Fatores biológicos e comportamentais que interferem na excitabilidade cortical de indivíduos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chaves, Anna Paula Chagas
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000x06h
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12641
Resumo: Introdução: a estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma técnica de estimulação cortical segura e não invasiva que vem sendo amplamente empregada como ferramenta na investigação da fisiopatologia de distúrbios do sistema nervoso. De modo a permitir a efetividade deste uso da EMT é importante evidenciar fatores que rotineiramente podem estar associados com modificações da fisiologia, mas que não sejam necessariamente indicativos de patologias. Objetivo: observar se o nível de excitabilidade cortical do córtex motor de sujeitos saudáveis, medido através da EMT sofre interferência de fatores como sexo, idade, preferência manual, nível de atividade física, índice de massa corporal (IMC), fase do ciclo menstrual, índices glicêmicos e grau de estresse. Em adição, o estudo se propôs a avaliar à assimetria entre os hemisférios. Metodologia: através de um estudo transversal, 119 voluntários saudáveis foram convidados a responder um questionário semi-estruturado para identificação de alguns fatores biológicos e comportamentais (idade, sexo, peso, altura, data da última menstruação e nível de atividade física). Em adição, a preferência manual e o nível de estresse dos indivíduos foram identificados, respectivamente, através do inventário de Edinburgh modificado e da escala de percepção de estresse. O índice glicêmico foi medido através de um glicosímetro. A EMT foi usada para identificar o limiar motor de repouso (LMR) do músculo primeiro interósseo dorsal em ambos os hemisférios e serviu como indicador do nível de excitabilidade cortical dos voluntários. Resultados: a ANOVA de medidas repetidas revelou um significante efeito principal do hemisfério (fator intra-sujeitos) (0,98 ≤ F ≤ 13,56; 0,0001 ≤ p ≤ 0,016), exceto para fases do ciclo menstrual (F=2,58, p=0,11) e preferência manual (F =1,22, p=0,27), com valores de LMR maiores no hemisfério não dominante quando comparado ao hemisfério dominante. No entanto, não foi observado interação entre o fator intra-sujeito e fator inter-sujeito (características entre os indivíduos) para nenhuma das variáveis biológicas e comportamentais estudadas (0,000 ≤ F ≤0,26, 0,13≤ p≤0,98). Com relação ao efeito principal para as características entre os sujeitos (fator inter-sujeito), só foi verificado efeito significativo para idade (F=15,89, p <0.001), IMC (F = 6,19, p = 0,01) e nível de estresse (F=8,06, p = 0,005), com valores de LMR maiores para os indivíduos mais velhos, sujeitos com IMC acima ou igual a 25 kg/m2 e indivíduos estressados. Embora o grau de diferença interhemisférica tenha variado (intervalo: 0,14 - 4,3) de acordo com a característica do sujeito analisada, esta variação não foi significativa (0,09 ≤p ≤ 0,87). Conclusão: foi constatado que LMR medido pela EMT é influenciado por algumas características biológicas e comportamentais do indivíduo e por isso, sua análise isolada na prática clínica pode induzir a erros de interpretação. Por ser menos influenciada por fatores externos, a diferença entre os níveis de excitabilidade interhemisférica é uma medida mais segura para referir alteração na atividade cortical entre os indivíduos.
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Em adição, o estudo se propôs a avaliar à assimetria entre os hemisférios. Metodologia: através de um estudo transversal, 119 voluntários saudáveis foram convidados a responder um questionário semi-estruturado para identificação de alguns fatores biológicos e comportamentais (idade, sexo, peso, altura, data da última menstruação e nível de atividade física). Em adição, a preferência manual e o nível de estresse dos indivíduos foram identificados, respectivamente, através do inventário de Edinburgh modificado e da escala de percepção de estresse. O índice glicêmico foi medido através de um glicosímetro. A EMT foi usada para identificar o limiar motor de repouso (LMR) do músculo primeiro interósseo dorsal em ambos os hemisférios e serviu como indicador do nível de excitabilidade cortical dos voluntários. Resultados: a ANOVA de medidas repetidas revelou um significante efeito principal do hemisfério (fator intra-sujeitos) (0,98 ≤ F ≤ 13,56; 0,0001 ≤ p ≤ 0,016), exceto para fases do ciclo menstrual (F=2,58, p=0,11) e preferência manual (F =1,22, p=0,27), com valores de LMR maiores no hemisfério não dominante quando comparado ao hemisfério dominante. No entanto, não foi observado interação entre o fator intra-sujeito e fator inter-sujeito (características entre os indivíduos) para nenhuma das variáveis biológicas e comportamentais estudadas (0,000 ≤ F ≤0,26, 0,13≤ p≤0,98). Com relação ao efeito principal para as características entre os sujeitos (fator inter-sujeito), só foi verificado efeito significativo para idade (F=15,89, p <0.001), IMC (F = 6,19, p = 0,01) e nível de estresse (F=8,06, p = 0,005), com valores de LMR maiores para os indivíduos mais velhos, sujeitos com IMC acima ou igual a 25 kg/m2 e indivíduos estressados. Embora o grau de diferença interhemisférica tenha variado (intervalo: 0,14 - 4,3) de acordo com a característica do sujeito analisada, esta variação não foi significativa (0,09 ≤p ≤ 0,87). Conclusão: foi constatado que LMR medido pela EMT é influenciado por algumas características biológicas e comportamentais do indivíduo e por isso, sua análise isolada na prática clínica pode induzir a erros de interpretação. 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