Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Rafael Dias
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5085
Resumo: A presente dissertação busca propostas de definição para a grande política, na obra de Nietzsche, considerando-a como um “programa” associado a sua crítica da moral, dirigida à modernidade. Sobretudo fugidio, o conteúdo do conceito é difícil de ser delimitado, de modo que duas chaves de leitura são, para tanto, privilegiadas, pela duração do intervalo que as separa, permitindo cotejar complementaridades e distinções: a interpretação perfeccionista hodierna e a criticamente consagrada atribuição – contemporânea ao filósofo – de um “radicalismo aristocrático”. Portanto, como parte integrante de tal reconstituição, o levantamento bibliográfico objetiva o balanço da recepção desse item do pensamento político nietzschiano, ao privilegiar três autores: Ciano Aydin (2007), Daniel W. Conway (1997) e Paul J. M. van Tongeren (2008). Assim sendo, aborda-se, de acordo com Aydin, a vontade de poder nietzschiana como possibilidade para uma estrutura de condições necessárias a uma política livre da redução à mera instância técnica. Em outras palavras, discute-se o argumento do comentador que preconiza alternativas para escapar ao retrocesso a perspectivas que pressuponham algum tipo de ordem social absoluta ou preexistente, através de linhas mestras básicas derivadas dos dois “constituintes” da realidade, em seu modelo “organização-luta” (“organization-struggle” model). Dessa forma, são discutidas suas proposições, baseadas em similaridades e diferenças para com a distinção amigo-inimigo de Carl Schmitt e o caráter de indeterminação da democracia de Claude Lefort, assim como os termos do movimento perfectível de uma cultura saudável em oposição declarada à estase de sua identidade, a qual abraça a multiplicidade, a variabilidade e a relacionalidade. Por sua vez, com Conway, problematiza-se o papel da política no aperfeiçoamento da humanidade, compreendido no cultivo de indivíduos raros, representativos das potencialidades mais exaltadas pela construção de grandes seres humanos. Nesse sentido, analisa-se se, em Nietzsche, o assunto aparece como um caso de legitimação, de justificação ou de afirmação definitivas e se há, sob a forma de uma galvanização da vontade, a promessa de futuro que renovaria as metas desses empreendimentos superlativos, responsáveis pela definição de novos horizontes, assegurados por legislação filosófica. Desse modo, as funções e os registros das figuras do legislador e do animal indeterminado – furtando-se à do além-do-homem (Übermensch) – são avaliadas através da interpretação do perfeccionismo por Conway – como proposto por Stanley Cavell –, termo que carrega a desvantagem de poder gerar o equívoco de um estágio de acabamento da espécie, idealismo rejeitado pelo filósofo em nome da plasticidade da indeterminação humana. Por fim, considera-se a posição de van Tongeren, a qual estabelece, no quadro do debate contemporâneo, por um lado, a crítica às interpretações perfeccionistas e, por outro, a ideia do filósofo alemão como “pensador suprapolítico” (“über-politischer Denker”), por via do problema de inspiração naturalista do “animal ainda não determinado” e sua differentia specifica.
id UFPL_815c6d6a5ad288b166a4e73a66ddcfaa
oai_identifier_str oai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/5085
network_acronym_str UFPL
network_name_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
repository_id_str
spelling 2020-04-29T10:05:31Z2020-04-282020-04-29T10:05:31Z2013-06-14FERREIRA, Rafael Dias. Nietzsche e o programa da grande política: sobre a dimensão perfeccionista de seu radicalismo aristocrático. 2013. 140 f. Dissertação (Mestrado em filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2013.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5085A presente dissertação busca propostas de definição para a grande política, na obra de Nietzsche, considerando-a como um “programa” associado a sua crítica da moral, dirigida à modernidade. Sobretudo fugidio, o conteúdo do conceito é difícil de ser delimitado, de modo que duas chaves de leitura são, para tanto, privilegiadas, pela duração do intervalo que as separa, permitindo cotejar complementaridades e distinções: a interpretação perfeccionista hodierna e a criticamente consagrada atribuição – contemporânea ao filósofo – de um “radicalismo aristocrático”. Portanto, como parte integrante de tal reconstituição, o levantamento bibliográfico objetiva o balanço da recepção desse item do pensamento político nietzschiano, ao privilegiar três autores: Ciano Aydin (2007), Daniel W. Conway (1997) e Paul J. M. van Tongeren (2008). Assim sendo, aborda-se, de acordo com Aydin, a vontade de poder nietzschiana como possibilidade para uma estrutura de condições necessárias a uma política livre da redução à mera instância técnica. Em outras palavras, discute-se o argumento do comentador que preconiza alternativas para escapar ao retrocesso a perspectivas que pressuponham algum tipo de ordem social absoluta ou preexistente, através de linhas mestras básicas derivadas dos dois “constituintes” da realidade, em seu modelo “organização-luta” (“organization-struggle” model). Dessa forma, são discutidas suas proposições, baseadas em similaridades e diferenças para com a distinção amigo-inimigo de Carl Schmitt e o caráter de indeterminação da democracia de Claude Lefort, assim como os termos do movimento perfectível de uma cultura saudável em oposição declarada à estase de sua identidade, a qual abraça a multiplicidade, a variabilidade e a relacionalidade. Por sua vez, com Conway, problematiza-se o papel da política no aperfeiçoamento da humanidade, compreendido no cultivo de indivíduos raros, representativos das potencialidades mais exaltadas pela construção de grandes seres humanos. Nesse sentido, analisa-se se, em Nietzsche, o assunto aparece como um caso de legitimação, de justificação ou de afirmação definitivas e se há, sob a forma de uma galvanização da vontade, a promessa de futuro que renovaria as metas desses empreendimentos superlativos, responsáveis pela definição de novos horizontes, assegurados por legislação filosófica. Desse modo, as funções e os registros das figuras do legislador e do animal indeterminado – furtando-se à do além-do-homem (Übermensch) – são avaliadas através da interpretação do perfeccionismo por Conway – como proposto por Stanley Cavell –, termo que carrega a desvantagem de poder gerar o equívoco de um estágio de acabamento da espécie, idealismo rejeitado pelo filósofo em nome da plasticidade da indeterminação humana. Por fim, considera-se a posição de van Tongeren, a qual estabelece, no quadro do debate contemporâneo, por um lado, a crítica às interpretações perfeccionistas e, por outro, a ideia do filósofo alemão como “pensador suprapolítico” (“über-politischer Denker”), por via do problema de inspiração naturalista do “animal ainda não determinado” e sua differentia specifica.This dissertation seeks proposals for the definition of great politics, in the work of Nietzsche, considering it as a “program” associated with his critique of morality, addressed to modernity. Especially elusive, the content of the concept is difficult to be defined, so that two keys to the reading are privileged, by the duration of the interval separating them, allowing to collate complementarities and distinctions: recent perfectionist interpretation and the critically enshrined attribution – contemporary to the philosopher – of an “aristocratic radicalism”. Thus, as an integral part of that reconstitution, the bibliographical survey aims the balance of the reception of this item of Nietzsche’s political thought by privileging three authors: Ciano Aydin (2007), Daniel W. Conway (1997), and Paul J.M. van Tongeren (2008). So, it is covered, according to Aydin, the Nietzschean will to power as the possibility for a framework of necessary conditions to a politics free from reduction to a mere branch of technics. Moreover, he argues that the concept offers alternatives to escape the setback to perspectives that involve some kind of absolute or pre-existing social order, through basic guidelines in derivation of two “constituents” of the reality, in his “organization-struggle” model. Therefore, his propositions are discussed, based on similarities and differences between this one towards the Carl Schmitt’s friend-enemy distinction and the Claude Lefort’s indeterminate character of democracy, as well as the terms of the movement for perfection of a healthy culture in declared opposition to the stasis of its identity, embracing the multiplicity, the variability, and the relationality. In turn, with Conway, it is discussed the role of politics in the humankind enhancement, understood in the breeding of rare individuals, representatives of the more exalted potentialities by the construction of great human beings. Accordingly, it is analyzed if, in Nietzsche, this subject emerges like a case of ultimate justification, legitimation, or affirmation, and if there is, in the form of a galvanization of the will, a promise of future that could renew the goals of this superlative ventures, responsible for setting up new horizons, provided by the philosophical law. In this way, the functions and registers of the figures of the legislator, the indeterminate animal – excluding the overman (Übermensch) – were evaluated by Conway’s reading of the perfectionism – indebted to Stanley Cavell –, a term that carries the disadvantage of possibly generate the misunderstanding of a stage of the species completion, idealism rejected by the philosopher on behalf of the plasticity of human indeterminacy. Finally, it is considered the statement of van Tongeren, which establishes, in the scenario of the contemporary debate, on the one hand, the criticism of perfectionist interpretations and, on the other, if the German philosopher would be a “supra-political thinker” (“über-politischer Denker”), via the problem of naturalistic inspiration about the “undetermined animal” and its differentia specifica.porUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFPelBrasilInstituto de Filosofia, Sociologia e PoliticaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAFilosofiaNietzschePolíticaPerfeccionismoAristocratismoPoliticsPerfectionismAristocratismNietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.Nietzsche and the task of great politics: on the perfectionist interpretation of his aristocratic radicalism.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/0459298399364717http://lattes.cnpq.br/9512892707756969Araldi, Clademir LuísFerreira, Rafael Diasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTDissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.txtDissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.txtExtracted texttext/plain379552http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/6/Dissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.txtab8dfbae07ed4072a5dd86011a76caf3MD56open accessTHUMBNAILDissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.jpgDissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1266http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/7/Dissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.jpg5a54b89f46eb5a123367e477bbd719e0MD57open accessORIGINALDissertacao_Rafael_Ferreira.pdfDissertacao_Rafael_Ferreira.pdfapplication/pdf1298055http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/1/Dissertacao_Rafael_Ferreira.pdfa42cffc01825ad2cd74f43434334265fMD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; charset=utf-849http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/2/license_url4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2fMD52open accesslicense_textlicense_texttext/html; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/3/license_textd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53open accesslicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/4/license_rdfd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD54open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/5/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD55open accessprefix/50852023-07-13 07:02:57.79open accessoai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/5085TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpel.edu.br/oai/requestrippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.bropendoar:2023-07-13T10:02:57Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Nietzsche and the task of great politics: on the perfectionist interpretation of his aristocratic radicalism.
title Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
spellingShingle Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
Ferreira, Rafael Dias
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Filosofia
Nietzsche
Política
Perfeccionismo
Aristocratismo
Politics
Perfectionism
Aristocratism
title_short Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
title_full Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
title_fullStr Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
title_full_unstemmed Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
title_sort Nietzsche e a tarefa da grande política: sobre a interpretação perfeccionista de seu radicalismo aristocrático.
author Ferreira, Rafael Dias
author_facet Ferreira, Rafael Dias
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0459298399364717
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9512892707756969
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Araldi, Clademir Luís
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira, Rafael Dias
contributor_str_mv Araldi, Clademir Luís
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Filosofia
Nietzsche
Política
Perfeccionismo
Aristocratismo
Politics
Perfectionism
Aristocratism
dc.subject.por.fl_str_mv Filosofia
Nietzsche
Política
Perfeccionismo
Aristocratismo
Politics
Perfectionism
Aristocratism
description A presente dissertação busca propostas de definição para a grande política, na obra de Nietzsche, considerando-a como um “programa” associado a sua crítica da moral, dirigida à modernidade. Sobretudo fugidio, o conteúdo do conceito é difícil de ser delimitado, de modo que duas chaves de leitura são, para tanto, privilegiadas, pela duração do intervalo que as separa, permitindo cotejar complementaridades e distinções: a interpretação perfeccionista hodierna e a criticamente consagrada atribuição – contemporânea ao filósofo – de um “radicalismo aristocrático”. Portanto, como parte integrante de tal reconstituição, o levantamento bibliográfico objetiva o balanço da recepção desse item do pensamento político nietzschiano, ao privilegiar três autores: Ciano Aydin (2007), Daniel W. Conway (1997) e Paul J. M. van Tongeren (2008). Assim sendo, aborda-se, de acordo com Aydin, a vontade de poder nietzschiana como possibilidade para uma estrutura de condições necessárias a uma política livre da redução à mera instância técnica. Em outras palavras, discute-se o argumento do comentador que preconiza alternativas para escapar ao retrocesso a perspectivas que pressuponham algum tipo de ordem social absoluta ou preexistente, através de linhas mestras básicas derivadas dos dois “constituintes” da realidade, em seu modelo “organização-luta” (“organization-struggle” model). Dessa forma, são discutidas suas proposições, baseadas em similaridades e diferenças para com a distinção amigo-inimigo de Carl Schmitt e o caráter de indeterminação da democracia de Claude Lefort, assim como os termos do movimento perfectível de uma cultura saudável em oposição declarada à estase de sua identidade, a qual abraça a multiplicidade, a variabilidade e a relacionalidade. Por sua vez, com Conway, problematiza-se o papel da política no aperfeiçoamento da humanidade, compreendido no cultivo de indivíduos raros, representativos das potencialidades mais exaltadas pela construção de grandes seres humanos. Nesse sentido, analisa-se se, em Nietzsche, o assunto aparece como um caso de legitimação, de justificação ou de afirmação definitivas e se há, sob a forma de uma galvanização da vontade, a promessa de futuro que renovaria as metas desses empreendimentos superlativos, responsáveis pela definição de novos horizontes, assegurados por legislação filosófica. Desse modo, as funções e os registros das figuras do legislador e do animal indeterminado – furtando-se à do além-do-homem (Übermensch) – são avaliadas através da interpretação do perfeccionismo por Conway – como proposto por Stanley Cavell –, termo que carrega a desvantagem de poder gerar o equívoco de um estágio de acabamento da espécie, idealismo rejeitado pelo filósofo em nome da plasticidade da indeterminação humana. Por fim, considera-se a posição de van Tongeren, a qual estabelece, no quadro do debate contemporâneo, por um lado, a crítica às interpretações perfeccionistas e, por outro, a ideia do filósofo alemão como “pensador suprapolítico” (“über-politischer Denker”), por via do problema de inspiração naturalista do “animal ainda não determinado” e sua differentia specifica.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-06-14
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-04-29T10:05:31Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-04-28
2020-04-29T10:05:31Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv FERREIRA, Rafael Dias. Nietzsche e o programa da grande política: sobre a dimensão perfeccionista de seu radicalismo aristocrático. 2013. 140 f. Dissertação (Mestrado em filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2013.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5085
identifier_str_mv FERREIRA, Rafael Dias. Nietzsche e o programa da grande política: sobre a dimensão perfeccionista de seu radicalismo aristocrático. 2013. 140 f. Dissertação (Mestrado em filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2013.
url http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5085
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Filosofia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPel
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
instname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron:UFPEL
instname_str Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron_str UFPEL
institution UFPEL
reponame_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
collection Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
bitstream.url.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/6/Dissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.txt
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/7/Dissertacao_Rafael_Ferreira.pdf.jpg
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/1/Dissertacao_Rafael_Ferreira.pdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/2/license_url
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/3/license_text
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/4/license_rdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5085/5/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ab8dfbae07ed4072a5dd86011a76caf3
5a54b89f46eb5a123367e477bbd719e0
a42cffc01825ad2cd74f43434334265f
4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2f
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
repository.mail.fl_str_mv rippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.br
_version_ 1801846998196813824