Fatores associados ao envelhecimento biológico precoce em pessoas idosas com HIV

• Autor(a) principal: PEIXOTO, Isaura Romero
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45396
• topic: HIV; Senilidade Prematura; Inteligência Artificial

A terapia antirretroviral transformou a infecção letal pelo HIV em doença crônica, aproximando a expectativa de vida da pessoa infectada à da população geral. Apesar desta conquista, o vírus e seu tratamento promovem envelhecimento biológico precoce, com idade biológica superando a idade cronológica em até 15 anos. Esta pesquisa objetivou identificar fatores associados ao envelhecimento precoce em pessoas idosas com HIV, empregando a idade biológica estimada por inteligência artificial (deep learning). Estudo transversal e analítico, com 59 pessoas idosas com idade de 60 anos ou mais, de ambos os sexos, vivendo com HIV e em terapia antirretroviral, recrutadas por conveniência em dois hospitais de referência em HIV/AIDS em Recife (PE), entre maio/2018 e fevereiro/2020. Os participantes foram divididos em três grupos: o grupo com idade biológica menor ou igual a idade cronológica (n=19) e os biologicamente mais velhos (idade biológica maior que a cronológica), que foram separados em 2 subgrupos: o primeiro com idade biológica maior que a cronológica em até 4 anos (n=16) e o segundo com idade biológica maior que a cronológica em 5 anos ou mais (n=24). Na comparação entre os três grupos, observou-se menores contagens de linfócitos T CD4+ atual (p=0,004) e nadir (p=0,002) nos participantes mais velhos biologicamente. O uso de canabis esteve associado ao maior envelhecimento biológico (p-valor = 0,045) e houve elevada prevalência de disglicemia (55,92%) naqueles com menor idade biológica, porém mais velhos cronologicamente. O escore de Framinghan apresentou maior prevalência de alto risco de doença cardiovascular no grupo de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (91,7%) e prediabetes (52,4%). O teste de homogeneidade foi significativo para a classificação do escore de Framingham (p-valor = 0,020), indicando que o risco de evento cardiovascular difere entre os grupos glicêmicos, sendo maior para os diabéticos. Associados à disglicemia encontramos o sedentarismo (p=0,01), a doença coronariana (p-valor=0,039), menores níveis de HDL (p-valor=0,038) e maior nível atual de glicemia (p-valor < 0,001). Nossos resultados apontaram que mais da metade das pessoas idosas com HIV e em uso de TARV apresentavam envelhecimento biológico precoce, por inferência de biomarcadores processados por algoritmo de inteligência artificial. Ressaltamos a importância do uso de idade biológica no cuidado a pessoas idosas com HIV.