CONFIABILISMO, JUSTIFICAÇÃO E VIRTUDES

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães Santos, Breno Ricardo
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pensando
Texto Completo: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3444
Resumo: Este trabalho tem como propósito principal discutir duas propostas epistêmicas diferentes, ambas sob o título de confiabilismo. A primeira delas, o confiabilismo simples desenvolvido por Alvin Goldman, tem como objetivo central oferecer uma caracterização adequada do elemento justificacional presente na definição tradicional de conhecimento. A proposta de Goldman tem como desafio inicial responder apropriadamente à demanda gettieriana apresentada alguns anos antes, além de corrigir alguns problemas mais centrais que afetaram sua teoria causal do conhecimento. No entanto, a proposta externalista do confiabilismo simples de Goldman enfrentou alguns ataques sérios à sua noção de justificabilidade. Três desses ataques se tornaram mais célebres na literatura recente: o problema da generalidade, o problema da metaincoerência e o problema do novo gênio maligno. Cada um a seu modo estabeleceu desafios reais à proposta confiabilista inicial. A segunda teoria confiabilista que iremos discutir consiste em uma reformulação da proposta goldmaniana, na figura do confiabilismo das virtudes – ou perspectivismo das virtudes, desenvolvido e defendido principalmente por Ernest Sosa, em uma série de trabalhos bastante influentes na epistemologia contemporânea. Nesses trabalhos, Sosa foi capaz de inserir a noção de virtudes intelectuais no debate epistemológico recente, trazendo para o centro do debate externalista uma ideia de formação responsável de crenças, ao mesmo tempo em que tentou responder apropriadamente aos desafios mais centrais enfrentados pelo confiabilismo original. Na primeira parte do artigo apresentaremos a primeira dessas teorias para, logo em seguida, na segunda parte, oferecer um tratamento da reformulação sosiana da proposta confiabilista e uma defesa dessa proposta como mais adequada para lidar com algumas das demandas básicas de uma teoria apropriada da justificação.
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