Deveres colaborativos entre juízos cooperantes : a ampliação do modelo cooperativo de processo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA JÚNIOR, Moacir Ribeiro da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/00130000098br
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46515
Resumo: O trabalho tem como objetivo demonstrar que a cooperação judiciária nacional, apresentada pelo CPC/2015, cria deveres colaborativos anexos entre juízos cooperantes e que tais deveres são extraídos da cláusula geral da cooperação judiciária nacional prevista no art. 67 do CPC. A fim de atingir esse propósito, parte-se da apresentação do estado da arte do sistema de competência, da cooperação judiciária e do modelo cooperativo de processo. Nesta apresentação, aponta-se para a insuficiência da visão exclusivista e rígida da competência, bem como a insuficiência dos fundamentos, das espécies e do objeto da tradicional cooperação judiciária nacional e se detecta a omissão dos estudos do modelo cooperativo de processo em relação aos deveres entre juízos. Uma das premissas adotadas neste trabalho é a superação da visão rígida e exclusivista da competência pela releitura do sistema de competências alinhado com a eficiência. A partir dessa premissa, são erigidos atributos que estão alinhados com essa nova compreensão, são apresentados institutos que os confirmam e também é respondida uma indagação sobre a posição jurídica ocupada pela competência dentro de uma relação jurídica processual. Outra premissa adotada é a existência de relação jurídica processual entre juízos cooperantes. A par disso, constata-se que essa relação jurídica juízo-juízo não tem como suporte posição jurídica de poder/sujeição, mas sim posição jurídica de deveres recíprocos. Com o objetivo de concretizar o cumprimento desses deveres, o CPC/2015 encampou a eficiência como um dos fundamentos da cooperação judiciária nacional, além de ter adotado a atipicidade do objeto cooperativo e a não taxatividade dos instrumentos da cooperação. Essa mudança possibilita que a cooperação judiciária não seja um sistema marcado pela tipicidade e taxatividade, já que, com a cooperação, é possível a prática de qualquer ato processual, além de possibilitar, a um só tempo, a gestão processual das demandas e a gestão administrativa do órgão judicial, ambas baseadas na coordenação. Após essas análises, infere-se que as interações processuais entre juízos devem ser parte integrante do modelo cooperativo de processo e que os princípios da boa-fé processual, da eficiência e da cooperação também incidem nessas relações e, por consequência, resultam na criação de deveres anexos entre juízos cooperantes e que esses deveres, assim como as consequências do descumprimento, não são pré-determinadas em razão da adoção da técnica legislativa da cláusula geral. Por fim, apresentam-se potenciais deveres anexos que incidem nas relações entre juízos, bem como as consequências do eventual descumprimento desses deveres.
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Nesta apresentação, aponta-se para a insuficiência da visão exclusivista e rígida da competência, bem como a insuficiência dos fundamentos, das espécies e do objeto da tradicional cooperação judiciária nacional e se detecta a omissão dos estudos do modelo cooperativo de processo em relação aos deveres entre juízos. Uma das premissas adotadas neste trabalho é a superação da visão rígida e exclusivista da competência pela releitura do sistema de competências alinhado com a eficiência. A partir dessa premissa, são erigidos atributos que estão alinhados com essa nova compreensão, são apresentados institutos que os confirmam e também é respondida uma indagação sobre a posição jurídica ocupada pela competência dentro de uma relação jurídica processual. Outra premissa adotada é a existência de relação jurídica processual entre juízos cooperantes. A par disso, constata-se que essa relação jurídica juízo-juízo não tem como suporte posição jurídica de poder/sujeição, mas sim posição jurídica de deveres recíprocos. Com o objetivo de concretizar o cumprimento desses deveres, o CPC/2015 encampou a eficiência como um dos fundamentos da cooperação judiciária nacional, além de ter adotado a atipicidade do objeto cooperativo e a não taxatividade dos instrumentos da cooperação. Essa mudança possibilita que a cooperação judiciária não seja um sistema marcado pela tipicidade e taxatividade, já que, com a cooperação, é possível a prática de qualquer ato processual, além de possibilitar, a um só tempo, a gestão processual das demandas e a gestão administrativa do órgão judicial, ambas baseadas na coordenação. 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To achieve this purpose, it starts with presenting the state of the art of the jurisdiction system, judicial cooperation, and the cooperative model of the process. In this presentation, the insufficiency of the exclusivist and rigid view of competence is pointed out, as well as the insufficiency of the foundations, species, and object of traditional national judicial cooperation and the omission of studies of the cooperative model of the process about the duties between judges. One of the premises adopted in this work is to overcome the rigid and exclusivist view of competence by reinterpreting the competence system from a new understanding of the principle of the natural judge aligned with efficiency. From this premise, attributes that align with this new understanding are erected, institutes are presented that confirm them, and an inquiry about the legal position occupied by competence within a procedural legal relationship is answered. Another premise adopted is the existence of a procedural legal relationship between cooperating judges. In addition, this legal relationship between judgment and judgment is not supported by a legal position of power/subjection but by a legal position of reciprocal duties. To fulfill these duties, the Civil Process Code-2015 has embraced efficiency as one of the foundations of national judicial cooperation. It adopted the atypical nature of the cooperative object and the non-exhaustive nature of cooperation instruments. This change makes it possible for judicial cooperation not to be a system marked by typicality and taxation, because, with cooperation, it is possible to practice any procedural act, in addition to enabling, at the same time, the procedural management of demands and the administrative management of the judicial body, both based on coordination. After these analyses, it is inferred that procedural interactions between judges must be an integral part of the cooperative process model and that the principles of good procedural faith, efficiency, and cooperation also affect these relationships and, consequently, result in the creation of attached duties between cooperating judges and that these duties, as well as the consequences of non-compliance, are not predetermined due to the adoption of the legislative technique of the general clause. Finally, potential annex duties that affect the relationships between judges are presented, and the consequences of any non- compliance with these duties.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em DireitoUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessDireito Processual Civil - BrasilCooperação JudiciáriaCompetênciaPrincípio do Juiz NaturalDeveres colaborativos entre juízos cooperantes : a ampliação do modelo cooperativo de processoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTDISSERTAÇÃO Moacir Ribeiro da Silva Júnior.pdf.txtDISSERTAÇÃO Moacir Ribeiro da Silva Júnior.pdf.txtExtracted texttext/plain700416https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46515/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Moacir%20Ribeiro%20da%20Silva%20J%c3%banior.pdf.txtf5f22e5140b4116d3404f0a9a3529bf9MD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Moacir Ribeiro da Silva Júnior.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Moacir Ribeiro da Silva Júnior.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1261https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46515/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Moacir%20Ribeiro%20da%20Silva%20J%c3%banior.pdf.jpg439f7afb2523d3e551ef3225d1cdc3f3MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Moacir Ribeiro da Silva Júnior.pdfDISSERTAÇÃO Moacir Ribeiro da Silva Júnior.pdfapplication/pdf2482722https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46515/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Moacir%20Ribeiro%20da%20Silva%20J%c3%banior.pdfa97d1280d8dc9ed27b1bd6ddb061daebMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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