A teoria da percepção de John R. Searle
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Data de Publicação: | 2019 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35997 |
Resumo: | A teoria da percepção de Searle possui duas versões. A primeira é oriunda dos anos oitenta e está presente no segundo capítulo de seu livro Intencionalidade (1983). A segunda é bem recente e é o tema exclusivo de investigação em seu livro Seeing Things As They Are (2015). Searle afirma que sua atual versão pode ser entendida como uma versão ampliada e revisada da primeira. Na explicação de Searle sobre a percepção existe uma relação intrínseca entre intencionalidade e percepção de tal modo que a percepção não pode ser concebida senão como intencional. Em sua teoria Searle defende um realismo direto. O realismo direto é uma teoria filosófica que afirma que e o tipo de acesso que nós temos aos objetos do mundo externo ocorre de forma direta e imediata. Uma visão filosófica contrária ao realismo direto é o realismo indireto ou teoria representativa da percepção. Essa teoria afirma que percebemos indiretamente objetos físicos no mundo ao passo que percebermos imediata e diretamente objetos internos não físicos, como sense-data, ideias, impressões etc. A teoria da percepção de Searle em ambas as versões pode ser entendida como a tese de que a percepção é intencional e que o tipo de acesso que temos aos objetos do mundo real ocorre forma direta por meio de uma relação causal intencional. A intencionalidade é um elemento que está presente em todos os aspectos do pensamento filosófico de Searle. Entretanto, no que concerne à teoria da percepção, o meu problema objetiva responder a seguinte pergunta: É consistente a explicação intencional da percepção em Searle com a sua defesa de um realismo direto? Esta pergunta pode ser posta tanto na primeira versão de sua teoria quanto na segunda. Searle defende que existe um elemento comum entre o caráter fenomenal de uma percepção verídica e de uma alucinação. Disjuntivistas defendem que não existe um elemento comum entre uma percepção verídica e uma alucinação. Para um disjuntivista é inconsistente sustentar uma defesa do realismo direto e endossar a tese do elemento comum. Em minha interpretação defenderei que apesar da teoria de Searle possuir um forte apelo intuitivo e explicativo acerca da tese de que a percepção é intencional e direta, ela pode ser interpretada como uma teoria representativa. |
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Em sua teoria Searle defende um realismo direto. O realismo direto é uma teoria filosófica que afirma que e o tipo de acesso que nós temos aos objetos do mundo externo ocorre de forma direta e imediata. Uma visão filosófica contrária ao realismo direto é o realismo indireto ou teoria representativa da percepção. Essa teoria afirma que percebemos indiretamente objetos físicos no mundo ao passo que percebermos imediata e diretamente objetos internos não físicos, como sense-data, ideias, impressões etc. A teoria da percepção de Searle em ambas as versões pode ser entendida como a tese de que a percepção é intencional e que o tipo de acesso que temos aos objetos do mundo real ocorre forma direta por meio de uma relação causal intencional. A intencionalidade é um elemento que está presente em todos os aspectos do pensamento filosófico de Searle. Entretanto, no que concerne à teoria da percepção, o meu problema objetiva responder a seguinte pergunta: É consistente a explicação intencional da percepção em Searle com a sua defesa de um realismo direto? Esta pergunta pode ser posta tanto na primeira versão de sua teoria quanto na segunda. Searle defende que existe um elemento comum entre o caráter fenomenal de uma percepção verídica e de uma alucinação. Disjuntivistas defendem que não existe um elemento comum entre uma percepção verídica e uma alucinação. Para um disjuntivista é inconsistente sustentar uma defesa do realismo direto e endossar a tese do elemento comum. Em minha interpretação defenderei que apesar da teoria de Searle possuir um forte apelo intuitivo e explicativo acerca da tese de que a percepção é intencional e direta, ela pode ser interpretada como uma teoria representativa.CNPqSearle's theory of perception has two versions. The first one is present in the second chapter of his book Intentionality (1983). The second one is quite recent and it is the exclusive theme of his book Seeing Things As They Are (2015). Searle states that his current version can be understood as a revised and expanded version of his first theory. In Searle's account of perception there is an intrinsic relationship between intentionality and perception in such a way that perception can only be understood as intentional. In Searle's theory of perception there is a defense of direct realism. Direct realism is a philosophical theory that states that the kind of access we have to objects in the external world occurs directly and immediately. A contrary philosophical view against direct realism is indirect realism, also known as the representative theory of perception. This theory states that we indirectly perceive physical objects in the world whereas we immediately and directly perceive nonphysical internal objects such as sense-data, ideas, impressions etc. Searle's theory of perception in both versions can be understood as the thesis that perception is intentional and that the kind of access we have to real-world objects occurs directly through an intentional causal relationship. Intentionality is an element that is present in all aspects of Searle's philosophical thinking. However, as far as Searle's theory of perception is concerned, my problem aims to answer the following question: Is Searle's intentional explanation of perception consistent with his defense of direct realism? This question can be asked in both the first and second versions of his theory of perception. Searle argues that there is a common element between the phenomenal character of veridical perception and hallucination. Disjunctivists argue that there is no common element between veridical perception and hallucination. A disjunctivist claims that it is inconsistent to uphold a defense of direct realism and endorse the common element thesis. In my interpretation I will argue that while Searle's theory has an intuitive and explanatory appeal about the thesis that perception is intentional and direct, his theory can be interpreted as a representative theory.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em FilosofiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessFilosofiaPercepçãoIntencionalidadeRealismo DiretoCausação IntencionalTese do Elemento ComumA teoria da percepção de John R. 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