A representação cultural da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do MEC

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Ana Flávia Teodoro de Mendonça
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12985
Resumo: A partir do entendimento de que a deficiência é também produzida pela linguagem, buscamos, nesta tese, investigar qual a representação cultural da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do MEC, especificando suas articulações com os saberes e poderes que operam na constituição desses sujeitos. O suporte teórico foi buscado em Michel Foucault e em autores ligados ao campo teórico dos Estudos Culturais de vertente pós-estruturalista, como Silva, Costa, Veiga - Neto, Wortmann, Silveira, entre outros. Michel Foucault oferece-nos as ferramentas teóricas e metodológicas com as quais podemos analisar os discursos, valendo-nos, também, das noções de saber, poder e objetivação. O corpus de análise consiste em um conjunto de documentos que vão desde as aulas produzidas no ―espaço da aula‖, passando pelas publicações no ―jornal do professor‖, em que se encontram artigos ligados à deficiência, aos discursos dos profissionais da educação veiculados nos vídeos institucionais, até músicas, artigos de revistas, histórias em quadrinhos (HQs), vídeos do youtube, textos da literatura infantil, que tomaram a deficiência por tema e a constituíram como objeto de conhecimento e de arte. Os achados da pesquisa mostram que a produção da deficiência, no espaço formativo do Portal, acontece por meio da articulação de diferentes discursos, evidenciando que esses sujeitos são construídos através dos saberes e poderes de diversas ciências, levando-nos a reconhecer que a deficiência nada mais é que a regularidade de certos temas, imagens e falas que se repetem em diferentes discursos. Em outras palavras, podemos dizer que os sujeitos que enunciam no Portal se apropriam e fazem circular discursos sobre a deficiência oriunda do campo da medicina, da psicologia, da pedagogia, do discurso da diversidade, da inclusão, além do discurso religioso, que se ocupam em nomear e narrar essas pessoas, fazendo surgir múltiplas representações culturais. Constatamos também que o discurso sobre a deficiência apresenta-se híbrido, pois, ao mesmo tempo em que se fundamenta num discurso inclusivo, afirmando o direito de ser diferente e enfatizando tudo aquilo que torna as pessoas com deficiência indivíduos verdadeiramente individuais, em contrapartida, atacam essa individualidade, fazendo aparecer um sujeito universal, reduzido nas conceitualizações médicas e psicológicas da deficiência. Outros achados revelam que a representação da deficiência fundamenta-se em um discurso antagônico, evidenciando que esses sujeitos vão sendo constituídos e significados de maneiras múltiplas, mas nem sempre de maneira harmônica ou linear. Assim, se por um lado temos a produção do herói deficiente, representado por discursos que enaltecem as capacidades sobre-humanas desses sujeitos, por outro lado temos os discursos que apresentam os sujeitos com deficiência a partir de suas incapacidades, de suas limitações e supostas ―faltas‖. Assim, poderíamos dizer que a pessoa com deficiência é, ao mesmo tempo, selvagem (monstro), e ainda o mais obediente e puro dos seres; ele é a encarnação do herói e, todavia, incapaz de realizar as tarefas mais simples; ele é inocente como uma criança e, todavia, é incitado a falar dos detalhes mais íntimos de sua vida amorosa e sexual. Nesse sentido, esperamos que nossa tese contribua de alguma forma para questionar as lentes com que as pessoas com deficiência são vistas, e com que enunciados esses indivíduos com deficiência são falados nos processos formativos virtuais, como aqueles que acontecem no Portal do Professor do MEC.
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O corpus de análise consiste em um conjunto de documentos que vão desde as aulas produzidas no ―espaço da aula‖, passando pelas publicações no ―jornal do professor‖, em que se encontram artigos ligados à deficiência, aos discursos dos profissionais da educação veiculados nos vídeos institucionais, até músicas, artigos de revistas, histórias em quadrinhos (HQs), vídeos do youtube, textos da literatura infantil, que tomaram a deficiência por tema e a constituíram como objeto de conhecimento e de arte. Os achados da pesquisa mostram que a produção da deficiência, no espaço formativo do Portal, acontece por meio da articulação de diferentes discursos, evidenciando que esses sujeitos são construídos através dos saberes e poderes de diversas ciências, levando-nos a reconhecer que a deficiência nada mais é que a regularidade de certos temas, imagens e falas que se repetem em diferentes discursos. Em outras palavras, podemos dizer que os sujeitos que enunciam no Portal se apropriam e fazem circular discursos sobre a deficiência oriunda do campo da medicina, da psicologia, da pedagogia, do discurso da diversidade, da inclusão, além do discurso religioso, que se ocupam em nomear e narrar essas pessoas, fazendo surgir múltiplas representações culturais. Constatamos também que o discurso sobre a deficiência apresenta-se híbrido, pois, ao mesmo tempo em que se fundamenta num discurso inclusivo, afirmando o direito de ser diferente e enfatizando tudo aquilo que torna as pessoas com deficiência indivíduos verdadeiramente individuais, em contrapartida, atacam essa individualidade, fazendo aparecer um sujeito universal, reduzido nas conceitualizações médicas e psicológicas da deficiência. Outros achados revelam que a representação da deficiência fundamenta-se em um discurso antagônico, evidenciando que esses sujeitos vão sendo constituídos e significados de maneiras múltiplas, mas nem sempre de maneira harmônica ou linear. Assim, se por um lado temos a produção do herói deficiente, representado por discursos que enaltecem as capacidades sobre-humanas desses sujeitos, por outro lado temos os discursos que apresentam os sujeitos com deficiência a partir de suas incapacidades, de suas limitações e supostas ―faltas‖. Assim, poderíamos dizer que a pessoa com deficiência é, ao mesmo tempo, selvagem (monstro), e ainda o mais obediente e puro dos seres; ele é a encarnação do herói e, todavia, incapaz de realizar as tarefas mais simples; ele é inocente como uma criança e, todavia, é incitado a falar dos detalhes mais íntimos de sua vida amorosa e sexual. Nesse sentido, esperamos que nossa tese contribua de alguma forma para questionar as lentes com que as pessoas com deficiência são vistas, e com que enunciados esses indivíduos com deficiência são falados nos processos formativos virtuais, como aqueles que acontecem no Portal do Professor do MEC.CAPESporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessInclusãoDeficiênciaSaber-PoderRepresentação culturalA representação cultural da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do MECinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Ana Flávia Teodoro de Mendonça Oliveira.pdf.jpgTESE Ana Flávia Teodoro de Mendonça Oliveira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1184https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12985/5/TESE%20Ana%20Fl%c3%a1via%20Teodoro%20de%20Mendon%c3%a7a%20Oliveira.pdf.jpg6360b420748030e204bda4523461997eMD55ORIGINALTESE Ana Flávia Teodoro de Mendonça Oliveira.pdfTESE Ana Flávia Teodoro de Mendonça Oliveira.pdfTese de doutoradoapplication/pdf2308117https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12985/1/TESE%20Ana%20Fl%c3%a1via%20Teodoro%20de%20Mendon%c3%a7a%20Oliveira.pdfb603cd45f771088754e01e4707daf5a8MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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