Configurações do “movimento vicinal” na cidade de El alto, Bolívia : práticas articulatórias, contexto de conflitividade e sociabilidades políticas emergentes
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11705 |
Resumo: | Nos últimos anos vem ocorrendo uma revitalização do interesse pelo tema das ações coletivas de movimentos sociais, com um aumento do número de publicações e de eventos que tratam do assunto. Na América Latina, não obstante suas diferenças, esse processo é sentido especialmente a partir de 2000, quando se abre o chamado ciclo de conflitividade social. A literatura passa a dar destaque a novas tendências. Pluralização de atores e contingência, revalorização da questão da autonomia, do poder e da política, revalorização das práticas democráticas, e uma ênfase na dimensão da territorialidade, são aspectos, entre outros, que vem sendo enfatizados, ao mesmo tempo em que colocam desafios à análise. Exemplar como lócus de realização de algumas dessas tendências foi o “movimento vicinal” na cidade de El Alto, na Bolívia. Considerando esses aspectos e uma exposição das principais vertentes teóricas dos movimentos sociais, esta investigação buscou elaborar uma proposta teórico-metodológica e analítica para a abordagem de movimentos sociais. Esse arranjo se sustentou em dois conceitos principais e relacionais, cuja elaboração não prescindiu de uma apropriação seletiva de alguns aportes das vertentes antes referidas, isto é, os conceitos de prática articulatória e de contexto de conflitividade, além de outros conceitos associados. Na sequência, com base nesse instrumento analítico, buscou-se apreender, em dois momentos distintos, as configurações e significações da prática articulatória vicinal altenha e a conformação do contexto de conflitividade correspondente. Primeiro se deteve no período de hegemonia neoliberal, e depois, no período do chamado ciclo rebelde. Buscou-se observar as mudanças ocorridas no trânsito de um momento para o outro, considerando, ademais, os temas da autonomia, democracia e do território, em consonância com as preocupações que despontaram na literatura recente. No sentido de evitar uma ênfase excessiva nas dimensões de inovação dos movimentos, que termina embotando dimensões de continuidade, delimitou-se a forma vicinal urbano-popular altenha, onde estão dispostos recursos vicinais mais persistentes na trajetória do “movimento vicinal”. Enfim, se evidenciou que, no primeiro período, as práticas vicinais se conformaram como debilmente articuladas, num contexto de conflitividade de baixa intensidade, e depois, no período do ciclo rebelde, passaram a se configurar, prevalentemente, como densamente articuladas e envolvidas num contexto de conflitividade intensificado. Realçou-se, em cada um desses momentos, como se configuraram as questões da autonomia, das práticas democráticas internas e do território, assinalando, no segundo período, uma sociabilidade política emergente. O arranjo analítico proposto se revelou produtivo para uma abordagem dinâmica de aspectos decisivos de movimentos sociais contemporâneos. |
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Pluralização de atores e contingência, revalorização da questão da autonomia, do poder e da política, revalorização das práticas democráticas, e uma ênfase na dimensão da territorialidade, são aspectos, entre outros, que vem sendo enfatizados, ao mesmo tempo em que colocam desafios à análise. Exemplar como lócus de realização de algumas dessas tendências foi o “movimento vicinal” na cidade de El Alto, na Bolívia. Considerando esses aspectos e uma exposição das principais vertentes teóricas dos movimentos sociais, esta investigação buscou elaborar uma proposta teórico-metodológica e analítica para a abordagem de movimentos sociais. Esse arranjo se sustentou em dois conceitos principais e relacionais, cuja elaboração não prescindiu de uma apropriação seletiva de alguns aportes das vertentes antes referidas, isto é, os conceitos de prática articulatória e de contexto de conflitividade, além de outros conceitos associados. Na sequência, com base nesse instrumento analítico, buscou-se apreender, em dois momentos distintos, as configurações e significações da prática articulatória vicinal altenha e a conformação do contexto de conflitividade correspondente. Primeiro se deteve no período de hegemonia neoliberal, e depois, no período do chamado ciclo rebelde. Buscou-se observar as mudanças ocorridas no trânsito de um momento para o outro, considerando, ademais, os temas da autonomia, democracia e do território, em consonância com as preocupações que despontaram na literatura recente. No sentido de evitar uma ênfase excessiva nas dimensões de inovação dos movimentos, que termina embotando dimensões de continuidade, delimitou-se a forma vicinal urbano-popular altenha, onde estão dispostos recursos vicinais mais persistentes na trajetória do “movimento vicinal”. Enfim, se evidenciou que, no primeiro período, as práticas vicinais se conformaram como debilmente articuladas, num contexto de conflitividade de baixa intensidade, e depois, no período do ciclo rebelde, passaram a se configurar, prevalentemente, como densamente articuladas e envolvidas num contexto de conflitividade intensificado. Realçou-se, em cada um desses momentos, como se configuraram as questões da autonomia, das práticas democráticas internas e do território, assinalando, no segundo período, uma sociabilidade política emergente. O arranjo analítico proposto se revelou produtivo para uma abordagem dinâmica de aspectos decisivos de movimentos sociais contemporâneos.CNPqporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessMovimentos sociaisJuntas vicinaisDemocraciaCiclo rebeldeBolíviaConfigurações do “movimento vicinal” na cidade de El alto, Bolívia : práticas articulatórias, contexto de conflitividade e sociabilidades políticas emergentesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTese Vamberto Spinelli Junior.pdf.jpgTese Vamberto Spinelli Junior.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1227https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11705/4/Tese%20Vamberto%20Spinelli%20Junior.pdf.jpgb0b13ae550cab3315c13f2a059bde8c0MD54ORIGINALTese Vamberto Spinelli Junior.pdfTese Vamberto Spinelli Junior.pdfapplication/pdf2656608https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11705/1/Tese%20Vamberto%20Spinelli%20Junior.pdfc21f5f915629f2bda27c6b4cc223ff6bMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11705/2/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD52TEXTTese Vamberto Spinelli Junior.pdf.txtTese Vamberto Spinelli Junior.pdf.txtExtracted texttext/plain1142715https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11705/3/Tese%20Vamberto%20Spinelli%20Junior.pdf.txtfdd7a87c72a3f4a76c7351c1b64911f2MD53123456789/117052019-10-25 04:46:06.062oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11705TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T07:46:06Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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