Levantamento de questões sobre a estruturação das narrativas infantis e o papel desempenhado pelo outro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Juliana Galindo de
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000002q1x
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8811
Resumo: Tomando como base a proposta Sócio-interacionista Estrutural de De Lemos, este estudo teve como objetivo levantar questões sobre a estruturação de narrativas infantis, considerando o papel desempenhado pelo outro , enquanto participante desse processo. Participaram deste estudo 7 crianças, com idade variando entre 2 anos e 10 meses a 3 anos e 7 meses, que freqüentam uma creche pública, a própria investigadora e uma monitora que convive com as crianças. A fim de atender ao objetivo proposto, cada criança foi convidada a participar de atividades de contar histórias, ora com a investigadora, ora com a monitora, sendo o estudo, portanto, dividido em duas etapas. Essa atividade de contar histórias era dividida em dois momentos. No primeiro momento, o adulto fazia a leitura de dois livros infantis com histórias tradicionais. Após terminar as leituras, era permitido que a criança escolhesse uma das duas, ou mesmo as duas histórias a fim de contar para o adulto, sendo esse, portanto, o segundo momento da atividade. Com relação aos dados, a sua análise foi dividida em três passos. O primeiro passo consistiu numa análise acerca da postura assumida por cada um dos adultos diante da estruturação de narrativas pelas crianças, considerando os tipos de intervenções dominantes de cada um desses adultos. No segundo passo da análise, foram selecionados os momentos de reconto de cada história por cada uma das crianças, visando a analisar como ocorre esse processo de estruturação de narrativas, nessa situação específica. Portanto, cada reconto foi comparado com a história original, para que fossem localizados os pontos de ruptura com a história contada anteriormente pelo adulto. Após a localização destas rupturas, foi possível indicar como a criança rompe com o discurso do outro e sugerir em que consistem essas rupturas. Vale destacar que essa ruptura da fala da criança em relação à fala do adulto não foi aqui considerada como um não saber , mas como correspondente a uma forma particular de convocar e arrumar significantes durante a estruturação de narrativas, levando em conta que a fala da criança estaria subordinada ao próprio funcionamento da língua, ou seja, aos processos metafóricos e metonímicos. O terceiro passo da análise consistiu numa tentativa de articulação entre os dois primeiros, visto que se buscou identificar a existência de uma possível relação entre a postura do adulto e a forma como as crianças estruturam suas narrativas, considerando os limites da situação específica do presente trabalho. Para isso, foi feita uma seleção de alguns momentos de reconto de cada história, mais especificamente dos momentos em que a criança rompe com a história narrada pelo adulto, considerando a interpretação deste diante das rupturas. Nesse sentido, foi possível supor que quando a fala da criança, marcada por rupturas com o texto da história original, era anulada ou mesmo interditada pelo outro , havia uma mudança no movimento de estruturação de narrativas. Portanto, o estudo aponta para a suposição de que a postura do outro diante da fala da criança poderia, num certo sentido, permitir ou não que fluísse a singularidade nesta fala
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A fim de atender ao objetivo proposto, cada criança foi convidada a participar de atividades de contar histórias, ora com a investigadora, ora com a monitora, sendo o estudo, portanto, dividido em duas etapas. Essa atividade de contar histórias era dividida em dois momentos. No primeiro momento, o adulto fazia a leitura de dois livros infantis com histórias tradicionais. Após terminar as leituras, era permitido que a criança escolhesse uma das duas, ou mesmo as duas histórias a fim de contar para o adulto, sendo esse, portanto, o segundo momento da atividade. Com relação aos dados, a sua análise foi dividida em três passos. O primeiro passo consistiu numa análise acerca da postura assumida por cada um dos adultos diante da estruturação de narrativas pelas crianças, considerando os tipos de intervenções dominantes de cada um desses adultos. 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