Estudo volumétrico dos ventrículos cerebrais de indivíduos saudáveis e com comprometimento cognitivo: segmentação manual de neuroimagem por ressonância magnética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA JÚNIOR, Mário Luciano de Mélo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29737
Resumo: Os ventrículos cerebrais, devido a sua localização profunda ao parenquima cerebral, aumentam de volume precoce e globalmente quando ha atrofia cerebral, refletindo a neurodegeneracao parenquimatosa que ocorre naturalmente com o envelhecimento. Entretanto, na doença de Alzheimer (DA) essa atrofia e mais proeminente e serve como biomarcador da doença. Objetiva-se determinar o volume dos ventrículos cerebrais ao longo da vida de adultos saudáveis, bem como de idosos saudáveis (IS, ≥60 anos), com comprometimento cognitivo leve (CCL) e DA. Trata-se de estudo transversal, utilizando banco de imagens de ressonância magnética (1,5T) volumétrica ponderada em T1, de 164 indivíduos (55% de mulheres) de 18 a 82 anos, que foram alocados conforme avaliação multidisciplinar entre adultos jovens (AJ, 18-29 anos, n=74), adultos (A, 30-59 anos, n=43), IS (n=22), CCL (n=11) e DA provável (n=14, todos idosos entre 60 e 82 anos). As características dos indivíduos estavam cegas para o examinador e as imagens foram processadas por segmentação manual em tela de alta resolução, com correção nos três planos anatômicos, de cada um dos quatro ventrículos cerebrais (ventrículos laterais esquerdo, VLE, e direito, VLD, terceiro, 3V, e quatro, 4V). Os dados são expressos em porcentagem do volume intracraniano. Como resultados tivemos que a reprodutibilidade intraexaminador da segmentação manual foi de 0,986%. Idade e proporção de sexo em todos os grupos foram semelhantes. Entre o grupo de saudáveis, em AJ e A, o volume das estruturas ventriculares não teve diferença (VLE=0,37 vs. 0,39%, VLD=0,41 vs. 0,43%, 3V=0,042 vs. 0,043% e 4V=0,09 vs. 0,10%, respectivamente), entretanto ao compararmos aqueles com o IS diferenças significativas foram identificadas (VLE=0,89%, p=0,0036, VLD=0,97%, p=0,0018, 3V=0,095, p<0,0001), exceto no 4V (=0,10%, p>0,05). A regressão linear, a melhor correlação com a idade foi do 3V (r=0,45, p<0,0001, r²=0,34). No grupo de idosos, observamos um continuum volumétrico de IS (menor volume), CCL (médio) e DA (maior). A razão das medias DA/IS foi de 1,54 no VLE (p=0,0130), 1,64 no VLD (p=0,0035), 1,72 no 3V (p=0,0012) e 0,85 no 4V (p>0,05). Não houve diferença significativa entre os volumes de CCL em relação a IS ou DA em quaisquer dos compartimentos estudados; o grupo CCL apresentou valores intermediários entre os outros. Identificamos o parâmetro DiTe (soma do volume do 3V+VLD) que, quando ≥1,3% apresentou OR=14,4 (IC95%=2,1–99,7) para diferenciar DA dos demais idosos, com sensibilidade de 93% e especificidade de 79%. Os ventrículos cerebrais se alteram pouco ate a faixa etária idosa, mas aumentam significativamente apos ela e de maneira ainda mais importante na DA; o 4V foi exceção a esta regra. O 3V foi a estrutura que individualmente melhor se associou com a idade. Trazemos, pela primeira vez, parâmetros de normalidade para o volume dos ventrículos cerebrais de brasileiros saudáveis ao longo da vida e desenvolvemos o DiTe, que tem boa sensibilidade e especificidade para identificar DA. E uma medida fácil de se obter e de boa acurácia, porem mais estudos são necessários para validar este dado. Ainda, a volumetria dos ventrículos cerebrais pode ser ferramenta adicional para diferenciar o envelhecimento normal do patológico.
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Trata-se de estudo transversal, utilizando banco de imagens de ressonância magnética (1,5T) volumétrica ponderada em T1, de 164 indivíduos (55% de mulheres) de 18 a 82 anos, que foram alocados conforme avaliação multidisciplinar entre adultos jovens (AJ, 18-29 anos, n=74), adultos (A, 30-59 anos, n=43), IS (n=22), CCL (n=11) e DA provável (n=14, todos idosos entre 60 e 82 anos). As características dos indivíduos estavam cegas para o examinador e as imagens foram processadas por segmentação manual em tela de alta resolução, com correção nos três planos anatômicos, de cada um dos quatro ventrículos cerebrais (ventrículos laterais esquerdo, VLE, e direito, VLD, terceiro, 3V, e quatro, 4V). Os dados são expressos em porcentagem do volume intracraniano. Como resultados tivemos que a reprodutibilidade intraexaminador da segmentação manual foi de 0,986%. Idade e proporção de sexo em todos os grupos foram semelhantes. Entre o grupo de saudáveis, em AJ e A, o volume das estruturas ventriculares não teve diferença (VLE=0,37 vs. 0,39%, VLD=0,41 vs. 0,43%, 3V=0,042 vs. 0,043% e 4V=0,09 vs. 0,10%, respectivamente), entretanto ao compararmos aqueles com o IS diferenças significativas foram identificadas (VLE=0,89%, p=0,0036, VLD=0,97%, p=0,0018, 3V=0,095, p<0,0001), exceto no 4V (=0,10%, p>0,05). A regressão linear, a melhor correlação com a idade foi do 3V (r=0,45, p<0,0001, r²=0,34). No grupo de idosos, observamos um continuum volumétrico de IS (menor volume), CCL (médio) e DA (maior). A razão das medias DA/IS foi de 1,54 no VLE (p=0,0130), 1,64 no VLD (p=0,0035), 1,72 no 3V (p=0,0012) e 0,85 no 4V (p>0,05). Não houve diferença significativa entre os volumes de CCL em relação a IS ou DA em quaisquer dos compartimentos estudados; o grupo CCL apresentou valores intermediários entre os outros. 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Ainda, a volumetria dos ventrículos cerebrais pode ser ferramenta adicional para diferenciar o envelhecimento normal do patológico.Brain ventricles, which are located deeply inside brain parenchyma, increase in volume early and globally when brain atrophy occurs, so brain ventricle may reflect neurodegeneration. This process occurs in the course of normal aging, but in Alzheimer’s disease (AD) that atrophy is more prominent and acts as a disease biomarker. The aim is to determine brain ventricles volume in life span of healthy human adults, as well in heathy elderly (HE, ≥60 years old), individuals with mild cognitive impairment (MCI) and AD. Cross-sectional study using volumetric T1- weight magnetic resonance imaging (1,5T) of 164 subjects (55% women) aging from 18 to 82 years old from a database. Individuals were allocated according multidisciplinary evaluation as young adults (YA, 18-29yrs-old, n = 74), adults (A, 30- 59yrs-old, n=43), HE (n=22), MCI (n=11) and probable AD (n=14, all elderly ones are between 60 to 82yrs-old). During manual segmentation technique using a highresolution screen all clinical data were blind to the examiner. This segmentation process included anatomical correction on 3 plans and all brain ventricles (left and right laterals, LLV and RLV, respectively, third, 3V, and fourth, 4V) were segmented individually. Data are shown as a percentage of intracranial volume. Intra-observer reproducibility of our manual segmentation was .986%. Age and sex proportions in all groups were similar. On healthy group, YA and A, ventricular compartments volumes did not differ significantly (LLV=.37 vs. .39%, RLV=.41 vs. .43%, 3V=.042 vs. .043% and 4V=.09 vs. .10%, respectively), but when compared with HE significant differences were found (LLV=.89%, p=.0036, RLV=.97%, p=.0018, 3V=.095, p<.0001), except by the 4V (=.10%, p>.05). On linear regression model, the best correlation ventricular compartment vs. age was on 3V (r=.45, p<.0001, r²=.34). In elderly group, we observed a volumetric continuum between HE (smaller volume), MCI (medium) and AD (bigger). Ratio of the mean volumes on AD/HE was 1.54 on LLV (p=.0130), 1,64 on RLV (p=.0035), 1.72 on 3V (p=.0012) and .85 on 4V (p>0,05). We did not find any differences between ventricular volumes of MCI compared to HE or AD; MCI showed intermediate values between them. We developed the DiTe parameter (3V+RLV volumes summed) which when ≥1.3% showed OR=14,4 (95%IC=2.1–99.7) in order to differentiate AD from HE and MCI, with sensitivity of 93% and specificity of 79%. According literature, brain ventricles show discrete changes from adulthood to elderly, but enlarge significantly after that and even more in AD, but the 4V was an exception to this rule. 3V showed the best correlation volume vs. age. We evaluate for the first-time brain ventricles volume in a Brazilian healthy sample in life span and develop the DiTe parameter, which has good sensibility and specificity to AD diagnosis. This easy-to-obtain measure could improve diagnostic accuracy, but more studies are necessary to validate that. Moreover, brain ventricles may act in clinical practice as additional tool to differentiate normal from pathological aging.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do ComportamentoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessRessonância magnéticaEnvelhecimentoAtrofia cerebralTerceiro ventrículoDoença de AlzheimerEstudo volumétrico dos ventrículos cerebrais de indivíduos saudáveis e com comprometimento cognitivo: segmentação manual de neuroimagem por ressonância magnéticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Mario Luciano De Melo Silva Junior.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Mario Luciano De Melo Silva Junior.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1247https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29737/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Mario%20Luciano%20De%20Melo%20Silva%20Junior.pdf.jpg1355cb031485e902ad26d8f49ca76b84MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Mario Luciano De Melo Silva Junior.pdfDISSERTAÇÃO Mario Luciano De Melo Silva Junior.pdfapplication/pdf9067172https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29737/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Mario%20Luciano%20De%20Melo%20Silva%20Junior.pdf9203a6d68d41d0f48ffd9c0ca9d4f828MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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