Transtornos alimentares de ordem comportamental e sua repercussão sobre a saúde bucal na adolescência
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8274 |
Resumo: | Os transtornos alimentares (TAs) são síndromes comportamentais cujos critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados nos últimos 30 anos. Suas primeiras manifestações são na infância e na adolescência, podendo apresentar efeitos nocivos sobre a saúde bucal. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das principais complicações clínicas bucais encontradas entre adolescentes de 12 e 16 anos de idade, estudantes de escolas públicas estaduais na cidade do Recife, Brasil, nos anos de 2007 e 2008, que apresentavam sintomas de TAs, verificando a existência de associações entre as lesões encontradas, os gêneros, faixas etárias, fatores biodemográficos e socioeconômicos e sintomas depressivos. Foram examinados 650 estudantes através das escalas EAT-26, BITE e QAEH-D. Todos os adolescentes passaram também por um exame clínico bucal para a identificação de lesões. A prevalência de lesões bucais na população com sintomas de TAs, segundo as escalas EAT-26 e BITE, respectivamente, foi de: 33,0% e 33,1% para mucosites, com localização mais freqüente no palato; 34,4% e 27,8% para queilites; 47% e 54,4% para hipertrofia das glândulas salivares, acometendo com maior freqüência as glândulas parótidas; 52,1% e 57,3% para gengivites, cujo IPV, em sua maioria, foi considerado moderado (42,7% e 45,8%) e ISG, leve (57,2% e 52,0%); 56,7% e 59,3% para erosões dentais, mais freqüentes nas faces palatinas e linguais dos elementos anteriores; 69,3% e 66,9% para experiência de cárie, cujo CPO-D médio foi considerado como prevalência moderada (3,15 e 3,24) e 56,7% e 55,6% para bruxismo. Entre as lesões bucais foram observadas associações significativas com a presença de sintomas de TAs nas mucosites, queilites, hipertrofia das glândulas salivares e erosões, o que não ocorreu na gengivite, na experiência de cárie e nos índices IPV, ISG e CPO-D e no bruxismo. A prevalência de adolescentes com sintomas de TAs foi de 33,1%, segundo a escala EAT-26 e 1,7% (escore elevado) e 36,5% (escore médio), na escala BITE, sendo maior entre o gênero feminino e na idade de 13 anos, apresentando associação significativa apenas no EAT-26. Com relação aos fatores socioeconômicos e biodemográficos, o fato de ter irmãos, ser o filho caçula, morar numa residência com um número de até 2 cômodos, responsáveis analfabetos ou de escolaridade de nível fundamental, segundo a escala EAT-26, mostraram associação com a presença de sintomas dos TAs. Esta associação, segundo a escala BITE, foi mostrada apenas com relação ao analfabetismo do responsável. A prevalência de sintomas depressivos na população geral foi de 29,8%, segundo a escala QAEH-D. Entre os adolescentes com sintomas de TAs, segundo as escalas EAT-26 e BITE, esta prevalência foi de 44,2% e 62,1%, apresentando associação significativa. Após a análise dos dados pode-se concluir que a presença de alterações bucais como erosões dentais, hipertrofias de glândulas salivares, mucosites e queilites está associada aos sintomas de TAs, podendo auxiliar da detecção precoce de casos subclínicos, antes da instalação da síndrome completa. O conhecimento dessas alterações por parte do dentista possibilitará o encaminhamento do adolescente a um tratamento integral, que envolve a participação de uma equipe multidisciplinar |
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O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das principais complicações clínicas bucais encontradas entre adolescentes de 12 e 16 anos de idade, estudantes de escolas públicas estaduais na cidade do Recife, Brasil, nos anos de 2007 e 2008, que apresentavam sintomas de TAs, verificando a existência de associações entre as lesões encontradas, os gêneros, faixas etárias, fatores biodemográficos e socioeconômicos e sintomas depressivos. Foram examinados 650 estudantes através das escalas EAT-26, BITE e QAEH-D. Todos os adolescentes passaram também por um exame clínico bucal para a identificação de lesões. A prevalência de lesões bucais na população com sintomas de TAs, segundo as escalas EAT-26 e BITE, respectivamente, foi de: 33,0% e 33,1% para mucosites, com localização mais freqüente no palato; 34,4% e 27,8% para queilites; 47% e 54,4% para hipertrofia das glândulas salivares, acometendo com maior freqüência as glândulas parótidas; 52,1% e 57,3% para gengivites, cujo IPV, em sua maioria, foi considerado moderado (42,7% e 45,8%) e ISG, leve (57,2% e 52,0%); 56,7% e 59,3% para erosões dentais, mais freqüentes nas faces palatinas e linguais dos elementos anteriores; 69,3% e 66,9% para experiência de cárie, cujo CPO-D médio foi considerado como prevalência moderada (3,15 e 3,24) e 56,7% e 55,6% para bruxismo. Entre as lesões bucais foram observadas associações significativas com a presença de sintomas de TAs nas mucosites, queilites, hipertrofia das glândulas salivares e erosões, o que não ocorreu na gengivite, na experiência de cárie e nos índices IPV, ISG e CPO-D e no bruxismo. 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O conhecimento dessas alterações por parte do dentista possibilitará o encaminhamento do adolescente a um tratamento integral, que envolve a participação de uma equipe multidisciplinarporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessSaúde bucalTranstornos da alimentaçãoAnorexiaBulimiaAdolescentesTranstornos alimentares de ordem comportamental e sua repercussão sobre a saúde bucal na adolescênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo4164_1.pdf.jpgarquivo4164_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1509https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8274/4/arquivo4164_1.pdf.jpg472902acd5a1100dd4ab669c38562c95MD54ORIGINALarquivo4164_1.pdfapplication/pdf1985097https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8274/1/arquivo4164_1.pdffb5a7c489c24f882d9786d4fc3193884MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8274/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo4164_1.pdf.txtarquivo4164_1.pdf.txtExtracted texttext/plain296435https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8274/3/arquivo4164_1.pdf.txta58b41ae3b1a42a2d6e6b91f30b5531aMD53123456789/82742019-10-25 15:01:11.794oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8274Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T18:01:11Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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Os transtornos alimentares (TAs) são síndromes comportamentais cujos critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados nos últimos 30 anos. Suas primeiras manifestações são na infância e na adolescência, podendo apresentar efeitos nocivos sobre a saúde bucal. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das principais complicações clínicas bucais encontradas entre adolescentes de 12 e 16 anos de idade, estudantes de escolas públicas estaduais na cidade do Recife, Brasil, nos anos de 2007 e 2008, que apresentavam sintomas de TAs, verificando a existência de associações entre as lesões encontradas, os gêneros, faixas etárias, fatores biodemográficos e socioeconômicos e sintomas depressivos. Foram examinados 650 estudantes através das escalas EAT-26, BITE e QAEH-D. Todos os adolescentes passaram também por um exame clínico bucal para a identificação de lesões. A prevalência de lesões bucais na população com sintomas de TAs, segundo as escalas EAT-26 e BITE, respectivamente, foi de: 33,0% e 33,1% para mucosites, com localização mais freqüente no palato; 34,4% e 27,8% para queilites; 47% e 54,4% para hipertrofia das glândulas salivares, acometendo com maior freqüência as glândulas parótidas; 52,1% e 57,3% para gengivites, cujo IPV, em sua maioria, foi considerado moderado (42,7% e 45,8%) e ISG, leve (57,2% e 52,0%); 56,7% e 59,3% para erosões dentais, mais freqüentes nas faces palatinas e linguais dos elementos anteriores; 69,3% e 66,9% para experiência de cárie, cujo CPO-D médio foi considerado como prevalência moderada (3,15 e 3,24) e 56,7% e 55,6% para bruxismo. Entre as lesões bucais foram observadas associações significativas com a presença de sintomas de TAs nas mucosites, queilites, hipertrofia das glândulas salivares e erosões, o que não ocorreu na gengivite, na experiência de cárie e nos índices IPV, ISG e CPO-D e no bruxismo. A prevalência de adolescentes com sintomas de TAs foi de 33,1%, segundo a escala EAT-26 e 1,7% (escore elevado) e 36,5% (escore médio), na escala BITE, sendo maior entre o gênero feminino e na idade de 13 anos, apresentando associação significativa apenas no EAT-26. Com relação aos fatores socioeconômicos e biodemográficos, o fato de ter irmãos, ser o filho caçula, morar numa residência com um número de até 2 cômodos, responsáveis analfabetos ou de escolaridade de nível fundamental, segundo a escala EAT-26, mostraram associação com a presença de sintomas dos TAs. Esta associação, segundo a escala BITE, foi mostrada apenas com relação ao analfabetismo do responsável. A prevalência de sintomas depressivos na população geral foi de 29,8%, segundo a escala QAEH-D. Entre os adolescentes com sintomas de TAs, segundo as escalas EAT-26 e BITE, esta prevalência foi de 44,2% e 62,1%, apresentando associação significativa. Após a análise dos dados pode-se concluir que a presença de alterações bucais como erosões dentais, hipertrofias de glândulas salivares, mucosites e queilites está associada aos sintomas de TAs, podendo auxiliar da detecção precoce de casos subclínicos, antes da instalação da síndrome completa. O conhecimento dessas alterações por parte do dentista possibilitará o encaminhamento do adolescente a um tratamento integral, que envolve a participação de uma equipe multidisciplinar |
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