A posição assumida pelo outro e os possíveis efeitos na fala da criança durante a estruturação de diferentes narrativas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pontes, Juliana Galindo de Oliveira
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000001w5s
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13975
Resumo: As questões investigadas neste estudo estão centradas nos efeitos produzidos pelas posições assumidas pelos outros que se encontraram em interação com as crianças – com idade média de 3 anos – durante a estruturação de narrativas por essas crianças. Considerando que o outro se encontra no foco da investigação, foram convidados a assumir tal posição as mães das crianças, a professora que convive com as crianças na escola, a própria investigadora e uma outra criança que também já conviva com a criança narradora. Dessa forma, as duas crianças narradoras participaram de quatro momentos de produção de narrativas, sendo sugerido, em cada momento, que as crianças produzissem três narrativa: história, relato e caso. O estudo teve como base teórica a abordagem interacionista de aquisição da linguagem, inaugurada e representada por Cláudia Lemos, a qual considera que o processo de aquisição da linguagem acontece a partir de mudanças de posição numa estrutura, onde estão relacionadas a fala da criança, a fala do outro e o próprio funcionamento da língua. Nessa perspectiva, a criança passaria de infans a sujeito falante a partir de mudanças de posição nessa estrutura. Essa mesma autora trata também do discurso narrativo, fazendo uma correspondência entre as mudanças de posição da criança na estrutura relacional e a trajetória da criança através da narrativa. Considerando que a ação narrativa está ligada à constituição da subjetividade, esse tipo de produção foi colocado em destaque, no presente estudo, também pelo fato de ser um lugar empírico privilegiado, no qual podemos visualizar os movimentos linguísticos durante a estruturação de narrativas pela criança. Esses movimentos permitem compreender a captura da criança pelo próprio funcionamento da língua. Quanto à análise dos dados, esta foi dividida em três partes. Primeiro foram analisadas as posições assumidas pelos outros diante das produções narrativas das crianças, observando se essa posição assumida sofria variações em função da narrativa. Em seguida, foram analisados os movimentos que caracterizaram a estruturação das narrativas infantis, considerando ainda se tais movimentos foram afetados pela narrativa. Relacionando esses dois momentos de análise, por fim, foram identificados os efeitos da posição assumida pelos outros em interação com as crianças sobre as produções verbais singulares destas crianças durante a estruturação de narrativas. A análise dos resultados foi realizada, considerando a seguinte proposta: já que o processo de aquisição da linguagem está diretamente ligado as posições assumidas na estrutura relacional (a fala do outro, a fala da criança e o funcionamento da língua), quando um desses pólos muda, é provável que a arrumação dentro da estrutura também se modifique. É a partir destas indagações que o estudo aponta para a especificidade do papel do outro, assim como para as diversas formas em que esse outro pode interferir durante o processo de aquisição da linguagem, neste caso, mais precisamente sobre a produção narrativa, podendo assumir desde uma função estruturante, até mesmo uma função de interdição da fala da criança na sua singularidade. Nesse sentido, abre-se uma possibilidade de diálogo entre a abordagem interacionista de aquisição da linguagem e as discussões mobilizadas pelo presente estudo.
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O estudo teve como base teórica a abordagem interacionista de aquisição da linguagem, inaugurada e representada por Cláudia Lemos, a qual considera que o processo de aquisição da linguagem acontece a partir de mudanças de posição numa estrutura, onde estão relacionadas a fala da criança, a fala do outro e o próprio funcionamento da língua. Nessa perspectiva, a criança passaria de infans a sujeito falante a partir de mudanças de posição nessa estrutura. Essa mesma autora trata também do discurso narrativo, fazendo uma correspondência entre as mudanças de posição da criança na estrutura relacional e a trajetória da criança através da narrativa. Considerando que a ação narrativa está ligada à constituição da subjetividade, esse tipo de produção foi colocado em destaque, no presente estudo, também pelo fato de ser um lugar empírico privilegiado, no qual podemos visualizar os movimentos linguísticos durante a estruturação de narrativas pela criança. Esses movimentos permitem compreender a captura da criança pelo próprio funcionamento da língua. Quanto à análise dos dados, esta foi dividida em três partes. Primeiro foram analisadas as posições assumidas pelos outros diante das produções narrativas das crianças, observando se essa posição assumida sofria variações em função da narrativa. Em seguida, foram analisados os movimentos que caracterizaram a estruturação das narrativas infantis, considerando ainda se tais movimentos foram afetados pela narrativa. Relacionando esses dois momentos de análise, por fim, foram identificados os efeitos da posição assumida pelos outros em interação com as crianças sobre as produções verbais singulares destas crianças durante a estruturação de narrativas. A análise dos resultados foi realizada, considerando a seguinte proposta: já que o processo de aquisição da linguagem está diretamente ligado as posições assumidas na estrutura relacional (a fala do outro, a fala da criança e o funcionamento da língua), quando um desses pólos muda, é provável que a arrumação dentro da estrutura também se modifique. É a partir destas indagações que o estudo aponta para a especificidade do papel do outro, assim como para as diversas formas em que esse outro pode interferir durante o processo de aquisição da linguagem, neste caso, mais precisamente sobre a produção narrativa, podendo assumir desde uma função estruturante, até mesmo uma função de interdição da fala da criança na sua singularidade. Nesse sentido, abre-se uma possibilidade de diálogo entre a abordagem interacionista de aquisição da linguagem e as discussões mobilizadas pelo presente estudo.porUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAquisição da LinguagemNarrativas InfantisPapel do OutroA posição assumida pelo outro e os possíveis efeitos na fala da criança durante a estruturação de diferentes narrativasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Juliana Galindo de Oliveira Pontes.pdf.jpgTESE Juliana Galindo de Oliveira Pontes.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1216https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13975/5/TESE%20Juliana%20Galindo%20de%20Oliveira%20Pontes.pdf.jpg7955557b3e76363036c4e7127638b516MD55ORIGINALTESE Juliana Galindo de Oliveira Pontes.pdfTESE Juliana Galindo de Oliveira Pontes.pdfapplication/pdf3611056https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13975/1/TESE%20Juliana%20Galindo%20de%20Oliveira%20Pontes.pdf522aef0ab53b6f7429b90ca9712b6f12MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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