Avaliação das atividades antimicrobiana, antioxidante e gastroprotetora das folhas do Croton heliotropiifolius Kunth

• Autor(a) principal: SILVA, Jéssica de Andrade Gomes
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49427
• topic: Euphorbiaceae; Compostos Fenólicos; Úlceras gástricas

Croton heliotropiifolius (velame) é uma espécie vegetal encontrada na Caatinga do nordeste brasileiro, e constitui um dos principais representantes do gênero Croton que vem sendo usado pela população no alívio da dor de estômago. As úlceras gástricas são lesões caracterizadas por injúria no tecido e afetam milhares de pessoas no mundo. Deste modo, uma alternativa na busca de novas terapias para a prevenção e tratamento das doenças gástricas está na utilização de produtos naturais. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar in vitro o potencial antimicrobiano, antioxidante e a citotoxicidade dos extratos das folhas de C. heliotropiifolius, bem como a toxicidade aguda e o efeito gastroprotetor em modelos de úlcera experimental in vivo. Os extratos hexânico (EHCh), acetato de etila (EACh) e etanólico (EECh) foram preparados e submetidos à análise por cromatografia em camada delgada, onde foi possível a identificação de compostos como flavonoides, triterpenos, esteroides, monoterpenos, sesquiterpenos, proantocianidinas, leucoantocianidinas. Posteriormente, foi realizado o doseamento de fenóis totais, flavonoides e proantocianidinas, por serem as principais classes de compostos identificadas na análise cromatográfica. Na avaliação da atividade antibacteriana, foi observada fraca ação do EHCh frente ao Bacillus subtilis e inatividade para as cepas de Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii, Enterobacter aerogenes, Pseudomonas aeruginosa e Helicobacter pylori. O EACh e o EECh não apresentaram atividade antibacteriana contra as cepas testadas. A atividade antioxidante pelos métodos DPPH, ABTS, redução do íon férrico (FRAP) e capacidade antioxidante total apontaram o EECh como o extrato de melhor efeito antioxidante. Quanto à citotoxicidade frente à linhagem de fibroblastos de camundongos (L919) e atividade tóxica aguda, foram observados mínimos efeitos tóxicos dos extratos nas doses testadas (1,56 – 50 μg no ensaio de citotoxicidade in vitro e 2000 mg/kg para o ensaio de toxicidade aguda). Na atividade gastroprotetora, no modelo agudo de úlcera induzido por etanol absoluto, o EHCh, nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg, respectivamente, promoveu uma redução significativa das lesões em 85,16; 86,75 e 87,68 %, quando comparadas ao controle lesionado, que apresentou um percentual de lesão ulcerativa de 73,84 %. O EACh reduziu em 86,69; 87,95 e 88,28 % as lesões nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg, respectivamente, em relação ao controle lesionado. O EECh, também nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg reduziu respectivamente as lesões em 89,49 %,92,92 % e 89,32 %, sendo este extrato considerado o mais ativo. No modelo de indução por indometacina, o EECh nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg, apresentou respectivamente, área de lesão ulcerativa de 11,18 mm2, 7,39 mm2 e 8,51 mm2, sendo significativamente diferente do controle lesionado que apresentou área 23,11 mm2. Quanto as dosagens de óxido nítrico (NO), glutationa reduzida (GSH), malondialdeído (MDA) e mieloperoxidase (MPO) no tecido estomacal, foi possível observar uma melhora significativa desses parâmetros antioxidantes e anti-inflamatórios após os tratamentos, sugerindo que a ação gastroprotetora dos extratos envolva múltiplos fatores. A investigação do NO como mecanismo de ação, comprovou efeito parcial na ação gastroprotora do EECh. Contudo, é possível sugerir que os extratos apresentam atividade gastroprotetor promissora.