“Quando não tem bebida, morga logo!”: um estudo interseccional sobre juventude e consumo de álcool
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25391 |
Resumo: | Este trabalho buscou compreender significados atribuídos por jovens ao consumo de bebidas alcoólicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de inspiração feminista, inserida na Psicologia Social. Assumiu como perspectivas a pesquisa-intervenção e a interseccionalidade de marcadores sociais para a compreensão/intervenção de/em posicionamentos das/os jovens interlocutoras/es relativamente ao consumo de álcool. Estas/Estes, jovens habitantes da região Suape-PE, estudantes do ensino médio da rede pública de ensino em território que tem vivenciado um intenso processo de desenvolvimento econômico. Desenvolveu-se a partir do trabalho com grupo em três rodas de conversa – videogravadas e transcritas – nas quais o uso de álcool foi abordado, respectivamente, segundo os vieses da sociabilidade, do lazer, e de discursos de riscos e prazeres envolvidos em práticas de consumo. Foi possível perceber o álcool como um importante elemento relacionado à sociabilidade das/os jovens. O tensionamento público-privado caracterizou diferentes experiências com as bebidas, de modo que os significados atribuídos ao beber variaram de acordo com o contexto relacional em que se bebe. O beber em família foi referido como uma experiência menos prazerosa em relação ao beber no grupo de amigos, por se caracterizar como um espaço de regulações segundo uma hierarquia geracional, que circunscreve o ato de beber em códigos de moralização, normatização e inibição. De outro modo, beber no grupo de amigos parece caracterizar um contexto em que se sente mais livre para se experimentar: quanto aos limites e possibilidades do próprio corpo; em experiências afetivo-sexuais; e ainda, quanto aos prazeres e riscos potencialmente envolvidos em práticas de consumo. O ato de beber, no contexto do grupo de pares, parece funcionar como um extensor do tempo em que se está junto, como potencializador da sociabilidade. Ressalta-se que os significados do beber se distinguem quanto aos marcadores de gênero, sobretudo quando articulados às vivências e posicionamentos sexuais. A mulher que bebe, sobretudo no espaço público, se vê como alvo de críticas e regulações; além disso, a experiência de embriaguez para mulheres jovens é fortemente associada ao risco de violência sexual. Por outro lado, o homem que bebe pode se sentir mais desinibido, e assim, colocar-se de forma mais ativa em situações de paquera, o que lhe é esperado e valorizado. Há uma fronteira tênue entre prazeres e riscos nas experiências de consumo de álcool, os quais as/os jovens precisam aprender a gerir. Como via de controle do corpo, o marcador religião emergiu como forma de gestão de riscos e prazeres através da restrição ou mesmo prescrição do não uso de bebidas, para mulheres e homens. O marcador território pareceu delinear uma associação entre bebidas e violência quando o consumo de álcool é pensado em relação ao outro, sobretudo os ditos “baianos”, homens de outros estados que estão na região Suape trabalhar em empresas de construção civil. |
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SOUZA, Leyllyanne Bezerra dehttp://lattes.cnpq.br/9478360890414265Inserir LattesMENEZES, Jaileila de Araújo2018-08-03T22:00:38Z2018-08-03T22:00:38Z2015-02-24https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25391ark:/64986/001300000n00cEste trabalho buscou compreender significados atribuídos por jovens ao consumo de bebidas alcoólicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de inspiração feminista, inserida na Psicologia Social. Assumiu como perspectivas a pesquisa-intervenção e a interseccionalidade de marcadores sociais para a compreensão/intervenção de/em posicionamentos das/os jovens interlocutoras/es relativamente ao consumo de álcool. Estas/Estes, jovens habitantes da região Suape-PE, estudantes do ensino médio da rede pública de ensino em território que tem vivenciado um intenso processo de desenvolvimento econômico. Desenvolveu-se a partir do trabalho com grupo em três rodas de conversa – videogravadas e transcritas – nas quais o uso de álcool foi abordado, respectivamente, segundo os vieses da sociabilidade, do lazer, e de discursos de riscos e prazeres envolvidos em práticas de consumo. Foi possível perceber o álcool como um importante elemento relacionado à sociabilidade das/os jovens. O tensionamento público-privado caracterizou diferentes experiências com as bebidas, de modo que os significados atribuídos ao beber variaram de acordo com o contexto relacional em que se bebe. O beber em família foi referido como uma experiência menos prazerosa em relação ao beber no grupo de amigos, por se caracterizar como um espaço de regulações segundo uma hierarquia geracional, que circunscreve o ato de beber em códigos de moralização, normatização e inibição. De outro modo, beber no grupo de amigos parece caracterizar um contexto em que se sente mais livre para se experimentar: quanto aos limites e possibilidades do próprio corpo; em experiências afetivo-sexuais; e ainda, quanto aos prazeres e riscos potencialmente envolvidos em práticas de consumo. O ato de beber, no contexto do grupo de pares, parece funcionar como um extensor do tempo em que se está junto, como potencializador da sociabilidade. Ressalta-se que os significados do beber se distinguem quanto aos marcadores de gênero, sobretudo quando articulados às vivências e posicionamentos sexuais. A mulher que bebe, sobretudo no espaço público, se vê como alvo de críticas e regulações; além disso, a experiência de embriaguez para mulheres jovens é fortemente associada ao risco de violência sexual. Por outro lado, o homem que bebe pode se sentir mais desinibido, e assim, colocar-se de forma mais ativa em situações de paquera, o que lhe é esperado e valorizado. Há uma fronteira tênue entre prazeres e riscos nas experiências de consumo de álcool, os quais as/os jovens precisam aprender a gerir. Como via de controle do corpo, o marcador religião emergiu como forma de gestão de riscos e prazeres através da restrição ou mesmo prescrição do não uso de bebidas, para mulheres e homens. O marcador território pareceu delinear uma associação entre bebidas e violência quando o consumo de álcool é pensado em relação ao outro, sobretudo os ditos “baianos”, homens de outros estados que estão na região Suape trabalhar em empresas de construção civil.FACEPEThis study aimed to understand the meanings attributed by young people to alcohol consumption. This is a qualitative study of feminist inspiration, inserted in social psychology. It took over as prospects for intervention research and the intersectionality of social markers for understanding /intervention in positions of young interlocutors in relation to alcohol consumption. These are young inhabitants of Suape, Pernambuco region, high school students from public schools, in territory that has experienced an intense process of economic development. It was developed from work with group, in three rounds of conversation – recorded in video and transcribed - in which the use of alcohol was addressed, respectively, according to the biases of sociability, leisure, and risk and pleasures discourses and involved in practices consumption. We could perceive alcohol as an important element related to sociability of young people. The public-private tensioning featured different experiences with the drinks, so that the meanings attributed to drinking varied according to the relational context. Drinking in family was referred as a less pleasurable experience regarding drinking in the group of friends, because it is characterized as a space setting according to a generational hierarchy, which limited the act of drinking in moralization codes, regulation and inhibition. Otherwise, drinking in the group of friends seems to characterize a context where young people feel freer to experiment: as the limits and possibilities of one's body; in sexual experiences; and pleasures and potential risks involved in consumption practices. Drinking in the context of peer group, appears to be a time extender in which young people are together, facilitating sociability. It is noteworthy that the meanings of drinking differ as to gender markers, especially when articulated to the experiences and sexual positions. Women who drink, especially in the public space, are seen as the target of criticism and regulations; furthermore, intoxication experience for young women is strongly associated with risk of sexual violence. On the other hand, men who drink can feel more uninhibited, and thus put themselves more actively in dating situations, what is expected and valued related to him. There is a fine line between pleasure and risks on the experiences of alcohol consumption, which young people need to learn to manage. The religion marker emerged as a form of risk and pleasures management by restricting or even prescription of nonuse of drinks for women and men. The territory marker seemed to delineate an association between beverages and violence when alcohol consumption is thought to the other, especially those called "Bahia", men from other states that are in Suape region, working in construction companies.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em PsicologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologiaPsicologia socialJuventudeJovens – Uso de álcoolInterseccionalidadePesquisa-intervenção“Quando não tem bebida, morga logo!”: um estudo interseccional sobre juventude e consumo de álcoolinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Leyllyanne Bezerra de Souza.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Leyllyanne Bezerra de Souza.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1161https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25391/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Leyllyanne%20Bezerra%20de%20Souza.pdf.jpg19ba6b5a479bf686fe64b5b51e1282cbMD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Leyllyanne Bezerra de Souza.pdfDISSERTAÇÃO Leyllyanne Bezerra de Souza.pdfapplication/pdf2119749https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25391/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Leyllyanne%20Bezerra%20de%20Souza.pdf49d32a9e6db7ba82b600ef625e2be3e7MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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