Africanos e o uso da Lei Feijó em Pernambuco : resistência ao cativeiro ilegal entre as décadas de 1870 e 1880
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Data de Publicação: | 2021 |
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Resumo: | O presente trabalho tem por objetivo discutir a resistência escrava exercida por africanos e seus descendentes que acessaram a Justiça pernambucana, entre as duas décadas finais da instituição da escravidão no Brasil, e tornaram-se autores de ações que visavam alterar seus respectivos estatutos jurídicos. Alegando que o cativeiro no qual permaneciam desde muito jovens era ilegal por ter ocorrido após a promulgação da chamada lei Feijó, de 1831, que criminalizou o comércio atlântico de escravizados. A documentação trabalhada compreende um total de seis processos entre petições judiciais e ações de liberdade propriamente ditas, pertencentes ao acervo público do Memorial da Justiça de Pernambuco. A atitude destes autores em confrontar a propriedade senhorial pela esfera judiciária se coaduna a de outros inúmeros que por todo o Império se intensificou posteriormente à lei Rio Branco, ou “do ventre livre” de 1871. Esta, a despeito de uma proposta de abolição gradual do Estado, representou conquista dos escravizados, em função da atuação do conjunto das formas de resistência até aquele ponto do século XIX, pois ampliou possibilidades de alforrias e da impetração de ações judiciais de liberdade. A riqueza documental das fontes aqui trabalhadas permite lançar o olhar para o período em questão e, retrospectivamente, para as décadas que registraram massiva e ilícita importação de africanos para o Brasil. Isto foi possível pelos depoimentos de autores e testemunhas, pela atuação de curadores e dos representantes do senhorio, que, mesmo às vésperas da abolição definitiva insistiam na manutenção da propriedade escrava e ilegal. |
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LIRA, Renato Torres dehttp://lattes.cnpq.br/7826356087916383http://lattes.cnpq.br/3129308742912649CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de2022-08-04T16:56:58Z2022-08-04T16:56:58Z2021-09-27LIRA, Renato Torres de. Africanos e o uso da Lei Feijó em Pernambuco: resistência ao cativeiro ilegal entre as décadas de 1870 e 1880. 2021. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45466ark:/64986/0013000014hbmO presente trabalho tem por objetivo discutir a resistência escrava exercida por africanos e seus descendentes que acessaram a Justiça pernambucana, entre as duas décadas finais da instituição da escravidão no Brasil, e tornaram-se autores de ações que visavam alterar seus respectivos estatutos jurídicos. Alegando que o cativeiro no qual permaneciam desde muito jovens era ilegal por ter ocorrido após a promulgação da chamada lei Feijó, de 1831, que criminalizou o comércio atlântico de escravizados. A documentação trabalhada compreende um total de seis processos entre petições judiciais e ações de liberdade propriamente ditas, pertencentes ao acervo público do Memorial da Justiça de Pernambuco. A atitude destes autores em confrontar a propriedade senhorial pela esfera judiciária se coaduna a de outros inúmeros que por todo o Império se intensificou posteriormente à lei Rio Branco, ou “do ventre livre” de 1871. Esta, a despeito de uma proposta de abolição gradual do Estado, representou conquista dos escravizados, em função da atuação do conjunto das formas de resistência até aquele ponto do século XIX, pois ampliou possibilidades de alforrias e da impetração de ações judiciais de liberdade. A riqueza documental das fontes aqui trabalhadas permite lançar o olhar para o período em questão e, retrospectivamente, para as décadas que registraram massiva e ilícita importação de africanos para o Brasil. Isto foi possível pelos depoimentos de autores e testemunhas, pela atuação de curadores e dos representantes do senhorio, que, mesmo às vésperas da abolição definitiva insistiam na manutenção da propriedade escrava e ilegal.FACEPEThis research aims to discuss the slave resistance exercised by Africans and their descendants in the Pernambuco's Justice, on two last decades of slavery in Brazil, whose became authors of actions claim changing their respective legal statutes. Those authors alleging that captivity, which they are since early age, was illegal because it occurred after the so-called Feijó law, of 1831, which criminalized the Atlantic slave trade. In this research, the documental sources comprise six processes, including judicial petitions and freedom actions, belonging to the public collection of the Memorial da Justiça de Pernambuco. The resistant act of these authorsby law system is in line with that many others throughout the Brazilian Empire whose intensification occurred after the Rio Branco law, or “do ventre livre” in 1871. Despite to be a proposal of gradual slavery abolition by the State that law represented the conquest of the slaves, due the resistance acts performed at that moment in the 19th century, thus expandedthe chances of manumissions and the freedom lawsuits. The quality of documentation worked on this research allows us to look at the period in question and, retrospectively, at the decades that registered huge and illicit importation of Africans to Brazil. This was possible by the testimonies of authors and witnesses, by the actions of lawyers and representatives of the landlord, who, even until the end of slavery system, persisted on maintaining slave and illegal property.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em HistoriaUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPernambuco - HistóriaJustiçaProcessos – Pernambuco – HistóriaEscravidãoAfricanos e o uso da Lei Feijó em Pernambuco : resistência ao cativeiro ilegal entre as décadas de 1870 e 1880info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Renato Torres de Lira.pdfDISSERTAÇÃO Renato Torres de Lira.pdfapplication/pdf1905661https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/45466/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Renato%20Torres%20de%20Lira.pdf6e37b95af97ecacd1227d35655e75af5MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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