A problemática do sujeito em As palavras e as coisas de Michell Foucault
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6192 |
Resumo: | As teses foucaultianas sobre a trajetória arqueológica do saber e sua relação com as ciências humanas, enquanto saber constituído, estão contidas em As palavras e as coisas. Em que momento o homem tornou-se uma interrogação para a cultura ocidental, em que momento passou a ser objeto e sujeito do conhecimento? São questões presentes nessa obra, o que evidencia sua preocupação com os processos pelos quais o homem se tornou objeto e sujeito do conhecimento na Modernidade. Todas suas pesquisas vão se basear nessa duplicidade estabelecida no século XIX. Ele analisa uma ordem interna do saber, uma história das epistemes (suas condições de possibilidades), as configurações que deram origem a um determinado saber, um campo epistemológico dos saberes presentes desde o Renascimento até a Modernidade. Descreve a constituição das ciências que se tornaram ciências-objeto, procurando examinar as práticas discursivas ou não-discursivas. Nesse sentido, distingue três estruturas epistêmicas que apareceram sem nenhuma continuidade. Destaca que entre o pensamento clássico e o moderno ocorreu uma ruptura, uma descontinuidade que abriu as portas para o surgimento de novos objetos epistêmicos. Campos como os da biologia, da economia e da filologia passam a constituir saberes nos quais o homem, agora, é uma realidade. A linguagem tornou-se objeto de saber. Acredita que essa duplicidade estabelecida no pensamento moderno decreta a morte do homem, a tese mais radical de sua obra, que resultou numa querela entre estruturalistas, existencialistas e marxistas. Existencialistas e marxistas acusam-no de negar à história um papel de determinação na construção da subjetividade. Nesse primeiro momento de seu percurso teórico alinha-se à Etnologia, à Psicanálise e à Literatura, para promover a desconstrução de um sujeito como fundamento e origem de todas as coisas. Filiado e inspirado numa filosofia nietzcheana-heideggeriana suspeita de toda totalidade e desconfia das sínteses continuístas que insistem em fazer da consciência um sujeito. Avesso a uma história universal, recusa a noção de progresso, evolução e continuidade. O que permanece é o descontínuo, o transitório, o plural e o disperso |
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Fernandes Baía, ÂngelaDi Matteo, Vincenzo 2014-06-12T18:02:42Z2014-06-12T18:02:42Z2007Fernandes Baía, Ângela; Di Matteo, Vincenzo. A problemática do sujeito em As palavras e as coisas de Michell Foucault. 2007. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6192ark:/64986/001300000mzt4As teses foucaultianas sobre a trajetória arqueológica do saber e sua relação com as ciências humanas, enquanto saber constituído, estão contidas em As palavras e as coisas. Em que momento o homem tornou-se uma interrogação para a cultura ocidental, em que momento passou a ser objeto e sujeito do conhecimento? São questões presentes nessa obra, o que evidencia sua preocupação com os processos pelos quais o homem se tornou objeto e sujeito do conhecimento na Modernidade. Todas suas pesquisas vão se basear nessa duplicidade estabelecida no século XIX. Ele analisa uma ordem interna do saber, uma história das epistemes (suas condições de possibilidades), as configurações que deram origem a um determinado saber, um campo epistemológico dos saberes presentes desde o Renascimento até a Modernidade. Descreve a constituição das ciências que se tornaram ciências-objeto, procurando examinar as práticas discursivas ou não-discursivas. Nesse sentido, distingue três estruturas epistêmicas que apareceram sem nenhuma continuidade. Destaca que entre o pensamento clássico e o moderno ocorreu uma ruptura, uma descontinuidade que abriu as portas para o surgimento de novos objetos epistêmicos. Campos como os da biologia, da economia e da filologia passam a constituir saberes nos quais o homem, agora, é uma realidade. A linguagem tornou-se objeto de saber. Acredita que essa duplicidade estabelecida no pensamento moderno decreta a morte do homem, a tese mais radical de sua obra, que resultou numa querela entre estruturalistas, existencialistas e marxistas. Existencialistas e marxistas acusam-no de negar à história um papel de determinação na construção da subjetividade. Nesse primeiro momento de seu percurso teórico alinha-se à Etnologia, à Psicanálise e à Literatura, para promover a desconstrução de um sujeito como fundamento e origem de todas as coisas. Filiado e inspirado numa filosofia nietzcheana-heideggeriana suspeita de toda totalidade e desconfia das sínteses continuístas que insistem em fazer da consciência um sujeito. Avesso a uma história universal, recusa a noção de progresso, evolução e continuidade. 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