Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17575 |
Resumo: | Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreen-der os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que esta-vam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabe-lecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram anali-sados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou respon-sáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afeti-vo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora pas-sando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indi-caram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de deci-sões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrati-vas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familia-res vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças. |
id |
UFPE_a6bc734aaa14cb7e4af7b4ab6d12224e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17575 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
QUIRINO, Daniela Moroni RibeiroMENEZES, Jaileila de Araújo2016-07-28T19:21:08Z2016-07-28T19:21:08Z2016-02-29https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17575Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreen-der os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que esta-vam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabe-lecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram anali-sados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou respon-sáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afeti-vo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora pas-sando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indi-caram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de deci-sões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrati-vas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familia-res vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças.Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreender os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que estavam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabelecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram analisados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou responsáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afetivo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora passando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indicaram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de decisões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrativas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familiares vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em PsicologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologia.Guarda de menoresCrianças - Pesquisa.Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cenainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILdanielamoroniribeiroquirino(deposito deefinitivo).pdf.jpgdanielamoroniribeiroquirino(deposito deefinitivo).pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1237https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/5/danielamoroniribeiroquirino%28deposito%20deefinitivo%29.pdf.jpg88872c080529fc07caeea7c4e1472a5cMD55ORIGINALdanielamoroniribeiroquirino(deposito deefinitivo).pdfdanielamoroniribeiroquirino(deposito deefinitivo).pdfapplication/pdf2051261https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/1/danielamoroniribeiroquirino%28deposito%20deefinitivo%29.pdfef867f2b98be3a2d6905bd23d060a28eMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTdanielamoroniribeiroquirino(deposito deefinitivo).pdf.txtdanielamoroniribeiroquirino(deposito deefinitivo).pdf.txtExtracted texttext/plain378615https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/4/danielamoroniribeiroquirino%28deposito%20deefinitivo%29.pdf.txt3eb6af3449ede4ad340aacf5238b80f3MD54123456789/175752019-10-25 03:23:48.354oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17575TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T06:23:48Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
title |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
spellingShingle |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena QUIRINO, Daniela Moroni Ribeiro Psicologia. Guarda de menores Crianças - Pesquisa. |
title_short |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
title_full |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
title_fullStr |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
title_full_unstemmed |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
title_sort |
Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena |
author |
QUIRINO, Daniela Moroni Ribeiro |
author_facet |
QUIRINO, Daniela Moroni Ribeiro |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
QUIRINO, Daniela Moroni Ribeiro |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
MENEZES, Jaileila de Araújo |
contributor_str_mv |
MENEZES, Jaileila de Araújo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Psicologia. Guarda de menores Crianças - Pesquisa. |
topic |
Psicologia. Guarda de menores Crianças - Pesquisa. |
description |
Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreen-der os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que esta-vam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabe-lecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram anali-sados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou respon-sáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afeti-vo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora pas-sando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indi-caram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de deci-sões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrati-vas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familia-res vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças. |
publishDate |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2016-07-28T19:21:08Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2016-07-28T19:21:08Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016-02-29 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17575 |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17575 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFPE |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/5/danielamoroniribeiroquirino%28deposito%20deefinitivo%29.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/1/danielamoroniribeiroquirino%28deposito%20deefinitivo%29.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/2/license_rdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/3/license.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17575/4/danielamoroniribeiroquirino%28deposito%20deefinitivo%29.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
88872c080529fc07caeea7c4e1472a5c ef867f2b98be3a2d6905bd23d060a28e 66e71c371cc565284e70f40736c94386 4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08 3eb6af3449ede4ad340aacf5238b80f3 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1802310907339997184 |