Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista.
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
Texto Completo: | http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5100 |
Resumo: | A presente Dissertação expõe a investigação sobre o dispositivo de sexualidade, a partir da perspectiva médico e higienista nos séculos XVIII e XIX, com base nos estudos teórico-filosóficos de Michel Foucault (1926-1984). A hipótese geral se baseia na acepção de que a sexualidade, racionalizada pelas instâncias de poder, foi higienizada e realocada como um discurso que instituiu limites no que tange não somente às práticas sexuais do ser humano, mas como a um processo subjetivo capaz de individualizar e de legitimar o sujeito no espectro social. Para além de uma teoria unilateralmente repressiva, a sexualidade foi instituída pelas estratégias médicas e psiquiátricas como uma maneira de conhecer os segredos interiorizados na categoria do desejo no indivíduo, a fim de compreender seu comportamento, sua instintividade, assim como identificar suas possíveis patologias. A sexualidade, então, vincula-se a partir de duas concepções higienistas: subjetiva e asséptica que, interceptando o corpo do indivíduo, preenchendo sua superfície com inscrições, o transforma e o reposiciona no corpus social. Desse modo, o sujeito aprende a cercear seus movimentos, seu instinto sexual, ao mesmo tempo em que as táticas produtivas atravessam sua organicidade física, potencializando sua força e sua energia, possibilitando sustentar a base econômica da sociedade. Tendo como agravante a transposição de sua sexualidade do eixo privado para o eixo público, fazendo com que o indivíduo acabe por não discernir essas duas áreas, na tentativa das estruturas de poder (escola, igreja, hospital, fábrica, exército) de produzir um saber e, consequentemente, extrair uma verdade do indivíduo. Neste viés, as técnicas disciplinares, o discurso, a sexualidade, no formato de uma tecnologia, produzem uma espécie peculiar de ser humano: o indivíduo assujeitado, assim como sexualizado e, convenientemente, dominado e salubrizado pelo poder-saber da Medicina e da Psiquiatria, do mesmo modo que a Psicologia e também a Pedagogia. O corpo humano torna-se, então, a “pedra de toque” onde se configura o dispositivo de sexualidade e a articulação dos sistemas de poder em somatizar esse corpo, transfigurando-o, em uma complexidade produtiva, tanto na economia, como na política e na vida social. |
id |
UFPL_30818c55c8d72d1f0340d0c1615603b0 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/5100 |
network_acronym_str |
UFPL |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
repository_id_str |
|
spelling |
2020-04-29T10:30:31Z2020-04-282020-04-29T10:30:31Z2017-07-07KRÜGER JUNIOR, Dirceu Arno. Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. 2017. 167 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2017.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5100A presente Dissertação expõe a investigação sobre o dispositivo de sexualidade, a partir da perspectiva médico e higienista nos séculos XVIII e XIX, com base nos estudos teórico-filosóficos de Michel Foucault (1926-1984). A hipótese geral se baseia na acepção de que a sexualidade, racionalizada pelas instâncias de poder, foi higienizada e realocada como um discurso que instituiu limites no que tange não somente às práticas sexuais do ser humano, mas como a um processo subjetivo capaz de individualizar e de legitimar o sujeito no espectro social. Para além de uma teoria unilateralmente repressiva, a sexualidade foi instituída pelas estratégias médicas e psiquiátricas como uma maneira de conhecer os segredos interiorizados na categoria do desejo no indivíduo, a fim de compreender seu comportamento, sua instintividade, assim como identificar suas possíveis patologias. A sexualidade, então, vincula-se a partir de duas concepções higienistas: subjetiva e asséptica que, interceptando o corpo do indivíduo, preenchendo sua superfície com inscrições, o transforma e o reposiciona no corpus social. Desse modo, o sujeito aprende a cercear seus movimentos, seu instinto sexual, ao mesmo tempo em que as táticas produtivas atravessam sua organicidade física, potencializando sua força e sua energia, possibilitando sustentar a base econômica da sociedade. Tendo como agravante a transposição de sua sexualidade do eixo privado para o eixo público, fazendo com que o indivíduo acabe por não discernir essas duas áreas, na tentativa das estruturas de poder (escola, igreja, hospital, fábrica, exército) de produzir um saber e, consequentemente, extrair uma verdade do indivíduo. Neste viés, as técnicas disciplinares, o discurso, a sexualidade, no formato de uma tecnologia, produzem uma espécie peculiar de ser humano: o indivíduo assujeitado, assim como sexualizado e, convenientemente, dominado e salubrizado pelo poder-saber da Medicina e da Psiquiatria, do mesmo modo que a Psicologia e também a Pedagogia. O corpo humano torna-se, então, a “pedra de toque” onde se configura o dispositivo de sexualidade e a articulação dos sistemas de poder em somatizar esse corpo, transfigurando-o, em uma complexidade produtiva, tanto na economia, como na política e na vida social.This research exposes the investigation on the sexuality device, according to a doctor and hygienist perspective in XVIII and XIX centuries, based on Michel Foucault (1926-1984) theoretical-philosophical studies. The general hypothesis is based in the acception that sexuality, rationalized by instances of power, was sanitized and reallocated as a discourse that established limits in reference of not only the human sexual pratices, but as a subjective process capable to individualize and legitimate the subject in the social spectrum. Beyond the repressive unilateral theory, sexuality was instituted by medical and psychological strategies as a way to address the internalized secrets of the individual desire, in order to understand their behavior, their instinctivity, as well as identify their possible pathology's. The sexuality, then, it's linked by two concepts: subjective and aseptic that, intercepting the individual body, filling their surface with inscriptions, transforming and readjusting it to the social corpus. Thereby, the subject learns to curtail their movements, their sexual instinct, in the same time that the productive tactics cross it's physical organicity, improving their force and energy, making possible to sustain the economic base of society. Having as an aggravating factor, the sexuality transposition of private to public axis, inducing the subject to being incapable of distinguish these two issues, in an attempt of the structures of power (school, church, hospital, factory, military) of produce a knowledge and, therefore, draw a truth of the individual. Therefore, the disciplinary techniques, the discourse, the sexuality, as a technology, produce a peculiar species of human being: the anti-subjetc individual, as well as sexualized and, conveniently, subdued and sanitized by the power-knowlegde of Medicine and Psychiatry, likewise Psychology and Pedagogy. The human body becomes, then, the focus, where the device of sexuality is configured and the articulation of power systems to somatize this body, transfiguring it, in a productive complexity, both in economy, politics and social life.porUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFPelBrasilInstituto de Filosofia, Sociologia e PoliticaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAFilosofiaFoucaultDispositivo de sexualidadePoderHigienizaçãoSujeitoSexuality devicePowerHigyeningSubjectFoucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista.Foucault: the sexuality device in medical and hygienist discourse.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/4772589439962250http://lattes.cnpq.br/2113698088338985Valeirão, Kelinhttp://lattes.cnpq.br/7568906437198533Schio, Sônia MariaKrüger Junior, Dirceu Arnoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTDirceu Arno Krüger Junior_Dissertacao.pdf.txtDirceu Arno Krüger Junior_Dissertacao.pdf.txtExtracted texttext/plain485711http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/6/Dirceu%20Arno%20Kr%c3%bcger%20Junior_Dissertacao.pdf.txt77e178ba7911022608c507b05194b1e3MD56open accessTHUMBNAILDirceu Arno Krüger Junior_Dissertacao.pdf.jpgDirceu Arno Krüger Junior_Dissertacao.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1248http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/7/Dirceu%20Arno%20Kr%c3%bcger%20Junior_Dissertacao.pdf.jpg7439cd6f283a5195ea1dc5b5b92c7ae3MD57open accessORIGINALDirceu Arno Krüger Junior_Dissertacao.pdfDirceu Arno Krüger Junior_Dissertacao.pdfapplication/pdf1344328http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/1/Dirceu%20Arno%20Kr%c3%bcger%20Junior_Dissertacao.pdff078c7a1524d90ed60895c59341037b4MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; charset=utf-849http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/2/license_url4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2fMD52open accesslicense_textlicense_texttext/html; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/3/license_textd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53open accesslicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/4/license_rdfd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD54open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/5/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD55open accessprefix/51002023-07-13 06:54:18.819open accessoai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/5100TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpel.edu.br/oai/requestrippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.bropendoar:2023-07-13T09:54:18Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
Foucault: the sexuality device in medical and hygienist discourse. |
title |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
spellingShingle |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. Krüger Junior, Dirceu Arno CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA Filosofia Foucault Dispositivo de sexualidade Poder Higienização Sujeito Sexuality device Power Higyening Subject |
title_short |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
title_full |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
title_fullStr |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
title_full_unstemmed |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
title_sort |
Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. |
author |
Krüger Junior, Dirceu Arno |
author_facet |
Krüger Junior, Dirceu Arno |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/4772589439962250 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2113698088338985 |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Valeirão, Kelin |
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/7568906437198533 |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Schio, Sônia Maria |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Krüger Junior, Dirceu Arno |
contributor_str_mv |
Valeirão, Kelin Schio, Sônia Maria |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA |
topic |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA Filosofia Foucault Dispositivo de sexualidade Poder Higienização Sujeito Sexuality device Power Higyening Subject |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Filosofia Foucault Dispositivo de sexualidade Poder Higienização Sujeito Sexuality device Power Higyening Subject |
description |
A presente Dissertação expõe a investigação sobre o dispositivo de sexualidade, a partir da perspectiva médico e higienista nos séculos XVIII e XIX, com base nos estudos teórico-filosóficos de Michel Foucault (1926-1984). A hipótese geral se baseia na acepção de que a sexualidade, racionalizada pelas instâncias de poder, foi higienizada e realocada como um discurso que instituiu limites no que tange não somente às práticas sexuais do ser humano, mas como a um processo subjetivo capaz de individualizar e de legitimar o sujeito no espectro social. Para além de uma teoria unilateralmente repressiva, a sexualidade foi instituída pelas estratégias médicas e psiquiátricas como uma maneira de conhecer os segredos interiorizados na categoria do desejo no indivíduo, a fim de compreender seu comportamento, sua instintividade, assim como identificar suas possíveis patologias. A sexualidade, então, vincula-se a partir de duas concepções higienistas: subjetiva e asséptica que, interceptando o corpo do indivíduo, preenchendo sua superfície com inscrições, o transforma e o reposiciona no corpus social. Desse modo, o sujeito aprende a cercear seus movimentos, seu instinto sexual, ao mesmo tempo em que as táticas produtivas atravessam sua organicidade física, potencializando sua força e sua energia, possibilitando sustentar a base econômica da sociedade. Tendo como agravante a transposição de sua sexualidade do eixo privado para o eixo público, fazendo com que o indivíduo acabe por não discernir essas duas áreas, na tentativa das estruturas de poder (escola, igreja, hospital, fábrica, exército) de produzir um saber e, consequentemente, extrair uma verdade do indivíduo. Neste viés, as técnicas disciplinares, o discurso, a sexualidade, no formato de uma tecnologia, produzem uma espécie peculiar de ser humano: o indivíduo assujeitado, assim como sexualizado e, convenientemente, dominado e salubrizado pelo poder-saber da Medicina e da Psiquiatria, do mesmo modo que a Psicologia e também a Pedagogia. O corpo humano torna-se, então, a “pedra de toque” onde se configura o dispositivo de sexualidade e a articulação dos sistemas de poder em somatizar esse corpo, transfigurando-o, em uma complexidade produtiva, tanto na economia, como na política e na vida social. |
publishDate |
2017 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017-07-07 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-04-29T10:30:31Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2020-04-28 2020-04-29T10:30:31Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
KRÜGER JUNIOR, Dirceu Arno. Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. 2017. 167 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2017. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5100 |
identifier_str_mv |
KRÜGER JUNIOR, Dirceu Arno. Foucault: o dispositivo de sexualidade no discurso médico e higienista. 2017. 167 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2017. |
url |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5100 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pelotas |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFPel |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pelotas |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca instname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) instacron:UFPEL |
instname_str |
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) |
instacron_str |
UFPEL |
institution |
UFPEL |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
collection |
Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/6/Dirceu%20Arno%20Kr%c3%bcger%20Junior_Dissertacao.pdf.txt http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/7/Dirceu%20Arno%20Kr%c3%bcger%20Junior_Dissertacao.pdf.jpg http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/1/Dirceu%20Arno%20Kr%c3%bcger%20Junior_Dissertacao.pdf http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/2/license_url http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/3/license_text http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/4/license_rdf http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5100/5/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
77e178ba7911022608c507b05194b1e3 7439cd6f283a5195ea1dc5b5b92c7ae3 f078c7a1524d90ed60895c59341037b4 4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2f d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e 43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) |
repository.mail.fl_str_mv |
rippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.br |
_version_ |
1813710177333936128 |