A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: COSTA, Marcia Danieli da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000008d0b
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44528
Resumo: O presente trabalho analisa as bases literárias que compõem e particularizam a forma memorialística nas obras Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908), de Machado de Assis, observando como nesses romances a memória é um dispositivo literário estruturante que dá continuidade e, ao mesmo tempo, renova o projeto mnemônico proposto por Machado em Memórias póstumas de Brás Cubas. Para isso, revisita-se o panteão literário que fundamentou a virada composicional do autor pós-1880, a saber: o shandismo que é uma tradição composta pela revitalização de um dos formatos literários mais antigos da literatura – a sátira menipeia. Sabe-se que, inicialmente, ela foi resgatada por Luciano de Samósata com sua tradição luciânica e que, posteriormente, influenciou Laurence Sterne, herdeiro direto da estética-estrutural que revolucionou sua escrita e a de Machado e, segundo Sergio Paulo Rouanet (2007), o principal responsável pela definição das categorias que atualmente se conhece como forma shandiana. Assim, com intuito de explorar tais extensões, este estudo ancorou-se, principalmente, no trabalho Riso e Melancolia: a forma shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida Garrett e Machado de Assis (2007), desenvolvido por Rouanet com a intenção de expandir as características shandianistas pontuadas em Memórias Póstumas, nas narrativas de Bento Santiago e na do conselheiro Aires, percebendo como esses, em suas condições de erratas pensantes, conseguem refuncionalizar essas propriedades, que, dentro legitimação da intenção autoral, se distancia em certos pontos das estabelecidas pelas linhas do defunto-autor. Com isso, observa-se como a memória incorpora, no olhar de Bentinho e de Aires, uma ferramenta transfiguradora, e até lírica, de cosmovisões que reificam a partir de uma contingência subjetiva caprichosa o tempo, o espaço e a textualidade na digressão e na fragmentação de um riso- melancólico que ironiza a linguagem das narrativas tradicionalmente construídas como cópias da realidade. Logo, o estudo angariado nessa dissertação, volta-se para os louros da tradição literária machadiana, buscando entender os pilares da maestria que sustentaram a produção casmurra e a diplomática de um dos escritores brasileiros que mais soube desvendar o homem e suas limitações.
id UFPE_55cfc1e8657ee22eb0588125e55c6d97
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/44528
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling COSTA, Marcia Danieli da Silvahttp://lattes.cnpq.br/9208440337059365http://lattes.cnpq.br/3684448281838191RODRIGUES, Juan Pablo Martín2022-05-19T19:13:36Z2022-05-19T19:13:36Z2021-12-09COSTA, Marcia Danieli da Silva. A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires. 2021. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44528ark:/64986/0013000008d0bO presente trabalho analisa as bases literárias que compõem e particularizam a forma memorialística nas obras Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908), de Machado de Assis, observando como nesses romances a memória é um dispositivo literário estruturante que dá continuidade e, ao mesmo tempo, renova o projeto mnemônico proposto por Machado em Memórias póstumas de Brás Cubas. Para isso, revisita-se o panteão literário que fundamentou a virada composicional do autor pós-1880, a saber: o shandismo que é uma tradição composta pela revitalização de um dos formatos literários mais antigos da literatura – a sátira menipeia. Sabe-se que, inicialmente, ela foi resgatada por Luciano de Samósata com sua tradição luciânica e que, posteriormente, influenciou Laurence Sterne, herdeiro direto da estética-estrutural que revolucionou sua escrita e a de Machado e, segundo Sergio Paulo Rouanet (2007), o principal responsável pela definição das categorias que atualmente se conhece como forma shandiana. Assim, com intuito de explorar tais extensões, este estudo ancorou-se, principalmente, no trabalho Riso e Melancolia: a forma shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida Garrett e Machado de Assis (2007), desenvolvido por Rouanet com a intenção de expandir as características shandianistas pontuadas em Memórias Póstumas, nas narrativas de Bento Santiago e na do conselheiro Aires, percebendo como esses, em suas condições de erratas pensantes, conseguem refuncionalizar essas propriedades, que, dentro legitimação da intenção autoral, se distancia em certos pontos das estabelecidas pelas linhas do defunto-autor. Com isso, observa-se como a memória incorpora, no olhar de Bentinho e de Aires, uma ferramenta transfiguradora, e até lírica, de cosmovisões que reificam a partir de uma contingência subjetiva caprichosa o tempo, o espaço e a textualidade na digressão e na fragmentação de um riso- melancólico que ironiza a linguagem das narrativas tradicionalmente construídas como cópias da realidade. Logo, o estudo angariado nessa dissertação, volta-se para os louros da tradição literária machadiana, buscando entender os pilares da maestria que sustentaram a produção casmurra e a diplomática de um dos escritores brasileiros que mais soube desvendar o homem e suas limitações.CAPESThis paper analyzes the literary bases that compose and particularize the memorialistic form in Dom Casmurro (1900) and Memorial de Aires (1908), by Machado de Assis, observing how in these novels memory is a structuring literary device that gives continuity and, at the same time, renews the mnemonic project proposed by Machado in Memórias póstumas de Brás Cubas. For this, we revisit the literary pantheon that founded the compositional turn of the author post-1880, namely: the shandism that is a tradition composed by the revitalization of one of the oldest literary formats in literature - the menipal satire. It is known that, initially, it was rescued by Luciano de Samósata with his Lucianic tradition and that, later, it influenced Laurence Sterne, direct heir of the structural aesthetics that revolutionized his and Machado's writing and, according to Sergio Paulo Rouanet (2007), the main responsible for the definition of the categories currently known as the Shandian form. Thus, in order to explore such extensions, this study was anchored mainly in O riso e a melancolia: a forma shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida Garrett e Machado de Assis (2007), developed by Rouanet with the intention of expanding the Shandian characteristics punctuated in Memórias Póstumas, in the narratives of Bento Santiago and in that of Councillor Aires, noticing how these, in their conditions of thinking erratic, manage to refunctionalize these properties, which, within the legitimation of the authorial intention, distances itself at certain points from those established by the lines of the defunct-author. With this, it is observed how memory incorporates, in the eyes of Bentinho and Aires, a transfiguring tool, and even a lyrical one, of cosmovisions that reify, from a capricious subjective contingency, time, space, and textuality in the digression and fragmentation of a melancholic laughter that ironizes the language of narratives traditionally constructed as copies of reality. Therefore, the study gathered in this dissertation turns to the laurels of Machado's literary tradition, seeking to understand the pillars of mastery that sustained the stubborn and diplomatic production of one of the Brazilian writers who best knew how to unravel man and his limitations.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessMemorial de AiresDom CasmurroForma memorialística machadianaForma shandianaErrata pensanteA forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Airesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82142https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/3/license.txt6928b9260b07fb2755249a5ca9903395MD53ORIGINALDISSERTAÇÃO Marcia Danieli da Silva Costa.pdfDISSERTAÇÃO Marcia Danieli da Silva Costa.pdfapplication/pdf760074https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Marcia%20Danieli%20da%20Silva%20Costa.pdf78e2b75ce843aa450028f6605886754cMD51TEXTDISSERTAÇÃO Marcia Danieli da Silva Costa.pdf.txtDISSERTAÇÃO Marcia Danieli da Silva Costa.pdf.txtExtracted texttext/plain292189https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Marcia%20Danieli%20da%20Silva%20Costa.pdf.txt9754f6ff7b88d060e623a68f57d2131cMD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Marcia Danieli da Silva Costa.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Marcia Danieli da Silva Costa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1166https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Marcia%20Danieli%20da%20Silva%20Costa.pdf.jpgfb6156db36196109caa739772d3ea916MD55123456789/445282022-05-20 02:17:06.406oai:repositorio.ufpe.br:123456789/44528VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2HDp8OjbyBkZSBEb2N1bWVudG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUKIAoKRGVjbGFybyBlc3RhciBjaWVudGUgZGUgcXVlIGVzdGUgVGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyB0ZW0gbyBvYmpldGl2byBkZSBkaXZ1bGdhw6fDo28gZG9zIGRvY3VtZW50b3MgZGVwb3NpdGFkb3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBlIGRlY2xhcm8gcXVlOgoKSSAtICBvIGNvbnRlw7pkbyBkaXNwb25pYmlsaXphZG8gw6kgZGUgcmVzcG9uc2FiaWxpZGFkZSBkZSBzdWEgYXV0b3JpYTsKCklJIC0gbyBjb250ZcO6ZG8gw6kgb3JpZ2luYWwsIGUgc2UgbyB0cmFiYWxobyBlL291IHBhbGF2cmFzIGRlIG91dHJhcyBwZXNzb2FzIGZvcmFtIHV0aWxpemFkb3MsIGVzdGFzIGZvcmFtIGRldmlkYW1lbnRlIHJlY29uaGVjaWRhczsKCklJSSAtIHF1YW5kbyB0cmF0YXItc2UgZGUgVHJhYmFsaG8gZGUgQ29uY2x1c8OjbyBkZSBDdXJzbywgRGlzc2VydGHDp8OjbyBvdSBUZXNlOiBvIGFycXVpdm8gZGVwb3NpdGFkbyBjb3JyZXNwb25kZSDDoCB2ZXJzw6NvIGZpbmFsIGRvIHRyYWJhbGhvOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogZXN0b3UgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBhIGFsdGVyYcOnw6NvIGRhIG1vZGFsaWRhZGUgZGUgYWNlc3NvIGFvIGRvY3VtZW50byBhcMOzcyBvIGRlcMOzc2l0byBlIGFudGVzIGRlIGZpbmRhciBvIHBlcsOtb2RvIGRlIGVtYmFyZ28sIHF1YW5kbyBmb3IgZXNjb2xoaWRvIGFjZXNzbyByZXN0cml0bywgc2Vyw6EgcGVybWl0aWRhIG1lZGlhbnRlIHNvbGljaXRhw6fDo28gZG8gKGEpIGF1dG9yIChhKSBhbyBTaXN0ZW1hIEludGVncmFkbyBkZSBCaWJsaW90ZWNhcyBkYSBVRlBFIChTSUIvVUZQRSkuCgogClBhcmEgdHJhYmFsaG9zIGVtIEFjZXNzbyBBYmVydG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAsIGRlIDE5IGRlIGZldmVyZWlybyBkZSAxOTk4LCBhcnQuIDI5LCBpbmNpc28gSUlJLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFBlcm5hbWJ1Y28gYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBncmF0dWl0YW1lbnRlLCBzZW0gcmVzc2FyY2ltZW50byBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQgKGFxdWlzacOnw6NvKSBhdHJhdsOpcyBkbyBzaXRlIGRvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgbm8gZW5kZXJlw6dvIGh0dHA6Ly93d3cucmVwb3NpdG9yaW8udWZwZS5iciwgYSBwYXJ0aXIgZGEgZGF0YSBkZSBkZXDDs3NpdG8uCgogClBhcmEgdHJhYmFsaG9zIGVtIEFjZXNzbyBSZXN0cml0bzoKCk5hIHF1YWxpZGFkZSBkZSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBhdXRvciBxdWUgcmVjYWVtIHNvYnJlIGVzdGUgZG9jdW1lbnRvLCBmdW5kYW1lbnRhZG8gbmEgTGVpIGRlIERpcmVpdG8gQXV0b3JhbCBubyA5LjYxMCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIHF1YW5kbyBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvIGNvbmRpemVudGUgYW8gdGlwbyBkZSBkb2N1bWVudG8sIGNvbmZvcm1lIGluZGljYWRvIG5vIGNhbXBvIERhdGEgZGUgRW1iYXJnby4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212022-05-20T05:17:06Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
title A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
spellingShingle A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
COSTA, Marcia Danieli da Silva
Memorial de Aires
Dom Casmurro
Forma memorialística machadiana
Forma shandiana
Errata pensante
title_short A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
title_full A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
title_fullStr A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
title_full_unstemmed A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
title_sort A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires
author COSTA, Marcia Danieli da Silva
author_facet COSTA, Marcia Danieli da Silva
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9208440337059365
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3684448281838191
dc.contributor.author.fl_str_mv COSTA, Marcia Danieli da Silva
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv RODRIGUES, Juan Pablo Martín
contributor_str_mv RODRIGUES, Juan Pablo Martín
dc.subject.por.fl_str_mv Memorial de Aires
Dom Casmurro
Forma memorialística machadiana
Forma shandiana
Errata pensante
topic Memorial de Aires
Dom Casmurro
Forma memorialística machadiana
Forma shandiana
Errata pensante
description O presente trabalho analisa as bases literárias que compõem e particularizam a forma memorialística nas obras Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908), de Machado de Assis, observando como nesses romances a memória é um dispositivo literário estruturante que dá continuidade e, ao mesmo tempo, renova o projeto mnemônico proposto por Machado em Memórias póstumas de Brás Cubas. Para isso, revisita-se o panteão literário que fundamentou a virada composicional do autor pós-1880, a saber: o shandismo que é uma tradição composta pela revitalização de um dos formatos literários mais antigos da literatura – a sátira menipeia. Sabe-se que, inicialmente, ela foi resgatada por Luciano de Samósata com sua tradição luciânica e que, posteriormente, influenciou Laurence Sterne, herdeiro direto da estética-estrutural que revolucionou sua escrita e a de Machado e, segundo Sergio Paulo Rouanet (2007), o principal responsável pela definição das categorias que atualmente se conhece como forma shandiana. Assim, com intuito de explorar tais extensões, este estudo ancorou-se, principalmente, no trabalho Riso e Melancolia: a forma shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida Garrett e Machado de Assis (2007), desenvolvido por Rouanet com a intenção de expandir as características shandianistas pontuadas em Memórias Póstumas, nas narrativas de Bento Santiago e na do conselheiro Aires, percebendo como esses, em suas condições de erratas pensantes, conseguem refuncionalizar essas propriedades, que, dentro legitimação da intenção autoral, se distancia em certos pontos das estabelecidas pelas linhas do defunto-autor. Com isso, observa-se como a memória incorpora, no olhar de Bentinho e de Aires, uma ferramenta transfiguradora, e até lírica, de cosmovisões que reificam a partir de uma contingência subjetiva caprichosa o tempo, o espaço e a textualidade na digressão e na fragmentação de um riso- melancólico que ironiza a linguagem das narrativas tradicionalmente construídas como cópias da realidade. Logo, o estudo angariado nessa dissertação, volta-se para os louros da tradição literária machadiana, buscando entender os pilares da maestria que sustentaram a produção casmurra e a diplomática de um dos escritores brasileiros que mais soube desvendar o homem e suas limitações.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-12-09
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-05-19T19:13:36Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-05-19T19:13:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv COSTA, Marcia Danieli da Silva. A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires. 2021. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44528
dc.identifier.dark.fl_str_mv ark:/64986/0013000008d0b
identifier_str_mv COSTA, Marcia Danieli da Silva. A forma memorialística machadiana: o espectro da errata pensante em Dom Casmurro e em Memorial de Aires. 2021. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.
ark:/64986/0013000008d0b
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44528
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Letras
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Marcia%20Danieli%20da%20Silva%20Costa.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Marcia%20Danieli%20da%20Silva%20Costa.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44528/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Marcia%20Danieli%20da%20Silva%20Costa.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
6928b9260b07fb2755249a5ca9903395
78e2b75ce843aa450028f6605886754c
9754f6ff7b88d060e623a68f57d2131c
fb6156db36196109caa739772d3ea916
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1815172758484549632