FOUCAULT E A INSURREIÇÃO IRANIANA COMO ACONTECIMENTO: O SI E OS OUTROS, DO ASSUJEITAMENTO À SUBJETIVAÇÃO
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Pensando |
Texto Completo: | https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3352 |
Resumo: | O objetivo deste artigo é, de forma geral, discutir a noção de acontecimento enquanto uma das principais categorias para a leitura da obra de Michel Foucault, o que nos permite, a partir de uma determinada operacionalização, compreender todo seu projeto como uma acontecimentalização da história. A fim de especificar este processo, estabelecemos o diagnóstico foucaultiano da Insurreição Iraniana como mote de nossa verificação do acontecimento, em que atentaremos para dois aspectos que convergem no nexo principal do événement: o “poder pastoral” e a “espiritualidade política” conduzindo às novas proposições teóricas sobre a formação do sujeito. Será, assim, a partir do grande eixo da subjetivação que desenvolveremos nossa hipótese de leitura, referente à economia da obra foucaultiana, no que diz respeito ao acento espiritual do poder pastoral e o episódio iraniano como estando já inseridos em um movimento que deveria tentar pensar, continuamente, um sujeito outro. Desta forma, tais temáticas, abarcando a questão de um governo dos outros, carregarão igualmente a necessidade conceitual do governo de si, desenvolvida por Foucault através do “cuidado de si” durante a década de 1980. Para percorrermos este caminho, de uma acontecimentalização do levante no Irã, abordaremos primeiramente o poder pastoral e as contra-condutas no contexto do curso proferido no Collège de France em 1978, Sécurité, territoire, population. Em seguida enfocaremos a noção de “espiritualidade política”, utilizada em sua análise sobre o Irã, a partir de um cruzamento conceitual advindo de estudo pontual de L’Herméneutique du sujet, curso de 1982, a fim de poder explicitar, ao final, como a própria metodologia de uma filosofia do acontecimento procura atingir seu principal alvo, o sujeito, ao pensá-lo enquanto processo, através de um questionamento singular: “como se tornar sujeito sem ser assujeitado?” |
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FOUCAULT E A INSURREIÇÃO IRANIANA COMO ACONTECIMENTO: O SI E OS OUTROS, DO ASSUJEITAMENTO À SUBJETIVAÇÃOAcontecimentoMichel FoucaultPoder pastoralSubjetivaçãoContra-condutaFilosofia Francesa ContemporâneaO objetivo deste artigo é, de forma geral, discutir a noção de acontecimento enquanto uma das principais categorias para a leitura da obra de Michel Foucault, o que nos permite, a partir de uma determinada operacionalização, compreender todo seu projeto como uma acontecimentalização da história. A fim de especificar este processo, estabelecemos o diagnóstico foucaultiano da Insurreição Iraniana como mote de nossa verificação do acontecimento, em que atentaremos para dois aspectos que convergem no nexo principal do événement: o “poder pastoral” e a “espiritualidade política” conduzindo às novas proposições teóricas sobre a formação do sujeito. Será, assim, a partir do grande eixo da subjetivação que desenvolveremos nossa hipótese de leitura, referente à economia da obra foucaultiana, no que diz respeito ao acento espiritual do poder pastoral e o episódio iraniano como estando já inseridos em um movimento que deveria tentar pensar, continuamente, um sujeito outro. Desta forma, tais temáticas, abarcando a questão de um governo dos outros, carregarão igualmente a necessidade conceitual do governo de si, desenvolvida por Foucault através do “cuidado de si” durante a década de 1980. Para percorrermos este caminho, de uma acontecimentalização do levante no Irã, abordaremos primeiramente o poder pastoral e as contra-condutas no contexto do curso proferido no Collège de France em 1978, Sécurité, territoire, population. Em seguida enfocaremos a noção de “espiritualidade política”, utilizada em sua análise sobre o Irã, a partir de um cruzamento conceitual advindo de estudo pontual de L’Herméneutique du sujet, curso de 1982, a fim de poder explicitar, ao final, como a própria metodologia de uma filosofia do acontecimento procura atingir seu principal alvo, o sujeito, ao pensá-lo enquanto processo, através de um questionamento singular: “como se tornar sujeito sem ser assujeitado?”EDUFPI2017-01-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/335210.26694/pensando.v7i14.5359PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA; Vol. 7 No. 14 (2016): VARIA; 306-330PENSANDO - REVUE DE PHILOSOPHIE; Vol. 7 No 14 (2016): VARIA; 306-330PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA; v. 7 n. 14 (2016): VARIA; 306-3302178-843Xreponame:Pensandoinstname:Universidade Federal do Piauí (UFPI)instacron:UFPIporhttps://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3352/2934Copyright (c) 2022 PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIAinfo:eu-repo/semantics/openAccessMenezes Jaquet, Gabriela 2022-10-29T15:29:05Zoai:periodicos.ufpi.br:article/3352Revistahttp://www.ojs.ufpi.br/index.php/pensando/indexPUBhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/oai||revista.pensando@gmail.com2178-843X2178-843Xopendoar:2022-10-29T15:29:05Pensando - Universidade Federal do Piauí (UFPI)false |
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