Formação de Shelf Valleys na plataforma continental sul de Pernambuco

• Autor(a) principal: TASSINARI, Luis Felipe de Melo
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39419
• topic: Oceanografia; Shelf Valleys; Pleistoceno-Holoceno; Dados sísmicos regionais 2D; Bacia de Pernambuco; Plataformas continentais tropicais

Shelf Valleys (SV) representam vales escavados em plataforma a partir da erosão glacial e pela ocupação de sistemas fluviais durante eventos de queda do nível relativo do mar, sendo que a maior parte dos registros compreende o Pleistoceno. SV são feições geomorfológicas importantes para processos marinhos bióticos e abióticos, com pelo menos dez metros de profundidade e atingindo até 10 km de comprimento. Neste trabalho são apresentados novos dados sobre SV na região de plataforma média e profunda da bacia marginal de Pernambuco, NE, Brasil. A dissertação foi composta por dois artigos: o primeiro de cunho regional, cobriu cerca de 5.000 km², e o segundo focado em aspectos geomorfológicos e estruturais sobre uma área de 600 km². A abordagem da pesquisa incluiu a análise de dados de sísmica de reflexão providos pela indústria do petróleo, (seções 2D migradas em tempo, e magnetometria), que recobrem a região de interesse, e que foram úteis para a identificação e caracterização dos SV. Também foram utilizados dados de satélite, além de dados de batimetria obtidos por equipamento single Beam. O primeiro artigo traz o mapeamento de estruturas com formato de Canal (SV) em seções sísmicas, que foram comparadas e integradas usando imagens de satélite e levantamentos batimétricos. Foram mapeados então 14 SV, representando um aumento em mais de 70% do número de estruturas dessa natureza conhecidos na região. O mapeamento multi-data também permitiu estabelecer relação entre os rios atuais com a existência de incisões fluviais do Pleistoceno na plataforma continental. O segundo artigo tratou da integração entre os dados batimétricos, sísmicos e aeromagnéticos (arcabouço tectônico), o que permitiu a obtenção de informações sobre o processo de formação de alguns SV estudados. Foi possível estabelecer que os SV se formaram sobre falhas/fraturas formadas pelo processo de reativação/propagação de falhas do embasamento que se formaram originalmente durante o processo de abertura do Oceano Atlântico Sul Central. Também se comprovou que a geometria dos SV foi controlada pela relação entre os dois grupos de estruturas regionais que permitiram a abertura da bacia: zonas de cisalhamento Pré-Cambrianas e falhas de transferencia idade Cretácicas. O estudo aponta ainda, que a integração de dados de diferentes escalas de observação, incluindo dados regionais obtidos para a prospecção de hidrocarbonetos, podem ser utilizados para o mapeamento e a caracterização de SVs em plataformas continentais.