Detecção precoce da aterosclerose por utrassonografia Doppler em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana em uso de terapia antirretrovial
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/2867 |
Resumo: | Indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm morbi-mortalidade aumentada por aterosclerose precoce e eventos cardiovasculares a ela associados. As alterações na parede arterial ocorrem silenciosamente, mas podem ser visualizadas no modo-B da ultrassografia, através da medida do complexo médio-intimal (CMI). Estas precedem os eventos clínicos, que já são conseqüência da doença aterosclerótica avançada. A mortalidade aumentada em indivíduos com HIV por eventos cardiovasculares em jovens, muitas vezes sem fatores de risco clássicos para a aterosclerose, é motivo de preocupação. Não está claro, porém qual a real contribuição da terapia antiretroviral potente (TARV) e do HIV no aumento do risco de doença cardiovascular. A medida do CMI e do índice tornozelo-braço (ITB) por meio da ultrassonografia (USG) são marcadores não-invasivos e precoces da aterosclerose e podem refletir no aumento do risco cardiovascular global. Foram selecionados 70 pacientes com HIV em uso de antirretroviral (ARV) por mais de cinco anos (casos) e 70 indivíduos sem HIV (controles), pareados por sexo e idade. Todos os indivíduos foram avaliados através da medida do CMI em carótidas comuns, internas, femorais e subclávia direita (origem e segmento médio). Foram realizadas as medidas manual e automática do CMI nas carótidas comuns e também foi calculado o ITB. Os fatores de risco clássicos de aterosclerose e as características específicas dos infectados pelo HIV (tempo de doença, tempo de tratamento, tipo de tratamento ARV, uso de inibidor de protease - IP) foram avaliados. O ITB foi aumentado em um único paciente do grupo de casos (0,7%). A média do ITB no membro inferior direito foi de 1,082 e no membro inferior esquerdo de 1,077. Não houve alteração do ITB no grupo controle. O CMI em carótida comum não foi espessado em nenhum indivíduo. A média do CMI na carótida comum direita (CCD) foi de 0,51mm e na carótida comum esquerda foi de 0,53mm. A média automática do CMI da CCD nos casos mostrou-se significantemente menor do que a manual em diversos sítios de medição (subclávia direita origem, segmento médio e femoral), sendo clinicamente significativa apenas a diferença em relação à origem da subclávia direita (0,51mm vs 0,91mm) (p<0,001). Não existiu corelação significante da média automática do CMI da CCD com nenhuma das variáveis analisadas (tempo de HIV, tempo de tratamento com antirretroviral (ARV), uso de IP, uso irregular de ARV, uso de IP por mais de seis meses, classe atual de ARV, tipo de equema atual de tratamento, carga viral (CV) atual, maior CV, CD4 recente, menor CD4 e número de esquemas já utilizados), ou seja, nenhuma dessas variáveis interferem no valor do CMI. Os achados permitem concluir que os indivíduos infectados pelo HIV não apresentam risco mais elevado de aterosclerose do que a população controle, levando em consideração os fatores de risco clássicos da aterosclerose e as características específicas dos infectados pelo HIV nesta população. Comparando a média automática da CCD com as manuais não houve variação clinicamente significativa (menos de 0,1mm). Comparando a média automática da CCD com outros sítios (subclávia origem, segmento médio e femoral comum) a diferença foi estatisticamente e clinicamente significante na origem da subclávia direita. Como o espessamento do CMI em origem de subclávia direita ocorreu em casos e controles estudos complementares são necessários para confirmar se este é realmente um sítio de detecção mais precoce |
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