A Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa nas décadas de 1960 a 1980: um projeto político e pedagógico contra-hegemônico?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FIRMINO, Carlos Antônio Barbosa
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3802
Resumo: Esta tese de doutoramento está inserida no campo da História das Instituições Escolares. Tem por objetivo escrever a história da Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa (EEPJIS), da cidade de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, Brasil, num período que se estende entre as décadas de 1960 a 1980. O recorte temporal privilegia a compreensão da implantação e consolidação do Golpe Militar de 1964, contexto sócio-político onde a referida escola foi criada e onde seu projeto político e pedagógico lhe propiciou a formação de uma identidade de escola democrática, inovadora e progressista. Foi essa identidade, formada no período mais duro do regime ditatorial que moveu nossas principais questões de pesquisa: Por que foi exatamente no período de plena vigência do golpe militar de 1964, de ideologia liberal, que suprimiu os direitos políticos e a liberdade de expressão, que a Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa conseguiu sua projeção? Em que consistia o caráter inovador do seu projeto político e pedagógico? Qual era a perspectiva de formação defendida pela escola: reprodutivista ou contestadora da ordem social vigente? Visava a uma formação integral? Nesse sentido, tratou-se de um projeto contra-hegemônico? E se foi contra-hegemônico, como conseguiu sobreviver e resistir ao período de ditadura militar, que dificultava ações críticas de toda a natureza? Será que não foi justamente essa restrição à liberdade que motivou a EEPJIS a buscar as transformações que a levaram a ocupar lugar de destaque no espaço escolar da cidade? Destarte, dentro das relações capitalistas históricas entre sociedade e educação no país, fizemos a leitura do desenvolvimento de uma proposta de escola que nos apresentou de início crítica e progressista. Uma escola que carregou um conceito de educação básica de formação humana do sujeito humano em toda a sua diversidade de gênero, raça, religião, políticas e idade sem convertê-la a obrigatoriedade impositiva de acesso ao ensino superior. Nesse sentido transitamos entre duas concepções de educação: uma oficial, reprodutivista e por isso hegemônica, que foi imposta pelo regime militar e outra, não oficial, crítica e por isso contra-hegemônica, que se colocou na contra-mão como forma de resistência. Nos apoiamos na pesquisa qualitativa com foco na história oral temática. Utilizamos a técnica de grupo focal por trabalharmos com fontes orais coletivas. Recorremos, também, a análise documental onde questionamos suas formas sintáticas, tipográficas impressas, léxicas, estéticas e iconográficas. Nas análises, resgatamos nos aportes teóricos a compreensão de que as memórias da EEPJIS tiveram importância singular para a compreensão da educação local, regional e nacional. E mais, acreditamos que a narrativa histórica que construímos propicie um debate crítico, democrático e fora da rotina, favorecendo a um conhecimento diverso do de senso comum e do oriundo de uma gama imensa de produções acadêmicas que habitam as pesquisas atuais em educação, mas que não tratam dela especificamente no seu sentido epistêmico. Em suma, a escrita da história da Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa, conforme questionamos, revelou-nos que o seu projeto político e pedagógico, pelo seu caráter inovador e progressista, foi resistente à ditadura militar implantada no Brasil no ano de 1964, mas não se consolidou como um projeto contra-hegemônico a ela porquanto não teve como cerne a transformação da sociedade estratificada em classes, ou seja, a sociedade capitalista. Por fim, a concretização dessa pesquisa permitirá que esta experiência educativa, que se mostrou eficiente, não se perca no tempo e que os atores sociais que a edificaram não se sintam privados do acesso às lembranças dos seus eventos. Favorecerá à própria história do município fornecendo subsídios para o seu processo formativo atual. Ampliará nosso conhecimento para o enfrentamento de questões do presente permitindo-nos avançar na direção de uma ação educativa de qualidade comprometida com a transformação social para todos os brasileiros
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O recorte temporal privilegia a compreensão da implantação e consolidação do Golpe Militar de 1964, contexto sócio-político onde a referida escola foi criada e onde seu projeto político e pedagógico lhe propiciou a formação de uma identidade de escola democrática, inovadora e progressista. Foi essa identidade, formada no período mais duro do regime ditatorial que moveu nossas principais questões de pesquisa: Por que foi exatamente no período de plena vigência do golpe militar de 1964, de ideologia liberal, que suprimiu os direitos políticos e a liberdade de expressão, que a Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa conseguiu sua projeção? Em que consistia o caráter inovador do seu projeto político e pedagógico? Qual era a perspectiva de formação defendida pela escola: reprodutivista ou contestadora da ordem social vigente? Visava a uma formação integral? Nesse sentido, tratou-se de um projeto contra-hegemônico? E se foi contra-hegemônico, como conseguiu sobreviver e resistir ao período de ditadura militar, que dificultava ações críticas de toda a natureza? Será que não foi justamente essa restrição à liberdade que motivou a EEPJIS a buscar as transformações que a levaram a ocupar lugar de destaque no espaço escolar da cidade? Destarte, dentro das relações capitalistas históricas entre sociedade e educação no país, fizemos a leitura do desenvolvimento de uma proposta de escola que nos apresentou de início crítica e progressista. Uma escola que carregou um conceito de educação básica de formação humana do sujeito humano em toda a sua diversidade de gênero, raça, religião, políticas e idade sem convertê-la a obrigatoriedade impositiva de acesso ao ensino superior. Nesse sentido transitamos entre duas concepções de educação: uma oficial, reprodutivista e por isso hegemônica, que foi imposta pelo regime militar e outra, não oficial, crítica e por isso contra-hegemônica, que se colocou na contra-mão como forma de resistência. Nos apoiamos na pesquisa qualitativa com foco na história oral temática. Utilizamos a técnica de grupo focal por trabalharmos com fontes orais coletivas. Recorremos, também, a análise documental onde questionamos suas formas sintáticas, tipográficas impressas, léxicas, estéticas e iconográficas. Nas análises, resgatamos nos aportes teóricos a compreensão de que as memórias da EEPJIS tiveram importância singular para a compreensão da educação local, regional e nacional. E mais, acreditamos que a narrativa histórica que construímos propicie um debate crítico, democrático e fora da rotina, favorecendo a um conhecimento diverso do de senso comum e do oriundo de uma gama imensa de produções acadêmicas que habitam as pesquisas atuais em educação, mas que não tratam dela especificamente no seu sentido epistêmico. Em suma, a escrita da história da Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa, conforme questionamos, revelou-nos que o seu projeto político e pedagógico, pelo seu caráter inovador e progressista, foi resistente à ditadura militar implantada no Brasil no ano de 1964, mas não se consolidou como um projeto contra-hegemônico a ela porquanto não teve como cerne a transformação da sociedade estratificada em classes, ou seja, a sociedade capitalista. Por fim, a concretização dessa pesquisa permitirá que esta experiência educativa, que se mostrou eficiente, não se perca no tempo e que os atores sociais que a edificaram não se sintam privados do acesso às lembranças dos seus eventos. Favorecerá à própria história do município fornecendo subsídios para o seu processo formativo atual. Ampliará nosso conhecimento para o enfrentamento de questões do presente permitindo-nos avançar na direção de uma ação educativa de qualidade comprometida com a transformação social para todos os brasileirosCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessHistória de Instituições EscolaresProjeto Político e PedagógicoContra-HegemoniaA Escola Estadual Professor José Inácio de Sousa nas décadas de 1960 a 1980: um projeto político e pedagógico contra-hegemônico?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo251_1.pdf.jpgarquivo251_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1185https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3802/4/arquivo251_1.pdf.jpg7c01349172cf33586587203e414607d7MD54ORIGINALarquivo251_1.pdfapplication/pdf6856619https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3802/1/arquivo251_1.pdf9bd0772f8a54ffe248795f15626ce52aMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3802/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo251_1.pdf.txtarquivo251_1.pdf.txtExtracted texttext/plain985592https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3802/3/arquivo251_1.pdf.txt8601e6424710c8a17b730231ee64387cMD53123456789/38022019-10-25 13:54:22.712oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3802Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T16:54:22Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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