Brazil/Canada, Brazilian Journal of Canadian Studies; Vol. 12 No. 1 (2012); 65-82Interfaces, Brasil/Canadá; Vol. 12 Núm. 1 (2012); 65-82Interfaces, Brésil/Canadá; Vol. 12 No 1 (2012); 65-821984-56771519-099410.15210/interfaces.v12i1reponame:Interfaces Brasil/Canadá (Online)instname:Associação Brasileira de Estudos Canadenses (ABECAN)instacron:UFPELporhttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/7204/5021Copyright (c) 2015 Interfaces Brasil/Canadáinfo:eu-repo/semantics/openAccessSousa, Renato Venâncio Henriques de2019-11-10T23:59:35Zoai:ojs.ufpel:article/7204Revistahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/indexPUBhttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/oai||interfaces.contato@outlook.com|| gunter@terra.com.br1984-56771519-0994opendoar:2019-11-10T23:59:35Interfaces Brasil/Canadá (Online) - Associação Brasileira de Estudos Canadenses (ABECAN)false |
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