Dislipidemias e distúrbios cardiometabólicos em populações indígenas

• Autor(a) principal: SILVA, Ilton Palmeira
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39527
• topic: Sistema cardiovascular – Doenças; Obesidade; Hipertensão

As dislipidemias são responsáveis pelos maiores índices de mortalidade em todo o mundo, inclusive no Brasil, e umas das morbidades que mais contribui para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares ateroscleróticas. Outro agravante que se soma a dislipidemia é a obesidade que tem se tornado um dos principais problemas de saúde pública. Existem vários determinantes intrinsecamente relacionados a esta enfermidade, dentre estes pode-se citar os determinantes fisiológicos do controle do peso e do apetite, como: fatores neuronais, endócrinos, adipocitários, intestinais e psicológicos, fato que tem contribuído para a prevalência de pessoas com sobrepeso e obesidade. Vale ressaltar que não apenas o excesso de massa corpórea, mas, sobretudo, a sua distribuição, precisa ser levada em consideração e por isso tem sido importante realizar aferições da circunferência da cintura, também chamada de circunferência abdominal, em centímetros (cm), e do índice cintura/quadril (ICQ), que envolve as medições das circunferências da cintura e do quadril, pois a obesidade abdominal tem sido associada principalmente a distúrbios do metabolismo lipídico e consequentemente as dislipidemias. Também existe um outro fator de grande relevância no metabolismo lipídico que é a função e atividade da ApoE, a qual está relacionada à mediação do reconhecimento e internalização hepática de lipoproteínas ricas em triglicerídios, os quilomícrons e as VLDLs, bem como tem participação efetiva no metabolismo das lipoproteínas ricas em colesterol, o que pode influenciar nos níveis lipídicos, motivo pelo qual se propõe o presente projeto de pesquisa a investigar a relação das dislipidemias em duas comunidades indígenas de Pernambuco, Pankararu e Fulni-ô. Na atualidade existem entre 257 e 350 milhões de indígenas no mundo, só na américa latina há aproximadamente 400 povos indígenas e no Brasil 817,9 mil indígenas sendo que 36,2% residem na área urbana e 63,8% na área rural fatores que favorecem um maior contato com a sociedade não índia, colaborando assim para importantes mudanças nos hábitos, costumes, e condições de vida desses povos como a própria subsistência, escassez de terra para plantio, introdução de alimentos industrializados e o próprio sedentarismo gerado e presente nesse ambiente, o que mostra-se mais uma vez a necessidade de estudos que gerem dados referentes a situação de saúde desses indígenas frente aos problemas metabólicos decorrente dessas alterações de hábitos. Este grupo étnico é bastante carente de estudos e pesquisa relacionadas a saúde e, principalmente referente ao estado metabólico, razão pela qual se debruçou o presente projeto que teve como proposta investigar o perfil lipídico e a prevalência de quadro dislipidêmicos em população indígena da etnia pankararu e fulni-ô, verificando as alterações existentes decorrente do novos hábitos de vida nessas populações e dessa forma analisando as alterações nos paramentos utilizados para aferições de alterações metabólicas como Colesterol total, Colesterol HDL, Colesterol LDL, Triglicerídeos, Glicose, Ácido úrico bem como as transaminases para também verificar a preservação da função hepática e consequentemente atividade das enzimas no metabolismo lipídico. Assim o presente estudo trouxe dados bastante significativo para as referidas populações indígenas bem como para os profissionais de saúde poderem trabalharem de forma mais assertiva e possibilitar avanços no campo das pesquisas com indígenas com perfis semelhantes. Todavia, estudos que proponham a investigação de outras populações e novos paramentos de análises são extremamente necessários para outras inferências e descobertas de novas evidencias de outras morbidades.