Concepções e práticas de docentes que atuam no ensino médio e que ensinam seus alunos a produzirem o gênero textual “redação do Enem”
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43062 |
Resumo: | Este estudo buscou investigar como docentes de Língua Portuguesa (LP) de colégios públicos propedêuticos e de formação técnica concebem e relatam suas práticas ligadas à produção textual, em especial aquelas, referentes à redação para o ENEM, em turmas do terceiro ano do Ensino Médio (EM). Uma primeira intenção investigativa nos remeteu às concepções dos docentes em relação ao ensino de LP e à produção textual (PT), em geral. Em um segundo momento, nos propusemos a identificar se a ‘‘Redação do ENEM’’ servia como parâmetro para o ensino de produção de textos argumentativos nas aulas de LP no último ano do EM. Além disso, priorizamos também identificar se o tipo de EM (propedêutico ou técnico) influenciava as concepções e práticas dos docentes participantes e quais conhecimentos e estratégias consideraram como sendo necessários para que os estudantes pudessem ter bom desempenho na redação. Para isso, fizemos entrevistas semi-estruturadas com professores de LP, sendo cinco de ensino técnico e cinco de ensino misto ou só propedêutico que lecionavam em escolas da Rede Federal e da Rede Estadual de Pernambuco e que atuavam no último ano do EM. Realizamos duas entrevistas, sendo uma presencial e uma por vídeo-conferência. Dividimos as análises em categorias e organizamos os resultados em três grandes blocos. Com os dados obtidos, pudemos inferir nas falas, principalmente dos docentes do Estado, resquícios da concepção de um ensino mais fragmentado, no qual seria necessário estabelecer aulas mais específicas para desenvolver o ensino da redação. Todos os professores trabalhavam PT para redação do ENEM nas suas turmas do terceiro ano, sendo que nove deles faziam alguma preparação para a escrita dos alunos, usando dispositivos como levantamento dos conhecimentos prévios, reportagens, textos motivadores, dentre outros. Cinco professores entrevistados do Estado e três do ensino técnico afirmaram que corrigiam os textos dos alunos seguindo os critérios do ENEM. Ainda no primeiro bloco, identificamos que metade dos entrevistados nunca utilizou o Livro Didatico de LP com a finalidade de ensinar redação, muitos faziam uso de materiais pedagógicos próprios. No segundo bloco, notamos que, embora a argumentação tenha sido mencionada pelos professores como uma aprendizagem a ser desenvolvida na produção textual dos estudantes, para metade deles era essencial os alunos compreenderem apenas aspectos acerca da temática e da estrutura textual. No último bloco, constatamos que os professores consideravam como positiva a avaliação da Redação do ENEM ser feita através das cinco competências, mas para muitos a exigência da quinta competência era considerada como um ponto negativo, assim como o formato da prova, visto como engessado. De modo geral, percebemos que a formação dos professores e, sobretudo, as condições de trabalhos proporcionadas pelas Redes podem influenciar o ensino, pois os docentes do ensino técnico, que também eram contratados com Dedicação Exclusiva, apesar de terem menos aulas semanais que os docentes da rede estadual possuíam em sua carga-horária aulas para atendimento individual ao aluno. Diferente disso, a maioria dos docentes entrevistados da rede estadual ainda lecionavam em mais de uma escola, o que dificultava esse acompanhamento individualizado ao estudante. Percebemos, também, que havia um maior interesse dos professores da rede estadual em trabalhar com textos, quase que exclusivamente, dissertativos-argumentativos no terceiro ano do EM. Essa estratégia de ensino parte muitas vezes de uma exigência da gestão escolar para elevar o número de estudantes aprovados no vestibular ao final do ano, como afirmou um dos docentes. Essa mesma cobrança não ocorre com os docentes do ensino técnico, uma vez que, os alunos daquela modalidade de EM já saem com uma formação profissional. |
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CAMPOS, Julliane Campelo do Nascimentohttp://lattes.cnpq.br/4054757279451277http://lattes.cnpq.br/8901640283482955MORAIS, Artur Gomes de2022-02-28T13:19:10Z2022-02-28T13:19:10Z2021-10-14CAMPOS, Julliane Campelo do Nascimento. Concepções e práticas de docentes que atuam no ensino médio e que ensinam seus alunos a produzirem o gênero textual “redação do Enem”. 2021. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43062ark:/64986/0013000008t63Este estudo buscou investigar como docentes de Língua Portuguesa (LP) de colégios públicos propedêuticos e de formação técnica concebem e relatam suas práticas ligadas à produção textual, em especial aquelas, referentes à redação para o ENEM, em turmas do terceiro ano do Ensino Médio (EM). Uma primeira intenção investigativa nos remeteu às concepções dos docentes em relação ao ensino de LP e à produção textual (PT), em geral. Em um segundo momento, nos propusemos a identificar se a ‘‘Redação do ENEM’’ servia como parâmetro para o ensino de produção de textos argumentativos nas aulas de LP no último ano do EM. Além disso, priorizamos também identificar se o tipo de EM (propedêutico ou técnico) influenciava as concepções e práticas dos docentes participantes e quais conhecimentos e estratégias consideraram como sendo necessários para que os estudantes pudessem ter bom desempenho na redação. Para isso, fizemos entrevistas semi-estruturadas com professores de LP, sendo cinco de ensino técnico e cinco de ensino misto ou só propedêutico que lecionavam em escolas da Rede Federal e da Rede Estadual de Pernambuco e que atuavam no último ano do EM. Realizamos duas entrevistas, sendo uma presencial e uma por vídeo-conferência. Dividimos as análises em categorias e organizamos os resultados em três grandes blocos. Com os dados obtidos, pudemos inferir nas falas, principalmente dos docentes do Estado, resquícios da concepção de um ensino mais fragmentado, no qual seria necessário estabelecer aulas mais específicas para desenvolver o ensino da redação. Todos os professores trabalhavam PT para redação do ENEM nas suas turmas do terceiro ano, sendo que nove deles faziam alguma preparação para a escrita dos alunos, usando dispositivos como levantamento dos conhecimentos prévios, reportagens, textos motivadores, dentre outros. Cinco professores entrevistados do Estado e três do ensino técnico afirmaram que corrigiam os textos dos alunos seguindo os critérios do ENEM. Ainda no primeiro bloco, identificamos que metade dos entrevistados nunca utilizou o Livro Didatico de LP com a finalidade de ensinar redação, muitos faziam uso de materiais pedagógicos próprios. No segundo bloco, notamos que, embora a argumentação tenha sido mencionada pelos professores como uma aprendizagem a ser desenvolvida na produção textual dos estudantes, para metade deles era essencial os alunos compreenderem apenas aspectos acerca da temática e da estrutura textual. No último bloco, constatamos que os professores consideravam como positiva a avaliação da Redação do ENEM ser feita através das cinco competências, mas para muitos a exigência da quinta competência era considerada como um ponto negativo, assim como o formato da prova, visto como engessado. De modo geral, percebemos que a formação dos professores e, sobretudo, as condições de trabalhos proporcionadas pelas Redes podem influenciar o ensino, pois os docentes do ensino técnico, que também eram contratados com Dedicação Exclusiva, apesar de terem menos aulas semanais que os docentes da rede estadual possuíam em sua carga-horária aulas para atendimento individual ao aluno. Diferente disso, a maioria dos docentes entrevistados da rede estadual ainda lecionavam em mais de uma escola, o que dificultava esse acompanhamento individualizado ao estudante. Percebemos, também, que havia um maior interesse dos professores da rede estadual em trabalhar com textos, quase que exclusivamente, dissertativos-argumentativos no terceiro ano do EM. Essa estratégia de ensino parte muitas vezes de uma exigência da gestão escolar para elevar o número de estudantes aprovados no vestibular ao final do ano, como afirmou um dos docentes. Essa mesma cobrança não ocorre com os docentes do ensino técnico, uma vez que, os alunos daquela modalidade de EM já saem com uma formação profissional.This study aimed to investigate how Portuguese Language (PL) teachers from public high schools (propedeutic or technical) conceive and report their practices related to textual production, especially those related to the ENEM essay, in the last year of High School (HS) classes. A first investigative intention referred us to the teachers' conceptions about teaching PL and textual production (TP), in general. In a second moment, we set out to identify whether the "ENEM essay" served as a parameter for the teaching of argumentative text production in the PL classes in the last year of HS. In addition, we also prioritized identifying whether the type of HS (propedeutic or technical) influenced the conceptions and practices of the participating teachers and what knowledge and strategies they considered necessary for students to perform well in ENEM's compositions. To this end, we conducted semi-structured interviews with PL teachers, five of them from technical schools and five from mixed or only propedeutic schools, who taught in Federal and State schools of Pernambuco and who worked in the last year of HS. We conducted two interviews, one face-to-face and one by videoconference. We divided the analysis into categories and organized the results into three large blocks. With the data obtained, we could infer in the speeches, mainly from the State teachers, remnants of a more fragmented teaching conception, in which it would be necessary to establish more specific classes to develop the teaching of writing. All the teachers worked onENEM essaysin their last year ofHS, and nine ofthemdid some preparation for the students' writing, using devices such as a survey of prior knowledge, reports, motivational texts, among others. Five teachers interviewed from the state and three from technical education stated that theycorrected the students' textsfollowing the ENEM criteria. Also in the first block, we found that half of the interviewees had never used a textbook to teach writing; many used their own pedagogical materials. In the second block, we noticed that, although argumentation was mentioned by teachers as a learning to be developed in students' text production, for half of them it was essential for studentsto understand only aspects about the theme and text structure. In the last block, we found that teachers considered the evaluation of the ENEM essay through the five competencies to be positive, but for many the requirement ofthe fifth competency was considered a negative point, as well as the format of the test, seen as rigid. In general, we noticed that the teachers' training and, above all, the working conditions provided by the school systems can influence the teaching, because the technical education teachers, who were also hired under an exclusive dedication contract, despite having fewer weekly classes than the teachers in the state system, had in their workload classes for individual attention to the students. Unlike this, most ofthe teachers interviewed fromthe state systemstill taught in more than one school, which made this individualized follow-up of students difficult. We also noticed that state school teachers were more interested in working with argumentative- dissertative texts almost exclusively in the last years of HS. This teaching strategy is often a requirement of the school management to increase the number of students approved in the university admission exams at the end of the year, as one of the teachers stated. The same demand does not occur with the teachers of technical education, since the students of that modality of high school already leave with a professionaleducation.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em EducacaoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPrática DocenteArgumentação – Produção textualExame Nacional do Ensino Médio (ENEM) – Produção textualUFPE – Pós-graduaçãoConcepções e práticas de docentes que atuam no ensino médio e que ensinam seus alunos a produzirem o gênero textual “redação do Enem”info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Julliane Campelo do Nascimento Campos.pdfDISSERTAÇÃO Julliane Campelo do Nascimento Campos.pdfapplication/pdf1926360https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/43062/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Julliane%20Campelo%20do%20Nascimento%20Campos.pdf8f474f8338588738f40b08dc891f1120MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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Concepções e práticas de docentes que atuam no ensino médio e que ensinam seus alunos a produzirem o gênero textual “redação do Enem” CAMPOS, Julliane Campelo do Nascimento Prática Docente Argumentação – Produção textual Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) – Produção textual UFPE – Pós-graduação |
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Este estudo buscou investigar como docentes de Língua Portuguesa (LP) de colégios públicos propedêuticos e de formação técnica concebem e relatam suas práticas ligadas à produção textual, em especial aquelas, referentes à redação para o ENEM, em turmas do terceiro ano do Ensino Médio (EM). Uma primeira intenção investigativa nos remeteu às concepções dos docentes em relação ao ensino de LP e à produção textual (PT), em geral. Em um segundo momento, nos propusemos a identificar se a ‘‘Redação do ENEM’’ servia como parâmetro para o ensino de produção de textos argumentativos nas aulas de LP no último ano do EM. Além disso, priorizamos também identificar se o tipo de EM (propedêutico ou técnico) influenciava as concepções e práticas dos docentes participantes e quais conhecimentos e estratégias consideraram como sendo necessários para que os estudantes pudessem ter bom desempenho na redação. Para isso, fizemos entrevistas semi-estruturadas com professores de LP, sendo cinco de ensino técnico e cinco de ensino misto ou só propedêutico que lecionavam em escolas da Rede Federal e da Rede Estadual de Pernambuco e que atuavam no último ano do EM. Realizamos duas entrevistas, sendo uma presencial e uma por vídeo-conferência. Dividimos as análises em categorias e organizamos os resultados em três grandes blocos. Com os dados obtidos, pudemos inferir nas falas, principalmente dos docentes do Estado, resquícios da concepção de um ensino mais fragmentado, no qual seria necessário estabelecer aulas mais específicas para desenvolver o ensino da redação. Todos os professores trabalhavam PT para redação do ENEM nas suas turmas do terceiro ano, sendo que nove deles faziam alguma preparação para a escrita dos alunos, usando dispositivos como levantamento dos conhecimentos prévios, reportagens, textos motivadores, dentre outros. Cinco professores entrevistados do Estado e três do ensino técnico afirmaram que corrigiam os textos dos alunos seguindo os critérios do ENEM. Ainda no primeiro bloco, identificamos que metade dos entrevistados nunca utilizou o Livro Didatico de LP com a finalidade de ensinar redação, muitos faziam uso de materiais pedagógicos próprios. No segundo bloco, notamos que, embora a argumentação tenha sido mencionada pelos professores como uma aprendizagem a ser desenvolvida na produção textual dos estudantes, para metade deles era essencial os alunos compreenderem apenas aspectos acerca da temática e da estrutura textual. No último bloco, constatamos que os professores consideravam como positiva a avaliação da Redação do ENEM ser feita através das cinco competências, mas para muitos a exigência da quinta competência era considerada como um ponto negativo, assim como o formato da prova, visto como engessado. De modo geral, percebemos que a formação dos professores e, sobretudo, as condições de trabalhos proporcionadas pelas Redes podem influenciar o ensino, pois os docentes do ensino técnico, que também eram contratados com Dedicação Exclusiva, apesar de terem menos aulas semanais que os docentes da rede estadual possuíam em sua carga-horária aulas para atendimento individual ao aluno. Diferente disso, a maioria dos docentes entrevistados da rede estadual ainda lecionavam em mais de uma escola, o que dificultava esse acompanhamento individualizado ao estudante. Percebemos, também, que havia um maior interesse dos professores da rede estadual em trabalhar com textos, quase que exclusivamente, dissertativos-argumentativos no terceiro ano do EM. Essa estratégia de ensino parte muitas vezes de uma exigência da gestão escolar para elevar o número de estudantes aprovados no vestibular ao final do ano, como afirmou um dos docentes. Essa mesma cobrança não ocorre com os docentes do ensino técnico, uma vez que, os alunos daquela modalidade de EM já saem com uma formação profissional. |
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