Risco, controle metabólico e (in)segurança alimentar em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 no contexto da pandemia de covid-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: HOLANDA, Lidiana de Souza
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000qmtx
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49602
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados ao risco metabólico em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1, a condição de segurança alimentar e a evolução no controle metabólico após um ano da pandemia de COVID-19. Trata-se de um estudo do tipo série de casos, de delineamento transversal com um módulo de análise retrospectiva. Primeiro, em 2021, o risco metabólico foi avaliado em 118 pacientes entre seis e dezenove anos de idade, atendidos no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). O risco foi avaliado pelo somatório do escore z das variáveis: Índice de Massa Corporal (IMC), glicemia média estimada (GME), colesterol total (CT), HDL-c (multiplicado por -1), LDL-c e triglicerídeos. Para caracterizar a situação de insegurança alimentar (IA) familiar, foi utilizada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O modelo conceitual também considerou variáveis sociodemográficas, comportamentais, dietéticas e antropométricas. Para avaliar a evolução desses pacientes após um ano de pandemia, foram resgatados dos prontuários dados antropométricos e exames laboratoriais do período pré-pandêmico (dezembro de 2019 a março de 2020). Nesse módulo de análise retrospectiva, o número amostral foi de 98 pacientes, ocorrendo uma perda de 16,9%. Na análise do risco metabólico, a amostra foi composta por 81,4% de adolescentes, com 51,7% do sexo masculino e 61,0% apresentando tempo de diagnóstico ≥ 3 anos. A maior parte dos participantes (68,6%) pertenciam a famílias com renda familiar mensal per capita abaixo de um salário mínimo e 83 famílias (70,3%) receberam algum tipo de benefício do governo durante a pandemia, com predomínio do auxílio emergencial (42,2%). Quanto à alimentação, 57,6% dos participantes relataram mudanças na rotina alimentar, tendo como principais causas o confinamento (38,2%) e as dificuldades financeiras (35,3%), sendo observado também que 85,6% dos pacientes apresentavam algum grau de IA. Na análise com as características sociodemográficas, comportamentais, dietéticas e antropométricas foi evidenciada associação do risco metabólico com os pacientes portadores de IA moderada e grave e aqueles que não referiram a prática de atividade física. Verificou-se que os participantes que se encontravam em IA moderada e grave apresentavam valores mais elevados de hemoglobina glicada (HbA1c), GME e CT. Não foi evidenciada correlação entre o risco metabólico e variáveis sociodemográficas, antropométricas, laboratoriais e comportamentais, quando ajustadas por estadiamento puberal e condição de IA. Na avaliação dos dados pré e após um ano de pandemia, foi observado um aumento na média de HbA1C e GME. Conclui-se que o risco metabólico esteve associado à IA e a não prática de atividade física e que houve deterioração no controle metabólico após um ano de pandemia.
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Primeiro, em 2021, o risco metabólico foi avaliado em 118 pacientes entre seis e dezenove anos de idade, atendidos no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). O risco foi avaliado pelo somatório do escore z das variáveis: Índice de Massa Corporal (IMC), glicemia média estimada (GME), colesterol total (CT), HDL-c (multiplicado por -1), LDL-c e triglicerídeos. Para caracterizar a situação de insegurança alimentar (IA) familiar, foi utilizada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O modelo conceitual também considerou variáveis sociodemográficas, comportamentais, dietéticas e antropométricas. Para avaliar a evolução desses pacientes após um ano de pandemia, foram resgatados dos prontuários dados antropométricos e exames laboratoriais do período pré-pandêmico (dezembro de 2019 a março de 2020). Nesse módulo de análise retrospectiva, o número amostral foi de 98 pacientes, ocorrendo uma perda de 16,9%. Na análise do risco metabólico, a amostra foi composta por 81,4% de adolescentes, com 51,7% do sexo masculino e 61,0% apresentando tempo de diagnóstico ≥ 3 anos. A maior parte dos participantes (68,6%) pertenciam a famílias com renda familiar mensal per capita abaixo de um salário mínimo e 83 famílias (70,3%) receberam algum tipo de benefício do governo durante a pandemia, com predomínio do auxílio emergencial (42,2%). Quanto à alimentação, 57,6% dos participantes relataram mudanças na rotina alimentar, tendo como principais causas o confinamento (38,2%) e as dificuldades financeiras (35,3%), sendo observado também que 85,6% dos pacientes apresentavam algum grau de IA. Na análise com as características sociodemográficas, comportamentais, dietéticas e antropométricas foi evidenciada associação do risco metabólico com os pacientes portadores de IA moderada e grave e aqueles que não referiram a prática de atividade física. Verificou-se que os participantes que se encontravam em IA moderada e grave apresentavam valores mais elevados de hemoglobina glicada (HbA1c), GME e CT. Não foi evidenciada correlação entre o risco metabólico e variáveis sociodemográficas, antropométricas, laboratoriais e comportamentais, quando ajustadas por estadiamento puberal e condição de IA. Na avaliação dos dados pré e após um ano de pandemia, foi observado um aumento na média de HbA1C e GME. Conclui-se que o risco metabólico esteve associado à IA e a não prática de atividade física e que houve deterioração no controle metabólico após um ano de pandemia.The aim of the present study was to investigate factors associated with metabolic risk, food security and changes in metabolic control in children and adolescents with type 1 diabetes mellitus after one year of the COVID-19 pandemic. A case-series cross-sectional study with a retrospective analysis was conducted. In 2021, data were collected from 118 patients between six and 19 years of age recruited from the Pediatric Endocrinology Clinic of the hospital affiliated with the Federal University of Pernambuco, Brazil. Risk was assessed based on the sum of the z-scores of body mass index, estimated average glucose (EAG), total cholesterol, HDL-c (multiplied by -1), LDL-c and triglycerides. In this step, 20 patients were excluded due to the criteria for defining risk. The Brazilian Food Insecurity Scale was used to characterize food insecurity (FI) status. The conceptual model also included sociodemographic, behavioral, dietary and anthropometric variables. To investigate changes in the 118 patients after one year of the pandemic, anthropometric data and laboratory findings from the pre-pandemic period (December 2019 to March 2020) were collected from the patient records. Most participants were adolescents (81.4%) and males (51.7%), with a time of diagnosis ≥ 3 years (61.0%). Most belonged to families with an income below the monthly minimum wage (68.6%) and 83 families (70.3%) received some type of governmental benefit during the pandemic, with a predominance of emergency aid (42.2%). In terms of diet, 57.6% of the participants reported changes in the dietary routine, the main causes of which were confinement (38.2%) and financial difficulties (35.3%). Moreover, 85.6% of the patients had some degree of FI. In the analysis of sociodemographic, behavioral, dietary and anthropometric characteristics, associations were found between metabolic risk and moderate to severe FI and reports of the non-practice of physical activity. Participants in situations of moderate to severe FI had higher levels of HbA1c, EAG and total cholesterol. No correlations were found between metabolic risk and sociodemographic, anthropometric, laboratorial or behavioral variables after adjustments for puberal stage and FI status. In the analysis of data before and after one year of the pandemic, increases were found in means of glycated hemoglobin (HbA1C) and EAG. In conclusion, the prevalence of food insecurity was quite high and moderate to severe forms were associated with metabolic risk. Moreover, a deterioration of metabolic control was found after one year of the pandemic.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do AdolescenteUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessDiabetes mellitusControle glicêmicoSegurança alimentarRisco, controle metabólico e (in)segurança alimentar em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 no contexto da pandemia de covid-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTTESE Lidiana de Souza Holanda.pdf.txtTESE Lidiana de Souza Holanda.pdf.txtExtracted texttext/plain199182https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/49602/4/TESE%20Lidiana%20de%20Souza%20Holanda.pdf.txt38150afebc11221127c45fb5b6dfb35bMD54THUMBNAILTESE Lidiana de Souza Holanda.pdf.jpgTESE Lidiana de Souza Holanda.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1185https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/49602/5/TESE%20Lidiana%20de%20Souza%20Holanda.pdf.jpgf8700c9d2434903138aee30a8af90086MD55ORIGINALTESE Lidiana de Souza Holanda.pdfTESE Lidiana de Souza Holanda.pdfapplication/pdf2754216https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/49602/1/TESE%20Lidiana%20de%20Souza%20Holanda.pdf4a2a19af8dd049c2d361cc58e4d70023MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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