INTERPRETAÇÃO MUSICAL: UMA LEITURA HERMENÊUTICA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Pensando |
Texto Completo: | https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3329 |
Resumo: | Este artigo busca um diálogo entre a filosofia e a música, esta tratada maiscomo área do conhecimento do que como fenômeno estético ou social. Procurando uma superação da classificação de Boécio, que colocava o teórico comoo terceiro e mais elevado tipo de músico – acima do instrumentista e do poeta (TOMÁS, 1998) –, notamos que a hermenêutica gadameriana impõe uma reunião do aspecto prático e teórico no âmbito da interpretação (que pressupõe uma teoria e acontece através de uma técnica) que acredito oferecerfundamento parauma epistemologia da interpretação musical. O que a classificação boeciana perde de vista é que a música – como toda a proposição artística– é uma forma de pensamento. Gadamer vem aqui em nosso encontro através de seu livro Verdade e Método, um dos mais sólidos trabalhos em epistemologia do século XX, na medida em que determina a obra de arte “(...) ao lado da experiência da filosofia (...)”, como “a mais peremptória advertência à consciência científica, no sentido de reconhecer seus limites” (GADAMER, 2008, p. 33).É nesta chave que desenvolvemos um modelo preliminar de constituição interpretativa, partindo do caráter universal da hermenêutica, proposto por Gadamer a partir do fenômeno da compreensão em sua concepção mais geral, Esse modelo precisaria ser, ao mesmo tempo, sistemático (para manter sob controle os aspectos problemáticos dos pré-conceitos sem abrir mão deles enquanto estruturantes da pesquisa) e aberto (para manter a possibilidade de reconhecimento de fundamentos diversos de compreensão sem um desvio do objeto central da pesquisa). E tem, ao mesmo tempo, implicações filosóficas sobre a atuação histórico-social do músico pesquisador. Em uma abordagem assim, justifica-se não só a presença da música enquanto disciplina da Universidade, mas também o fato – incômodo para alguns, especialmente ligados à tradição da musikwissenschaft – de essa presença assumir a herança do modelo conservatorial do aprendizado de ofício, não mais como uma tradição antiga e aceita, mas como um ponto de partida para novas (e críticas) proposições artísticas. Além, é claro, de uma forma sólida de conhecimento. |
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