Avaliação in vitro da atividade imunomoduladora e antineoplásica do Zavesca® (Miglustato)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SANTOS, Lucas Gabriel Sousa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000011d7b
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46707
Resumo: O reposicionamento de fármacos é hoje uma das melhores estratégias de se procurar um novo candidato a medicamento para ser testado na clínica. Reposicionar um fármaco já usado na clínica é vantajoso e menos custoso, pois já se tem o conhecimento de sua farmacocinética e a segurança de um fármaco já inserido no mercado. Esta estratégia inovadora pode-se aplicar ao câncer, que se utiliza dos glicolipídios de membrana para sua instalação e progressão. Através disso, inibidores de glicosilação podem ser uma ferramenta estratégica no combate a essa doença, pois a inibição da síntese destas estruturas pode ajudar no controle da progressão tumoral. Por ser um inibidor de glicosilceramida sintase, o Zavesca® Miglustato mostra-se um forte candidato a esse propósito, atuando na enzima que é o primeiro passo na síntese dos glicolipídios, a glicocerebrosidade. Além da contribuição para a atividade antineoplásica, o outro objetivo do trabalho é identificar o seu efeito na imunomodulação, onde a diminuição da expressão de citocinas pró-inflamatórias é interessante para o controle de doenças com o cunho inflamatório. Para avaliar a atividade imunoduladora, foi realizado ELISA de sobrenadante de cultura de esplenócitos de camundongos BALB/c tratados com miglustato. Para observar o efeito antineoplásico e seletivo do composto foi realizado ensaio com brometo de tetrazolium (MTT). O miglustato não se mostrou tóxico em células normais mononucleadas de sangue periférico e esplenócitos de BALB/c em concentrações de até 100 μM. O efeito imunomodulador do composto foi observado com a diminuição significativa da expressão de IFN-γ (p = 0,0078) na dose de 100 μM e redução significativa nos níveis de IL-17A nas doses de 10μM (p = 0,0186) e 100μM (p = 0,0020). O miglustato não mostrou efeito citotóxico nas linhagens avaliadas, contudo apresentou efeito antimigratório frente a linhagem de glioblastoma humano NG-97. Foi possível observar também que ocasionou uma diferença significante no perfil das populações de células T nas doses de 10 μM (p = 0,0371) e na dose de 100 μM (p = 0,002), induzindo uma alteração na proporção CD4/CD8. Foi observado também que o miglustato conseguiu inibir significativamente a produção de granzima B pelos linfócitos TCD4 e TCD8 nas doses de 10 μM (p = 0,0098) e na de 100 μM (p = 0,0098). Assim, o miglustato mostrou-se efetivo em inibir citocinas pró-inflamatórias, inibir migração, alterar populações de células T e inibir a produção de granzima B pelos linfócitos TCD4+ e TCD8+.
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Esta estratégia inovadora pode-se aplicar ao câncer, que se utiliza dos glicolipídios de membrana para sua instalação e progressão. Através disso, inibidores de glicosilação podem ser uma ferramenta estratégica no combate a essa doença, pois a inibição da síntese destas estruturas pode ajudar no controle da progressão tumoral. Por ser um inibidor de glicosilceramida sintase, o Zavesca® Miglustato mostra-se um forte candidato a esse propósito, atuando na enzima que é o primeiro passo na síntese dos glicolipídios, a glicocerebrosidade. Além da contribuição para a atividade antineoplásica, o outro objetivo do trabalho é identificar o seu efeito na imunomodulação, onde a diminuição da expressão de citocinas pró-inflamatórias é interessante para o controle de doenças com o cunho inflamatório. Para avaliar a atividade imunoduladora, foi realizado ELISA de sobrenadante de cultura de esplenócitos de camundongos BALB/c tratados com miglustato. Para observar o efeito antineoplásico e seletivo do composto foi realizado ensaio com brometo de tetrazolium (MTT). O miglustato não se mostrou tóxico em células normais mononucleadas de sangue periférico e esplenócitos de BALB/c em concentrações de até 100 μM. O efeito imunomodulador do composto foi observado com a diminuição significativa da expressão de IFN-γ (p = 0,0078) na dose de 100 μM e redução significativa nos níveis de IL-17A nas doses de 10μM (p = 0,0186) e 100μM (p = 0,0020). O miglustato não mostrou efeito citotóxico nas linhagens avaliadas, contudo apresentou efeito antimigratório frente a linhagem de glioblastoma humano NG-97. Foi possível observar também que ocasionou uma diferença significante no perfil das populações de células T nas doses de 10 μM (p = 0,0371) e na dose de 100 μM (p = 0,002), induzindo uma alteração na proporção CD4/CD8. Foi observado também que o miglustato conseguiu inibir significativamente a produção de granzima B pelos linfócitos TCD4 e TCD8 nas doses de 10 μM (p = 0,0098) e na de 100 μM (p = 0,0098). Assim, o miglustato mostrou-se efetivo em inibir citocinas pró-inflamatórias, inibir migração, alterar populações de células T e inibir a produção de granzima B pelos linfócitos TCD4+ e TCD8+.CAPESThe drug repurposing is now one of the best ways to look for a new candidate drug for testing in the clinic, once the process of creation of a new drug is expensive and costly, knowing that few compounds win the pre-clinical stages. Repositioning a drug already used in the clinic, it is safer and less costly, for knowing its pharmacokinetics and safety of a drug already commercialized in the market. Due this, that innovative technique could be apply to cancer, once it uses the membrane glycolipids to onset, and progression. Therefore, glycosylation inhibitors may be a new tool in the fight against this disease, because of inhibition of the synthesis of these structures, it can help in controlling the progression of the disease. For being an inhibitor of glucosylceramide synthase, Zavesca® Miglustat is shown to be a strong candidate for this purpose, acting on the enzyme that is the first step in the glycolipids synthesis. In addition to the contribution to the neoplasic activity, another objective of the stud y is to identify its effect on immunomodulation, where the reduction of proinflammatory cytokine production is interesting for the controlling of inflammatory diseases. To assess the immunomodulatory activity, was performed ELISA of culture splenocytes supernatant of BALB/c treated with miglustat. To observe the antineoplasic and the selective effect of the compound, was carried out the MTT assay. Miglustat was not shown to be toxic in normal peripheral blood mononuclear cells and BALB/c splenocytes at concentrations up to 100 μM. The immunomodulatory effect of the compound was observed with a significant decrease in IFN-y production (p = 0.0078) at the dose of 100 μM and a significant reduction in IL-17A levels at doses of 10 μM (p = 0.0186) and 100μM (p = 0.0020). Miglustat did not show antineoplasic effect against tested cell lines. However, it caused a difference in the profile of T cell populations, inducing a change in the CD4 / CD8 ratio. It was also observed that miglustat was able to significantly inhibit the production of granzyme B by TCD4+ and TCD8+ lymphocytes at 10 μM (p = 0.0098) and 100 μM (p = 0.0098) doses. An anti-migratory activity was assessed when the miglustat could stop the migration of glioma cells in 24 hour healing wound assay. Thus, miglustat was shown to be effective in inhibiting proinflammatory cytokines, altering T-cell populations and preventing migration of glioma cells. Thus, miglustat proved to be effective in inhibiting pro-inflammatory cytokines, inhibiting migration, altering T cell populations and inhibiting the granzyme B production by TCD4+ and TCD8+ lymphocytes.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Inovacao TerapeuticaUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCâncerFarmacologiaAvaliação in vitro da atividade imunomoduladora e antineoplásica do Zavesca® (Miglustato)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Lucas Gabriel Sousa Santos.pdfDISSERTAÇÃO Lucas Gabriel Sousa Santos.pdfapplication/pdf905422https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46707/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Lucas%20Gabriel%20Sousa%20Santos.pdf951667bcae51d94ca10789cc97b884e8MD51TEXTDISSERTAÇÃO Lucas Gabriel Sousa Santos.pdf.txtDISSERTAÇÃO Lucas Gabriel Sousa Santos.pdf.txtExtracted texttext/plain104679https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46707/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Lucas%20Gabriel%20Sousa%20Santos.pdf.txt97de0b62916976c7b8bc60103f169275MD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Lucas Gabriel Sousa Santos.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Lucas Gabriel Sousa Santos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1193https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46707/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Lucas%20Gabriel%20Sousa%20Santos.pdf.jpge3bd80faea4f948920c216ac02152535MD55CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46707/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82142https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46707/3/license.txt6928b9260b07fb2755249a5ca9903395MD53123456789/467072022-09-24 02:39:56.977oai:repositorio.ufpe.br:123456789/46707VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2HDp8OjbyBkZSBEb2N1bWVudG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUKIAoKRGVjbGFybyBlc3RhciBjaWVudGUgZGUgcXVlIGVzdGUgVGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyB0ZW0gbyBvYmpldGl2byBkZSBkaXZ1bGdhw6fDo28gZG9zIGRvY3VtZW50b3MgZGVwb3NpdGFkb3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBlIGRlY2xhcm8gcXVlOgoKSSAtICBvIGNvbnRlw7pkbyBkaXNwb25pYmlsaXphZG8gw6kgZGUgcmVzcG9uc2FiaWxpZGFkZSBkZSBzdWEgYXV0b3JpYTsKCklJIC0gbyBjb250ZcO6ZG8gw6kgb3JpZ2luYWwsIGUgc2UgbyB0cmFiYWxobyBlL291IHBhbGF2cmFzIGRlIG91dHJhcyBwZXNzb2FzIGZvcmFtIHV0aWxpemFkb3MsIGVzdGFzIGZvcmFtIGRldmlkYW1lbnRlIHJlY29uaGVjaWRhczsKCklJSSAtIHF1YW5kbyB0cmF0YXItc2UgZGUgVHJhYmFsaG8gZGUgQ29uY2x1c8OjbyBkZSBDdXJzbywgRGlzc2VydGHDp8OjbyBvdSBUZXNlOiBvIGFycXVpdm8gZGVwb3NpdGFkbyBjb3JyZXNwb25kZSDDoCB2ZXJzw6NvIGZpbmFsIGRvIHRyYWJhbGhvOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogZXN0b3UgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBhIGFsdGVyYcOnw6NvIGRhIG1vZGFsaWRhZGUgZGUgYWNlc3NvIGFvIGRvY3VtZW50byBhcMOzcyBvIGRlcMOzc2l0byBlIGFudGVzIGRlIGZpbmRhciBvIHBlcsOtb2RvIGRlIGVtYmFyZ28sIHF1YW5kbyBmb3IgZXNjb2xoaWRvIGFjZXNzbyByZXN0cml0bywgc2Vyw6EgcGVybWl0aWRhIG1lZGlhbnRlIHNvbGljaXRhw6fDo28gZG8gKGEpIGF1dG9yIChhKSBhbyBTaXN0ZW1hIEludGVncmFkbyBkZSBCaWJsaW90ZWNhcyBkYSBVRlBFIChTSUIvVUZQRSkuCgogClBhcmEgdHJhYmFsaG9zIGVtIEFjZXNzbyBBYmVydG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAsIGRlIDE5IGRlIGZldmVyZWlybyBkZSAxOTk4LCBhcnQuIDI5LCBpbmNpc28gSUlJLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFBlcm5hbWJ1Y28gYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBncmF0dWl0YW1lbnRlLCBzZW0gcmVzc2FyY2ltZW50byBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQgKGFxdWlzacOnw6NvKSBhdHJhdsOpcyBkbyBzaXRlIGRvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgbm8gZW5kZXJlw6dvIGh0dHA6Ly93d3cucmVwb3NpdG9yaW8udWZwZS5iciwgYSBwYXJ0aXIgZGEgZGF0YSBkZSBkZXDDs3NpdG8uCgogClBhcmEgdHJhYmFsaG9zIGVtIEFjZXNzbyBSZXN0cml0bzoKCk5hIHF1YWxpZGFkZSBkZSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBhdXRvciBxdWUgcmVjYWVtIHNvYnJlIGVzdGUgZG9jdW1lbnRvLCBmdW5kYW1lbnRhZG8gbmEgTGVpIGRlIERpcmVpdG8gQXV0b3JhbCBubyA5LjYxMCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIHF1YW5kbyBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvIGNvbmRpemVudGUgYW8gdGlwbyBkZSBkb2N1bWVudG8sIGNvbmZvcm1lIGluZGljYWRvIG5vIGNhbXBvIERhdGEgZGUgRW1iYXJnby4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212022-09-24T05:39:56Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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