Memória e aprendizagem: construção de significados sobre o conceito de substância química

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, João Roberto Ratis Tenório da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30378
Resumo: A memória é compreendida, em diversos campos da Psicologia, como um local de armazenamento, em que as informações ficam guardadas e, quando há necessidade, recuperadas de forma quase literal. De acordo com essa ideia, uma boa memória é aquela em que o sujeito é capaz de guardar o máximo de informações possível e depois recupera-las com grande acurácia. Este modelo de memória, bastante difundido, ganhou força com os experimentos de Ebbinghaus, em que relacionava a capacidade de rememoração com a repetição de informações. Consideramos que tal modelo é limitado para compreensão do processo de construção de significados, sobretudo quando falamos da aprendizagem de conceitos científicos. Assim, consideramos que a memória é um processo de construção. De acordo com este modelo, a memória não é entendida como um local de armazenamento, visto que quando se trata de memórias mais complexas, não somos capazes de lembrar de forma literal. Em vez disso, reconstruímos nossas experiências passadas, sempre que estamos diante de determinadas demandas no presente. Essa reconstrução é caracterizada por uma série de características, tais como transformações, transferências, elaborações e importações. Além disso, consideramos que a memória é um processo situado socialmente e mediado semioticamente, se exprimindo a partir de mediadores socioculturais. Assim, considerando que a aprendizagem é um processo de construção de significados, também mediado semioticamente, acreditamos que o ato de rememorar conhecimentos prévios frente à uma situação de aprendizagem pode nos revelar como estudantes constroem significados acerca de conceitos científicos no aqui e agora. Para investigar tal fenômeno, adaptamos o método da descrição, desenvolvido por Bartlett, em um experimento envolvendo 8 participantes, sendo 4 estudantes do ensino fundamental e 4 do ensino superior. No experimento, que durou 3 dias, com intervalo de 7 dias entre eles, solicitamos que os participantes, após terem contato (no primeiro dia) com 3 objetos de aprendizagem (um capítulo de livro didático, um texto da Wikipedia e uma vídeo aula) sobre o conceito de substância química, respondessem 3 problemas envolvendo questões simples sobre este conceito, com a instrução de que poderiam usar como referência apenas os objetos/fontes disponibilizados. A resolução das questões aconteceu em duplas, e o diálogo entre os participantes foi registrado em áudio e vídeo para posterior análise, que consistiu na identificação de mediadores socioculturais, características da rememoração (transformações, elaborações, transferências e importações) e na relação entre esses elementos e a aprendizagem do conceito de substância química através da construção de significados. A análise nos mostrou que os mediadores socioculturais expressam momentos de reflexão – ato de rememorar e se voltar aos próprios esquemas – em um esforço dos participantes em construir significados a partir das respostas às questões. Cada mediador apresentou uma função específica no processo de rememoração e construção de significados. A construção de significados, por sua vez, nos foi revelada pela emergência de características da rememoração, que nos mostrou como os novos significados são externalizados no processo de elaboração de uma resposta às questões a partir de modificações no conhecimento prévio. Assim, mostramos que a utilização de conhecimento prévio na aprendizagem (bastante reforçado na literatura) é um processo mnemônico, sendo a construção de significados caracterizada por modificações (importações, transformações, transferências e elaborações) deste conhecimento quando o estudante está diante de uma situação de aprendizagem, tal como a resolução de problemas.
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Assim, consideramos que a memória é um processo de construção. De acordo com este modelo, a memória não é entendida como um local de armazenamento, visto que quando se trata de memórias mais complexas, não somos capazes de lembrar de forma literal. Em vez disso, reconstruímos nossas experiências passadas, sempre que estamos diante de determinadas demandas no presente. Essa reconstrução é caracterizada por uma série de características, tais como transformações, transferências, elaborações e importações. Além disso, consideramos que a memória é um processo situado socialmente e mediado semioticamente, se exprimindo a partir de mediadores socioculturais. Assim, considerando que a aprendizagem é um processo de construção de significados, também mediado semioticamente, acreditamos que o ato de rememorar conhecimentos prévios frente à uma situação de aprendizagem pode nos revelar como estudantes constroem significados acerca de conceitos científicos no aqui e agora. Para investigar tal fenômeno, adaptamos o método da descrição, desenvolvido por Bartlett, em um experimento envolvendo 8 participantes, sendo 4 estudantes do ensino fundamental e 4 do ensino superior. No experimento, que durou 3 dias, com intervalo de 7 dias entre eles, solicitamos que os participantes, após terem contato (no primeiro dia) com 3 objetos de aprendizagem (um capítulo de livro didático, um texto da Wikipedia e uma vídeo aula) sobre o conceito de substância química, respondessem 3 problemas envolvendo questões simples sobre este conceito, com a instrução de que poderiam usar como referência apenas os objetos/fontes disponibilizados. A resolução das questões aconteceu em duplas, e o diálogo entre os participantes foi registrado em áudio e vídeo para posterior análise, que consistiu na identificação de mediadores socioculturais, características da rememoração (transformações, elaborações, transferências e importações) e na relação entre esses elementos e a aprendizagem do conceito de substância química através da construção de significados. A análise nos mostrou que os mediadores socioculturais expressam momentos de reflexão – ato de rememorar e se voltar aos próprios esquemas – em um esforço dos participantes em construir significados a partir das respostas às questões. Cada mediador apresentou uma função específica no processo de rememoração e construção de significados. A construção de significados, por sua vez, nos foi revelada pela emergência de características da rememoração, que nos mostrou como os novos significados são externalizados no processo de elaboração de uma resposta às questões a partir de modificações no conhecimento prévio. Assim, mostramos que a utilização de conhecimento prévio na aprendizagem (bastante reforçado na literatura) é um processo mnemônico, sendo a construção de significados caracterizada por modificações (importações, transformações, transferências e elaborações) deste conhecimento quando o estudante está diante de uma situação de aprendizagem, tal como a resolução de problemas.Memory is understood, in several fields of Psychology, as a place of storage, where information is stored and, when necessary, recovered almost literally. According to this idea, a good memory is one in which the subject can keep as much information as possible and then retrieves it with great accuracy. This rather widespread model of memory gained force from Ebbinghaus's experiments in which he related the ability to recall with repetition of information. We consider that such model is limited for understanding the process of meaning-making, especially when we talk about the learning scientific concepts. Thus, we consider that memory is a building process. According to this model, memory is not understood as a storage location, since when it comes to more complex memories, we are not able to remember literally. Instead, we reconstruct our past experiences whenever we are faced with certain demands in the present. This reconstruction is characterized by certain characteristics, such as transformations, transferences, elaborations and importations. In addition, we consider that memory is a process that is socially situated and mediated semiotically, expressing itself from sociocultural mediators. Thus, considering that learning is a process of constructing meanings, also mediated semiotically, we believe that the act of remembering prior knowledge in face of a learning situation may reveal to us how students construct meanings about scientific concepts in the here and now. To investigate this, we adapted the method of description, developed by Bartlett, in an experiment involving 8 participants, 4 students from elementary and 4 from higher education. In the experiment, which lasted 3 days, with a 7 days interval between them, we requested that participants, after having contact (on the first day) with 3 learning objects (a textbook chapter, a Wikipedia text and a video lesson) on the concept of chemical substance, to answer 3 problems involving simple questions about this concept, with the instruction that they could use as reference only the available objects / sources. The questions were resolved in pairs, and the dialogue between the participants was recorded in audio and video for later analysis, which consisted of the identification of socio-cultural mediators, characteristics of remembering (transformations, elaborations, transferences and importations) and the relationship between these elements and learning the concept of chemical substance through the construction of meanings. The analysis showed that the socio-cultural mediators express moments of reflection - the act of remembering and returning to the own schemes - in an effort of the participants to construct meanings from the answers to the questions. Each sociocultural mediator presented a specific role in the process of remembering and meaning-making. The construction of meanings was revealed to us by the emergence of remembering characteristics, which showed us how the new meanings are externalized in the process of elaborating a response to the questions based on modifications in prior knowledge. Thus, we show that the use of prior knowledge in learning (rather reinforced in the literature) is a mnemonic process, and the construction of meanings is characterized by modifications (importations, transformations, transferences and elaborations) of this knowledge when the student is faced with a situation of learning, such as problem solving.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Psicologia CognitivaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologia cognitivaMemóriaAprendizagemSemióticaMemória e aprendizagem: construção de significados sobre o conceito de substância químicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE João Roberto Ratis Tenório da Silva.pdf.jpgTESE João Roberto Ratis Tenório da Silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1304https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/30378/5/TESE%20Jo%c3%a3o%20Roberto%20Ratis%20Ten%c3%b3rio%20da%20Silva.pdf.jpg53dc5df37542eadabbdd5f0e403d35d7MD55ORIGINALTESE João Roberto Ratis Tenório da Silva.pdfTESE João Roberto Ratis Tenório da Silva.pdfapplication/pdf3361002https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/30378/1/TESE%20Jo%c3%a3o%20Roberto%20Ratis%20Ten%c3%b3rio%20da%20Silva.pdf2e881e580f03c2c373d2eafe6ee0c0acMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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