Emoções e estratégias de coping frente à morte de crianças em situação de rua e de nível socioeconômico médio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Karla Jerônimo Marques de Sá, Adriana
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000000958
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8920
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo investigar as emoções e as estratégias de coping frente à morte por parte de crianças em situação de rua e de nível socioeconômico médio (NSEM), na faixaetária de 7 a 12 anos, levando-se em conta a influência da idade, do sexo e da escolaridade. O conceito de morte biológica é visto como complexo, multidimensional, abrangendo noções tais como universalidade, não funcionalidade e irreversibilidade. Além dos aspectos naturalísticos, contemplaram-se os não naturalísticos, que se referem ao entendimento da morte, a partir de uma existência sobrenatural, de seres, forças ou elementos intangíveis. Concebem-se as emoções como intrinsecamente articuladas à cognição, constituindo-se como um conjunto de ações ou movimentos, que podem ser manifestados publicamente através de expressões corporais, como também a partir de instrumentos de pesquisa. As estratégias de coping referem-se aos esforços cognitivos e comportamentais das pessoas para lidar com as situações estressantes. Utilizaram-se como instrumentos: 1) Roteiro de Entrevistas semiestruturadas, visando a colher os dados sócio-demográficos da amostra; 2) Narração de uma História sobre um menino que experiencia a perda do animal de estimação; 3) Relato de Experiência Pessoal: após efetuarem-se questões relativas ao personagem, foi indagado se a criança já tinha vivenciado alguma situação parecida com a do garoto da História; 4) Instrumento de Sondagem do Conceito de Morte, elaborado por Torres para investigar os três elementos do conceito de morte em crianças. Os resultados indicaram que a emoção tristeza e as estratégias de coping de Negação estavam mais associadas às crianças de NSEM, de sexo feminino, que detinham uma melhor compreensão dos três componentes de morte biológica, enquanto as reações de choro eram mais peculiares às crianças em situação de rua, que apresentaram uma diversidade maior de emoções, reportando-se ao Enfrentamento para lidar com o estresse. Constatou-se que o menor entendimento dos componentes da morte pelas crianças em situação de rua correlacionava-se com a idade (as mais velhas compreendem mais), mas principalmente com a escolaridade, já que estas, na maioria das vezes, estavam mais atrasadas na escola. Constatou-se ainda que o fato de a criança freqüentar a igreja também influencia na sua facilidade de explicação e de entendimento da morte. Sendo assim, percebe-se a importância da Escola e da Igreja, na facilitação da apreensão do conceito de morte pelas crianças. Finalmente, os resultados apontam para uma articulação entre emoção e cognição, quando sugerem que a tristeza, bem como estratégias de coping centradas na emoção estão relacionadas com uma maior sofisticação cognitiva, ou a um maior domínio do conceito de morte, enquanto o choro e as estratégias mais focadas no problema distanciam-se desta compreensão
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Além dos aspectos naturalísticos, contemplaram-se os não naturalísticos, que se referem ao entendimento da morte, a partir de uma existência sobrenatural, de seres, forças ou elementos intangíveis. Concebem-se as emoções como intrinsecamente articuladas à cognição, constituindo-se como um conjunto de ações ou movimentos, que podem ser manifestados publicamente através de expressões corporais, como também a partir de instrumentos de pesquisa. As estratégias de coping referem-se aos esforços cognitivos e comportamentais das pessoas para lidar com as situações estressantes. Utilizaram-se como instrumentos: 1) Roteiro de Entrevistas semiestruturadas, visando a colher os dados sócio-demográficos da amostra; 2) Narração de uma História sobre um menino que experiencia a perda do animal de estimação; 3) Relato de Experiência Pessoal: após efetuarem-se questões relativas ao personagem, foi indagado se a criança já tinha vivenciado alguma situação parecida com a do garoto da História; 4) Instrumento de Sondagem do Conceito de Morte, elaborado por Torres para investigar os três elementos do conceito de morte em crianças. Os resultados indicaram que a emoção tristeza e as estratégias de coping de Negação estavam mais associadas às crianças de NSEM, de sexo feminino, que detinham uma melhor compreensão dos três componentes de morte biológica, enquanto as reações de choro eram mais peculiares às crianças em situação de rua, que apresentaram uma diversidade maior de emoções, reportando-se ao Enfrentamento para lidar com o estresse. Constatou-se que o menor entendimento dos componentes da morte pelas crianças em situação de rua correlacionava-se com a idade (as mais velhas compreendem mais), mas principalmente com a escolaridade, já que estas, na maioria das vezes, estavam mais atrasadas na escola. Constatou-se ainda que o fato de a criança freqüentar a igreja também influencia na sua facilidade de explicação e de entendimento da morte. Sendo assim, percebe-se a importância da Escola e da Igreja, na facilitação da apreensão do conceito de morte pelas crianças. 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