Apropriação da força de trabalho infantil na produção domiciliar em Toritama-PE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RIOS JUNIOR, Ademir Vilaronga
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35728
Resumo: Com o objetivo de apreender as determinações para a permanência da apropriação da força de trabalho infantil no Arranjo Produtivos Local Têxtil/confecções de Toritama-PE, o presente estudo parte do entendimento de que a apropriação da força de trabalho infantil é um fenômeno histórico, determinado pelas contradições capitalistas, e por isso é compreendido como uma expressão da questão social. Tendo como método de aproximação o materialismo dialético histórico-crítico, por meio da análise qualitativa; sendo realizado pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Foram entrevistados jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos, além de instituições públicas e privadas que atuam na política de proteção à criança e ao adolescente no município. Nessa dinâmica, observou-se um retorno do trabalho infantil na produção de mercadoria, reprodução que acontece em relações sociais de produção arcaicas do capitalismo que retornam como base de produção, a exemplo do façonismo, “indústria domiciliar” e o “salário por peça”. Isso cria uma massa de trabalhadores, empregados ou autônomos, que possuem a renda do trabalho, porém vivem em condições de pobreza em decorrência das baixas remunerações, em um contexto de superexploração, de extensas e intensas jornadas de trabalho e de informalidade. O trabalho infantil resulta dessas contradições determinantes, como uma resposta da família às necessidades de reposição da força de trabalho, sem a presença das legislações trabalhistas e de políticas sociais para amenizá-las. Dos entrevistados, 90% trabalharam antes dos 18 anos na produção do jeans. Há consenso da alta inserção de crianças e adolescentes na produção domiciliar do jeans. Há o entendimento de que crianças não devem trabalhar, mas na fase da adolescência isso pode acontecer, caso seja mantida a frequência escolar, não seja trabalho forçado e ajude nas necessidades do jovem e da família. Para a infância e a adolescência, a única sociabilidade nessa realidade é o trabalho, que é mediado pela família e na ineficiência do Estado, e é justificado pela crença de que só existem dois caminhos: o trabalho ou a criminalidade; bem como para não haver ociosidade, poder consumir e manter as necessidades básicas. Já nascem, crescem e se qualificam para a vida adulta nas experiências cotidianas da casa, que é o local de produção. Nas falas dos representantes institucionais, observa-se um posicionamento favorável a essa inserção. A apropriação da força de trabalho infantil é intrínseca a esse modelo de desenvolvimento, que tem como base produtiva o “domicílio”, sob uma sociabilidade que colabora, sob a dinâmica da reestruturação produtiva flexível, para a permanência da apropriação, apresentada como o trabalho que educa, que protege, que prepara o sujeito para a vida adulta, em detrimento de uma infância e adolescência protegida. Não é expressa como um problema estrutural no APL. Por fim, a permanência da apropriação dessa a força de trabalho é uma realidade que se manterá enquanto as contradições do “desenvolvimento local” desse APL se conservarem – principalmente o índice de informalidade –, e por não haver indicativo para o enfrentamento dessa realidade como pauta/problema no município, ou mesmo da possibilidade de construção de uma outra sociabilidade.
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Tendo como método de aproximação o materialismo dialético histórico-crítico, por meio da análise qualitativa; sendo realizado pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Foram entrevistados jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos, além de instituições públicas e privadas que atuam na política de proteção à criança e ao adolescente no município. Nessa dinâmica, observou-se um retorno do trabalho infantil na produção de mercadoria, reprodução que acontece em relações sociais de produção arcaicas do capitalismo que retornam como base de produção, a exemplo do façonismo, “indústria domiciliar” e o “salário por peça”. Isso cria uma massa de trabalhadores, empregados ou autônomos, que possuem a renda do trabalho, porém vivem em condições de pobreza em decorrência das baixas remunerações, em um contexto de superexploração, de extensas e intensas jornadas de trabalho e de informalidade. O trabalho infantil resulta dessas contradições determinantes, como uma resposta da família às necessidades de reposição da força de trabalho, sem a presença das legislações trabalhistas e de políticas sociais para amenizá-las. Dos entrevistados, 90% trabalharam antes dos 18 anos na produção do jeans. Há consenso da alta inserção de crianças e adolescentes na produção domiciliar do jeans. Há o entendimento de que crianças não devem trabalhar, mas na fase da adolescência isso pode acontecer, caso seja mantida a frequência escolar, não seja trabalho forçado e ajude nas necessidades do jovem e da família. Para a infância e a adolescência, a única sociabilidade nessa realidade é o trabalho, que é mediado pela família e na ineficiência do Estado, e é justificado pela crença de que só existem dois caminhos: o trabalho ou a criminalidade; bem como para não haver ociosidade, poder consumir e manter as necessidades básicas. Já nascem, crescem e se qualificam para a vida adulta nas experiências cotidianas da casa, que é o local de produção. Nas falas dos representantes institucionais, observa-se um posicionamento favorável a essa inserção. A apropriação da força de trabalho infantil é intrínseca a esse modelo de desenvolvimento, que tem como base produtiva o “domicílio”, sob uma sociabilidade que colabora, sob a dinâmica da reestruturação produtiva flexível, para a permanência da apropriação, apresentada como o trabalho que educa, que protege, que prepara o sujeito para a vida adulta, em detrimento de uma infância e adolescência protegida. Não é expressa como um problema estrutural no APL. Por fim, a permanência da apropriação dessa a força de trabalho é uma realidade que se manterá enquanto as contradições do “desenvolvimento local” desse APL se conservarem – principalmente o índice de informalidade –, e por não haver indicativo para o enfrentamento dessa realidade como pauta/problema no município, ou mesmo da possibilidade de construção de uma outra sociabilidade.CAPESIn this present study, we gather reasons why child labor reminds present at Local Productive Arrangements Textile/clothing, a fabric industry located at the city of Toritama PE, Brazil. We are grounded by the acknowledgment of child labor as an historical phenomenon determined by capitalist contradictions thus, understood as a question of social expression. Our approach uses the historical critical method of dialectical materialism by performing documentary and field research. We interviewed lads between 18 and 24 years old as well as private and governmental agencies involved with the protection of childhood and adolescence from Toritama. Hence, we observed a return of child labor at manufacturing process, analogously to what happen at capitalist social relation of archaic production that returns as base of production, like extra profit or façonismo, “home industry”, earning for quantity of items produced, for instance. This generates a big amount of labors, servants or self employees that can achieve some income but live on poverty due to the low payment received, which characterizes an overexploitation of long and intense labor time and informality. The child labor is a consequence of such determinant contradictions as a reaction from the family to the necessity of replacing the labor power, without the presence of labor legislation and social politics to soften it. Around ninety percent of the interviewed started to work on jeans production before eighteen years old. There is a social consensus of the high insertions of children and adolescents on jeans production. There is also an acknowledgment on that children should not work but the same does not happens when talking about adolescents they can work provided they can perform a good school attendance, they are not forced to and it could help their own necessities or their family ones. In this context, the work is the unique social activity of these children and adolescents, under the family’s intervention and with no presence of the state. Besides, they believe there is just two possible futures to them: the labor or the criminality, moreover, by working, they will not get lazy; they can consume and fulfill their personal necessities. From the birth, they grow by getting qualified for the adult life in the daily home experiences, the production site. After more, we can observe on the institutional representatives’ speech a positive opinion about such insertion. The appropriation of the child and adolescent labor power is intrinsic in this development model, which has a home as productive area, under a sociability that cooperates with the setting of this appropriation. In such dynamism of flexible producing restructuration, one introduces the labor as an activity that educates, protects and prepare the young to the adult life under the price of a protected childhood and adolescence. It is does not counts as a structural problem at LPA. The permanence of the appropriation of this kind of labor power will continue while the contradictions of the “local development” of LPA remains meanly the informality index. Also because there is no data which enable us to approach this reality as a problematic subject of Toritama, or the possibility of constructing a new sociability.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Servico SocialUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessTrabalho infantilToritamaInformalidadeApropriação da força de trabalho infantil na produção domiciliar em Toritama-PEinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Ademir Vilaronga Rios Júnior.pdfTESE Ademir Vilaronga Rios Júnior.pdfapplication/pdf2997341https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35728/1/TESE%20Ademir%20Vilaronga%20Rios%20J%c3%banior.pdffbb06311fd012e2bb1940611ab031f9fMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35728/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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