Desvalorização Do Trabalho E Consumo Honorífico Em Recife
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Data de Publicação: | 2007 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7338 |
Resumo: | Partindo-se da evidência segundo a qual persiste todo um panorama de relação entre valorização-desvalorização dos indivíduos em função do tipo de ofício desempenhado e a capacidade de consumo distintivo como meio de ressaltar a condição social, tomamos o ímpeto de avaliar estes processos na sociedade escravista brasileira. Sob a vigência do regime escravista, a ação e o espectro de suas implicações eram abrangentes, afetando a dimensão de reconhecimento e valoração das atividades empreendidas na produção direta, uma vez que os ofícios manuais estavam associados a um pejorativo estado de submissão e desvalorização social de seu realizador. Impregnados por estigmas simbólicos que tendiam a impingir um degradante grau de vexame social, estes ofícios e atividades eram evitados por indivíduos livres porque estavam associados ao degradante estado da condição cativa de existência. Além de contaminar determinados ofícios mecânicos com o aviltamento associado ao trabalho escravo e seu emprego em tais atividades, a mentalidade predominante acabou por ressaltar a isenção de tais ofícios como meio de diferenciação. Como maneira mais ressaltada de demonstrar um privilegiado estado de subsistência e status, indivíduos que orbitavam entre meios mais abastados ou mesmo que dispunham de condições apenas suficientes para escapar de tal condição subalterna acorriam a meios capazes de anunciar e alardear sua situação seja no emprego de tempo e esforço em atividades intocadas por tal mácula. Tomando-se ainda o consumo como fator distintivo, evidencia-se que a capacidade de dispor de meios materiais suficientes para o dispêndio em bens que agregam valores simbólicos honoríficos era algo amplamente perseguido por quem pretendesse indicar um efetivo ou suposto estado de reconhecimento social. A ambientação deste estudo na cidade do Recife no período de governo de Francisco do Rêgo Barros, então Barão da Boa Vista (1837-1844), encontramos, considerando a possibilidade documental, um apelo para o fato de que em tais circunstâncias, além da condição depreciativa sobre o trabalho braçal persistiu um apelo pelo desejo e pelo projeto de modernização civilizador da cidade, considerando os moldes e perspectivas da elite local influenciados por modelos de civilidade europeus. Esta proposta reivindicava dotar a cidade de estruturas de convivência e fluência de maneirismos e hábitos presumivelmente renovados de civilização e requinte. Tal ambiente tornava mais propício o impulso pelo consumo honorífico e pelas maneiras e costumes que envergassem maiores apelos distintivos. Tomando como fontes a imprensa escrita através de artigos, notícias e anúncios, relatos de cronistas contemporâneos e documentação inventarial e testamentos, o estudo parte de aspectos contidos na obra A teoria da classe ociosa, de Thorstein Veblen, e busca avaliar o emprego do consumo e da isenção relativa ao trabalho manual na capital pernambucana em um período tido como áureo de desenvolvimento da província em termos produtivos, políticos e também em termos de sua vida sócio-cultural |
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A ambientação deste estudo na cidade do Recife no período de governo de Francisco do Rêgo Barros, então Barão da Boa Vista (1837-1844), encontramos, considerando a possibilidade documental, um apelo para o fato de que em tais circunstâncias, além da condição depreciativa sobre o trabalho braçal persistiu um apelo pelo desejo e pelo projeto de modernização civilizador da cidade, considerando os moldes e perspectivas da elite local influenciados por modelos de civilidade europeus. Esta proposta reivindicava dotar a cidade de estruturas de convivência e fluência de maneirismos e hábitos presumivelmente renovados de civilização e requinte. Tal ambiente tornava mais propício o impulso pelo consumo honorífico e pelas maneiras e costumes que envergassem maiores apelos distintivos. Tomando como fontes a imprensa escrita através de artigos, notícias e anúncios, relatos de cronistas contemporâneos e documentação inventarial e testamentos, o estudo parte de aspectos contidos na obra A teoria da classe ociosa, de Thorstein Veblen, e busca avaliar o emprego do consumo e da isenção relativa ao trabalho manual na capital pernambucana em um período tido como áureo de desenvolvimento da província em termos produtivos, políticos e também em termos de sua vida sócio-culturalConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessTrabalho manualconsumo honoríficoescravidãoGoverno Rêgo Barroscivilidadestatus socialDesvalorização Do Trabalho E Consumo Honorífico Em Recifeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo3348_1.pdf.jpgarquivo3348_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1271https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7338/4/arquivo3348_1.pdf.jpgf282bf063b6143eb15c5d7d40b8b54ffMD54ORIGINALarquivo3348_1.pdfapplication/pdf1988720https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7338/1/arquivo3348_1.pdf2da898ac5efe7282e97b5da88f673da6MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7338/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo3348_1.pdf.txtarquivo3348_1.pdf.txtExtracted texttext/plain347002https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7338/3/arquivo3348_1.pdf.txtc8357b77e317ae39269efd786fdb2a7bMD53123456789/73382019-10-25 05:47:52.638oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7338Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T08:47:52Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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