Gente jovem colorida : trajetórias acadêmicas de estudantes cotistas

• Autor(a) principal: VASCONCELOS, Carla Maria Sousa Carvalho
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39163
• topic: Política pública; Programas de ação afirmativa na educação; Estudantes; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

Fruto da luta do movimento negro por justiça social, a Lei nº 12.711/2012 instituiu as cotas nas instituições federais de ensino no Brasil. Para diversos estudos, esta Lei incorporou setores da sociedade até então excluídos do acesso à educação pública profissional e superior. Neste contexto, esta pesquisa analisa as trajetórias acadêmicas de estudantes cotistas, a partir de um estudo de caso no IFPE - Campus Olinda. Para tanto, o estudo combinou abordagens quantitativa e qualitativa. Primeiramente, a partir de um banco de dados original elaborado com registros do sistema QAcadêmico, comparamos o desempenho acadêmico, as taxas de evasão e conclusão e a participação nos programas institucionais dos estudantes cotistas em relação aos estudantes da ampla concorrência. De forma complementar, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o objetivo de apreender as percepções desses estudantes acerca de suas trajetórias. Os resultados indicam que os cotistas apresentam desempenho inferior e menores taxas de conclusão, porém evadem menos que os estudantes não cotistas. Verificou-se que os cotistas são minoria nos programas técnico-científicos e maioria no Programa Bolsa Permanência. Não houve diferença significativa no desempenho entre os cotistas que participaram de programas institucionais em detrimento dos cotistas que não participaram, exceto referente ao Programa Bolsa Permanência. A percepção das trajetórias revelou que, para os estudantes entrevistados, a instituição se apresenta enquanto um ambiente acolhedor às diversidades, capaz de fortalecer os estudantes cotistas para enfrentar as dificuldades e os preconceitos vivenciados fora do ambiente institucional. Conclui-se que a instituição deve ter uma atenção permanente no acolhimento e na integração acadêmica do estudante cotista, sabendo das dificuldades que estes podem carregar de suas vidas fora da instituição.