Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Nathalia Albuquerque da
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38827
Resumo: A presente pesquisa perscruta a dinâmica dos processos criativos na atividade da cantoria de viola, enfocando sua face estético-subjetiva, semiótica e dialógica. Também conhecida como repente, a cantoria de viola é uma atividade tradicional no Nordeste brasileiro e tem como principais características: ser uma produção artística oral, feita de improviso, sob um conjunto de regras relativas à forma (métrica, rima), realizada por uma dupla de cantadores/repentistas. Nesse contexto, a presente pesquisa debruçou-se, de forma exploratória, sobre as vicissitudes da emergência do novo no diálogo poético entre o cantador, seu parceiro e o público, a partir da perspectiva do primeiro. A aparente inexplicabilidade do verso improvisado é experiência tão concreta quanto desafiadora aos estudos da Psicologia dos processos criativos. Tem-se como ancoragem teórica do processo criativo a perspectiva histórico-cultural, que privilegia as noções de cocriação e criatividade distribuída, assumindo-se que a emergência do novo envolve a interação entre ator, audiência, ação, artefato e affordance. Toma-se como referencial ontológico-epistemológico o dialogismo bakhtiniano, partindo das noções de posição axiológica do autor-criador e do caráter alteritário da experiência estética, compreendida como forma particular de impactação do sujeito pelo mundo. Considera-se que a cantoria é uma forma poética cuja resultante criativa corresponde à performance do cantador na construção de versos e as metáforas construídas se configuram conforme a caracterização bakhtinana de enunciado, constituindo-se na concretude social, histórica e cultural das relações eu-outro. Assim, propõe-se a metáfora como unidade capaz de conservar as propriedades psicológicas do processo criativo na ação do cantador, sendo ela caracterizada enquanto signo marcado por: a) intensa ambiguidade; b) abertura para a alteridade do próprio dito; c) síntese entre perspectivas próprias ao jogo de linguagem enunciativo entre as audiências presentes, históricas e imaginadas. Concebemos uma abordagem metodológica de caráter idiográfico, em que se buscou uma compreensão do processo criativo no seu contexto. O estudo de caso teve como participante um cantador repentista, que foi demandado a improvisar com um parceiro habitual. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais com o participante, com ênfase em sua trajetória na cantoria, e nas cognições e emoções relacionadas ao processo de composição da etapa anterior. Os dados construídos foram interpretados sob a perspectiva dialógica, considerando-se os seguintes eixos implicados na emergência da metáfora: 1) Outridades dialógicas; 2) Temporalidade; 3) Técnica e 4) Estética. Como resultados, identificamos a presença de dualidades referentes à trajetória de vida na construção da posição do eu-cantador e dualidades relativas ao momento da ação simbólica. Com isso, as conclusões do estudo situam o nascimento das metáforas a partir dos tensionamentos que emergem na borda entre a singularidade do repentista e seu confronto com as outridades, notadamente, do público e do parceiro cantador, elucidando o caráter fundamental de cocriação dessa atividade artística. Os achados indicam a substancialidade do registro afetivo e intersubjetivo no estudo da psicologia dos processos criativos e apresentam pontos de abertura para novas pesquisas que contribuam para uma cultura de atenção à criatividade.
id UFPE_7fe075cceabe68249a3ba33260e81f33
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/38827
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling SILVA, Nathalia Albuquerque dahttp://lattes.cnpq.br/6830060313423717http://lattes.cnpq.br/7476389316309044PINHEIRO, Marina Assis Pinheiro2020-11-30T18:35:22Z2020-11-30T18:35:22Z2020-05-20SILVA, Nathalia Albuquerque da. Como nascem as metáforas no repente?: um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicologia Cognitiva) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38827A presente pesquisa perscruta a dinâmica dos processos criativos na atividade da cantoria de viola, enfocando sua face estético-subjetiva, semiótica e dialógica. Também conhecida como repente, a cantoria de viola é uma atividade tradicional no Nordeste brasileiro e tem como principais características: ser uma produção artística oral, feita de improviso, sob um conjunto de regras relativas à forma (métrica, rima), realizada por uma dupla de cantadores/repentistas. Nesse contexto, a presente pesquisa debruçou-se, de forma exploratória, sobre as vicissitudes da emergência do novo no diálogo poético entre o cantador, seu parceiro e o público, a partir da perspectiva do primeiro. A aparente inexplicabilidade do verso improvisado é experiência tão concreta quanto desafiadora aos estudos da Psicologia dos processos criativos. Tem-se como ancoragem teórica do processo criativo a perspectiva histórico-cultural, que privilegia as noções de cocriação e criatividade distribuída, assumindo-se que a emergência do novo envolve a interação entre ator, audiência, ação, artefato e affordance. Toma-se como referencial ontológico-epistemológico o dialogismo bakhtiniano, partindo das noções de posição axiológica do autor-criador e do caráter alteritário da experiência estética, compreendida como forma particular de impactação do sujeito pelo mundo. Considera-se que a cantoria é uma forma poética cuja resultante criativa corresponde à performance do cantador na construção de versos e as metáforas construídas se configuram conforme a caracterização bakhtinana de enunciado, constituindo-se na concretude social, histórica e cultural das relações eu-outro. Assim, propõe-se a metáfora como unidade capaz de conservar as propriedades psicológicas do processo criativo na ação do cantador, sendo ela caracterizada enquanto signo marcado por: a) intensa ambiguidade; b) abertura para a alteridade do próprio dito; c) síntese entre perspectivas próprias ao jogo de linguagem enunciativo entre as audiências presentes, históricas e imaginadas. Concebemos uma abordagem metodológica de caráter idiográfico, em que se buscou uma compreensão do processo criativo no seu contexto. O estudo de caso teve como participante um cantador repentista, que foi demandado a improvisar com um parceiro habitual. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais com o participante, com ênfase em sua trajetória na cantoria, e nas cognições e emoções relacionadas ao processo de composição da etapa anterior. Os dados construídos foram interpretados sob a perspectiva dialógica, considerando-se os seguintes eixos implicados na emergência da metáfora: 1) Outridades dialógicas; 2) Temporalidade; 3) Técnica e 4) Estética. Como resultados, identificamos a presença de dualidades referentes à trajetória de vida na construção da posição do eu-cantador e dualidades relativas ao momento da ação simbólica. Com isso, as conclusões do estudo situam o nascimento das metáforas a partir dos tensionamentos que emergem na borda entre a singularidade do repentista e seu confronto com as outridades, notadamente, do público e do parceiro cantador, elucidando o caráter fundamental de cocriação dessa atividade artística. Os achados indicam a substancialidade do registro afetivo e intersubjetivo no estudo da psicologia dos processos criativos e apresentam pontos de abertura para novas pesquisas que contribuam para uma cultura de atenção à criatividade.The present research peers into the dynamics of creative processes in the activity of guitar singing, focusing on its aesthetic-subjective, semiotic and dialogic interface. Also known as repente, cantoria de viola, or viola/guitar singing is a traditional activity in the Northeast of Brazil, and presents the following characteristics as its main: it is an oral, carried out through improvise, following a set of rules in terms of form (metrics and rhyme), performed by a duo of singers or repentistas. In this context, this research explored the vicissitudes of novelty surfacing in the poetic dialogue between the singer, their partner and the audience, from the perspective of the first. The apparent inexplicability of the improvised verse is a concrete experience as far as it is challenging to the studies in the field of Psychology of creative processes. The theoretical basis of the creative process is a historic-cultural perspective that favors the notions of co-creation and distributed creativity, presuming that the emergence of novelty involves interaction between actor, audience, action, artifact, and affordance. Bakhtinian dialogism is taken as an ontological-epistemological reference, based on the axiological position of the author-creator and the alteritarian characteristic of the aesthetic experience, which is understood as a particular way that the world impacts the subject. Singing is considered a poetic form whose creative result corresponds to the performance of the singer in the construction of verses and metaphors crafted and configured according to Bakhtin’s characterization of utterance, constituting itself in the social, historical and cultural concreteness of the I-Other relationships. Thus, metaphor is proposed as a unit capable of conserving the psychological properties of the creative process in the singer’s action, being characterized as a sign marked by a) intense ambiguity; b) openness to the otherness of the utterance itself; c) synthesis between specific perspectives of the enunciative language game between the present, historical and imagined audiences. An idiographic character was conceived as a methodological approach, in which an understanding of the creative process in its context was sought. The case study had as a participant a repentista, who was asked to improvise along with his regular partner. Individual semi-structured interviews were conducted with the participant, emphasizing his trajectory in singing, and on the cognitions and emotions related to the composition process of the previous stage. The constructed data were interpreted from a dialogical perspective, taking into consideration the following axes involved in the surfacing of the metaphor: 1) Dialogical othernesses; 2) Temporality; 3) Technique and 4) Aesthetics. As a result, the presence of dualities related to the life trajectory in the construction of the I-as-repentista position was identified, as well as dualities related to the moment of symbolic action. That being said, conclusions drawn by this study place the emergence of metaphors in the tensions that surface in the border between the singularity of the repentista singer and his confrontation with the othernesses, notably, the audience and the partner, elucidating the fundamental and co-creative character of this artistic activity. The findings indicate the substantiality of the affective and intersubjective register in the study of the Psychology of creative processes, as well as provide an openness for new research that contributes to a culture of attention to creativity.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Psicologia CognitivaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologia cognitivaCulturaRepentes (Música)RepentistasCriatividadeMetáforaComo nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeúinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Nathalia Albuquerque da Silva.pdfDISSERTAÇÃO Nathalia Albuquerque da Silva.pdfapplication/pdf2811822https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathalia%20Albuquerque%20da%20Silva.pdf312d85a3b9c552739e0da1b5db45baaeMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTDISSERTAÇÃO Nathalia Albuquerque da Silva.pdf.txtDISSERTAÇÃO Nathalia Albuquerque da Silva.pdf.txtExtracted texttext/plain337139https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathalia%20Albuquerque%20da%20Silva.pdf.txtebb31aaf6d43af3ca49fcd3304c05972MD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Nathalia Albuquerque da Silva.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Nathalia Albuquerque da Silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1211https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathalia%20Albuquerque%20da%20Silva.pdf.jpge162b0c0c0ce3e91448bab1e0fe25bf1MD55123456789/388272020-12-01 02:17:11.965oai:repositorio.ufpe.br:123456789/38827TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212020-12-01T05:17:11Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
title Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
spellingShingle Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
SILVA, Nathalia Albuquerque da
Psicologia cognitiva
Cultura
Repentes (Música)
Repentistas
Criatividade
Metáfora
title_short Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
title_full Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
title_fullStr Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
title_full_unstemmed Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
title_sort Como nascem as metáforas no repente? : um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú
author SILVA, Nathalia Albuquerque da
author_facet SILVA, Nathalia Albuquerque da
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6830060313423717
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7476389316309044
dc.contributor.author.fl_str_mv SILVA, Nathalia Albuquerque da
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv PINHEIRO, Marina Assis Pinheiro
contributor_str_mv PINHEIRO, Marina Assis Pinheiro
dc.subject.por.fl_str_mv Psicologia cognitiva
Cultura
Repentes (Música)
Repentistas
Criatividade
Metáfora
topic Psicologia cognitiva
Cultura
Repentes (Música)
Repentistas
Criatividade
Metáfora
description A presente pesquisa perscruta a dinâmica dos processos criativos na atividade da cantoria de viola, enfocando sua face estético-subjetiva, semiótica e dialógica. Também conhecida como repente, a cantoria de viola é uma atividade tradicional no Nordeste brasileiro e tem como principais características: ser uma produção artística oral, feita de improviso, sob um conjunto de regras relativas à forma (métrica, rima), realizada por uma dupla de cantadores/repentistas. Nesse contexto, a presente pesquisa debruçou-se, de forma exploratória, sobre as vicissitudes da emergência do novo no diálogo poético entre o cantador, seu parceiro e o público, a partir da perspectiva do primeiro. A aparente inexplicabilidade do verso improvisado é experiência tão concreta quanto desafiadora aos estudos da Psicologia dos processos criativos. Tem-se como ancoragem teórica do processo criativo a perspectiva histórico-cultural, que privilegia as noções de cocriação e criatividade distribuída, assumindo-se que a emergência do novo envolve a interação entre ator, audiência, ação, artefato e affordance. Toma-se como referencial ontológico-epistemológico o dialogismo bakhtiniano, partindo das noções de posição axiológica do autor-criador e do caráter alteritário da experiência estética, compreendida como forma particular de impactação do sujeito pelo mundo. Considera-se que a cantoria é uma forma poética cuja resultante criativa corresponde à performance do cantador na construção de versos e as metáforas construídas se configuram conforme a caracterização bakhtinana de enunciado, constituindo-se na concretude social, histórica e cultural das relações eu-outro. Assim, propõe-se a metáfora como unidade capaz de conservar as propriedades psicológicas do processo criativo na ação do cantador, sendo ela caracterizada enquanto signo marcado por: a) intensa ambiguidade; b) abertura para a alteridade do próprio dito; c) síntese entre perspectivas próprias ao jogo de linguagem enunciativo entre as audiências presentes, históricas e imaginadas. Concebemos uma abordagem metodológica de caráter idiográfico, em que se buscou uma compreensão do processo criativo no seu contexto. O estudo de caso teve como participante um cantador repentista, que foi demandado a improvisar com um parceiro habitual. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais com o participante, com ênfase em sua trajetória na cantoria, e nas cognições e emoções relacionadas ao processo de composição da etapa anterior. Os dados construídos foram interpretados sob a perspectiva dialógica, considerando-se os seguintes eixos implicados na emergência da metáfora: 1) Outridades dialógicas; 2) Temporalidade; 3) Técnica e 4) Estética. Como resultados, identificamos a presença de dualidades referentes à trajetória de vida na construção da posição do eu-cantador e dualidades relativas ao momento da ação simbólica. Com isso, as conclusões do estudo situam o nascimento das metáforas a partir dos tensionamentos que emergem na borda entre a singularidade do repentista e seu confronto com as outridades, notadamente, do público e do parceiro cantador, elucidando o caráter fundamental de cocriação dessa atividade artística. Os achados indicam a substancialidade do registro afetivo e intersubjetivo no estudo da psicologia dos processos criativos e apresentam pontos de abertura para novas pesquisas que contribuam para uma cultura de atenção à criatividade.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-11-30T18:35:22Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-11-30T18:35:22Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-05-20
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv SILVA, Nathalia Albuquerque da. Como nascem as metáforas no repente?: um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicologia Cognitiva) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38827
identifier_str_mv SILVA, Nathalia Albuquerque da. Como nascem as metáforas no repente?: um estudo em psicologia cultural e dialógica sobre os processos criativos do cantador de viola no Sertão do Pajeú. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicologia Cognitiva) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38827
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathalia%20Albuquerque%20da%20Silva.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathalia%20Albuquerque%20da%20Silva.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38827/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathalia%20Albuquerque%20da%20Silva.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 312d85a3b9c552739e0da1b5db45baae
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
bd573a5ca8288eb7272482765f819534
ebb31aaf6d43af3ca49fcd3304c05972
e162b0c0c0ce3e91448bab1e0fe25bf1
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310683313831936