Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souto, Ana Carla Gonçalo
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12342
Resumo: A caatinga tem como traço marcante de sua área de ocorrência o clima quente e seco com precipitações irregulares e altas taxas de evaporação. A caatinga se reflete em uma riqueza não só em termos de biodiversidade, mas também em conhecimentos tradicionais a ela relacionados. Entretanto, esse bioma é considerado um dos mais frágeis. O clima associado à ação humana exploratória e insustentável torna frágil o equilíbrio ecológico da caatinga com implicações negativas para o meio ambiente e para os habitantes do semiárido. Embora a maioria das palmeiras nativas do Nordeste brasileiro não esteja incluída entre as espécies ameaçadas de extinção, o uso desordenado as torna vulneráveis. Dentre as palmeiras nativas da caatinga tem-se o catolé Syagrus cearensis (Noblick). O que chama a atenção nesse caso é o uso das folhas do catolé pela Comunidade de Monte Alegre, situada no município de Iguaraci, microrregião do Sertão do Alto Pajeú/PE, onde existem onze famílias que sobrevivem da coleta das folhas da palmeira catolé e do uso da palha para a confecção de vassouras artesanais. Porém, a atividade extrativista do catolé sofre com o risco de ser extinta por conta das dificuldades encontradas pelas populações que se utilizam desta palmeira como fonte de renda. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o extrativismo do catolé pela população agroextrativista de Monte Alegre. O pensamento complexo surge como método norteador da pesquisa, amparado nas etnociências, com o intuito de proporcionar um diálogo entre as ciências naturais e sociais em uma perspectiva crítica. Para isso, contou-se com uma pesquisa bibliográfica e documental e uma pesquisa de campo com a realização de entrevistas, determinação da área de uso e observação. Os resultados apontam que a renda familiar do grupo estudado é constituída essencialmente pela produção e venda das vassouras confeccionadas com as folhas do catolé. O extrativismo e a produção de vassouras, conhecimentos transmitidos através de gerações, são a base da cultura desta população enraizando-os à sua terra e suas origens. As técnicas de coleta utilizadas causam um prejuízo mínimo às populações de catolé da Serra de Monte Alegre. A atividade realizada e a comercialização das vassouras indicam uma atividade nos moldes précapitalistas, não se enquadrando completamente nos padrões capitalistas da sociedade urbano-industrial. Contudo, o valor de uso das vassouras não concentra os aspectos sociais, culturais e ecológicos que devem estar agregados ao valor do produto. A determinação da área de uso dessa população pelas tecnicas de georreferenciamento e fotointerpretação mostra como eles ocupam e usam o território. A territorialidade da população agroextrativista estudada exemplifica a relação entre o homem e a natureza com um modo particular de convivência com o Semiárido, combinando estratégias de vida e saberes complexos transmitidos através de gerações, o que vem garantindo o sustendo dessas famílias ao longo do tempo.
id UFPE_cf33c35951942042db3302b2f689eb6c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/12342
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling Souto, Ana Carla GonçaloRodrigues, Gilberto Gonçalves 2015-03-13T12:49:23Z2015-03-13T12:49:23Z2014-02-10https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12342A caatinga tem como traço marcante de sua área de ocorrência o clima quente e seco com precipitações irregulares e altas taxas de evaporação. A caatinga se reflete em uma riqueza não só em termos de biodiversidade, mas também em conhecimentos tradicionais a ela relacionados. Entretanto, esse bioma é considerado um dos mais frágeis. O clima associado à ação humana exploratória e insustentável torna frágil o equilíbrio ecológico da caatinga com implicações negativas para o meio ambiente e para os habitantes do semiárido. Embora a maioria das palmeiras nativas do Nordeste brasileiro não esteja incluída entre as espécies ameaçadas de extinção, o uso desordenado as torna vulneráveis. Dentre as palmeiras nativas da caatinga tem-se o catolé Syagrus cearensis (Noblick). O que chama a atenção nesse caso é o uso das folhas do catolé pela Comunidade de Monte Alegre, situada no município de Iguaraci, microrregião do Sertão do Alto Pajeú/PE, onde existem onze famílias que sobrevivem da coleta das folhas da palmeira catolé e do uso da palha para a confecção de vassouras artesanais. Porém, a atividade extrativista do catolé sofre com o risco de ser extinta por conta das dificuldades encontradas pelas populações que se utilizam desta palmeira como fonte de renda. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o extrativismo do catolé pela população agroextrativista de Monte Alegre. O pensamento complexo surge como método norteador da pesquisa, amparado nas etnociências, com o intuito de proporcionar um diálogo entre as ciências naturais e sociais em uma perspectiva crítica. Para isso, contou-se com uma pesquisa bibliográfica e documental e uma pesquisa de campo com a realização de entrevistas, determinação da área de uso e observação. Os resultados apontam que a renda familiar do grupo estudado é constituída essencialmente pela produção e venda das vassouras confeccionadas com as folhas do catolé. O extrativismo e a produção de vassouras, conhecimentos transmitidos através de gerações, são a base da cultura desta população enraizando-os à sua terra e suas origens. As técnicas de coleta utilizadas causam um prejuízo mínimo às populações de catolé da Serra de Monte Alegre. A atividade realizada e a comercialização das vassouras indicam uma atividade nos moldes précapitalistas, não se enquadrando completamente nos padrões capitalistas da sociedade urbano-industrial. Contudo, o valor de uso das vassouras não concentra os aspectos sociais, culturais e ecológicos que devem estar agregados ao valor do produto. A determinação da área de uso dessa população pelas tecnicas de georreferenciamento e fotointerpretação mostra como eles ocupam e usam o território. A territorialidade da população agroextrativista estudada exemplifica a relação entre o homem e a natureza com um modo particular de convivência com o Semiárido, combinando estratégias de vida e saberes complexos transmitidos através de gerações, o que vem garantindo o sustendo dessas famílias ao longo do tempo.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessSemiáridoManejo da caatingaUso sustentávelPopulações tradicionaisPalmeirasDas folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO ANA CARLA GONÇALO SOUTO.pdf.jpgDISSERTAÇÃO ANA CARLA GONÇALO SOUTO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1421https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CARLA%20GON%c3%87ALO%20SOUTO.pdf.jpgfe96fb9482386aa7a7ac7fd56065c4a3MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO ANA CARLA GONÇALO SOUTO.pdfDISSERTAÇÃO ANA CARLA GONÇALO SOUTO.pdfapplication/pdf6479027https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CARLA%20GON%c3%87ALO%20SOUTO.pdf716428fc4e6635080deb916182e54c5bMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTDISSERTAÇÃO ANA CARLA GONÇALO SOUTO.pdf.txtDISSERTAÇÃO ANA CARLA GONÇALO SOUTO.pdf.txtExtracted texttext/plain249906https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CARLA%20GON%c3%87ALO%20SOUTO.pdf.txt9106b17d375cd43e3c5225cba95b61c9MD54123456789/123422019-10-25 04:56:42.927oai:repositorio.ufpe.br:123456789/12342TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T07:56:42Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
title Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
spellingShingle Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
Souto, Ana Carla Gonçalo
Semiárido
Manejo da caatinga
Uso sustentável
Populações tradicionais
Palmeiras
title_short Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
title_full Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
title_fullStr Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
title_full_unstemmed Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
title_sort Das folhas às vassouras : o extrativismo do catolé (Syagrus cearensis Noblick) pela população tradicional de Monte Alegre, Pernambuco, Brasil
author Souto, Ana Carla Gonçalo
author_facet Souto, Ana Carla Gonçalo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Souto, Ana Carla Gonçalo
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rodrigues, Gilberto Gonçalves
contributor_str_mv Rodrigues, Gilberto Gonçalves
dc.subject.por.fl_str_mv Semiárido
Manejo da caatinga
Uso sustentável
Populações tradicionais
Palmeiras
topic Semiárido
Manejo da caatinga
Uso sustentável
Populações tradicionais
Palmeiras
description A caatinga tem como traço marcante de sua área de ocorrência o clima quente e seco com precipitações irregulares e altas taxas de evaporação. A caatinga se reflete em uma riqueza não só em termos de biodiversidade, mas também em conhecimentos tradicionais a ela relacionados. Entretanto, esse bioma é considerado um dos mais frágeis. O clima associado à ação humana exploratória e insustentável torna frágil o equilíbrio ecológico da caatinga com implicações negativas para o meio ambiente e para os habitantes do semiárido. Embora a maioria das palmeiras nativas do Nordeste brasileiro não esteja incluída entre as espécies ameaçadas de extinção, o uso desordenado as torna vulneráveis. Dentre as palmeiras nativas da caatinga tem-se o catolé Syagrus cearensis (Noblick). O que chama a atenção nesse caso é o uso das folhas do catolé pela Comunidade de Monte Alegre, situada no município de Iguaraci, microrregião do Sertão do Alto Pajeú/PE, onde existem onze famílias que sobrevivem da coleta das folhas da palmeira catolé e do uso da palha para a confecção de vassouras artesanais. Porém, a atividade extrativista do catolé sofre com o risco de ser extinta por conta das dificuldades encontradas pelas populações que se utilizam desta palmeira como fonte de renda. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o extrativismo do catolé pela população agroextrativista de Monte Alegre. O pensamento complexo surge como método norteador da pesquisa, amparado nas etnociências, com o intuito de proporcionar um diálogo entre as ciências naturais e sociais em uma perspectiva crítica. Para isso, contou-se com uma pesquisa bibliográfica e documental e uma pesquisa de campo com a realização de entrevistas, determinação da área de uso e observação. Os resultados apontam que a renda familiar do grupo estudado é constituída essencialmente pela produção e venda das vassouras confeccionadas com as folhas do catolé. O extrativismo e a produção de vassouras, conhecimentos transmitidos através de gerações, são a base da cultura desta população enraizando-os à sua terra e suas origens. As técnicas de coleta utilizadas causam um prejuízo mínimo às populações de catolé da Serra de Monte Alegre. A atividade realizada e a comercialização das vassouras indicam uma atividade nos moldes précapitalistas, não se enquadrando completamente nos padrões capitalistas da sociedade urbano-industrial. Contudo, o valor de uso das vassouras não concentra os aspectos sociais, culturais e ecológicos que devem estar agregados ao valor do produto. A determinação da área de uso dessa população pelas tecnicas de georreferenciamento e fotointerpretação mostra como eles ocupam e usam o território. A territorialidade da população agroextrativista estudada exemplifica a relação entre o homem e a natureza com um modo particular de convivência com o Semiárido, combinando estratégias de vida e saberes complexos transmitidos através de gerações, o que vem garantindo o sustendo dessas famílias ao longo do tempo.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-02-10
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-03-13T12:49:23Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-03-13T12:49:23Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12342
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12342
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CARLA%20GON%c3%87ALO%20SOUTO.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CARLA%20GON%c3%87ALO%20SOUTO.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/12342/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20ANA%20CARLA%20GON%c3%87ALO%20SOUTO.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv fe96fb9482386aa7a7ac7fd56065c4a3
716428fc4e6635080deb916182e54c5b
66e71c371cc565284e70f40736c94386
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
9106b17d375cd43e3c5225cba95b61c9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310760232124416