Um estudo sobre os erros ortográficos de alunos do ensino médio do IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG), à luz do Modelo de Redescrição Representacional (MRR) de Karmiloff-Smith (1994)
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
Texto Completo: | http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2949 |
Resumo: | Este estudo é resultado de uma investigação feita a partir da análise de produções escritas espontâneas, controladas e de entrevistas realizadas junto a dois grupos de alunos do ensino médio do IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG): Grupo Transversal e Grupo Longitudinal, com a finalidade de mapear, descrever e analisar os tipos de erros ortográficos produzidos. Os erros foram classificados em dois grandes grupos: motivados pela fonética/fonologia da língua ou motivados por dificuldades advindas do sistema ortográfico. Os resultados da análise dos dados produzidos pelo Grupo Transversal, composto por 273 alunos de primeiros, segundos e terceiros anos permitiu o mapeamento dos principais tipos de erros ortográficos produzidos e orientou as coletas posteriores realizadas junto ao Grupo Longitudinal, composto por 15 sujeitos acompanhados de 2011 a 2014 e divididos em três grupos, a saber,Grupo 1 (fortes), Grupo 2 (medianos) e Grupo 3 (fracos) em questões ortográficas. A hipótese inicial desta investigação foi a de que haveria relação entre o quantitativo de erros ortográficos encontrados e o formato do conhecimento ortográfico, segundo o Modelo deRedescrição Representacional (MRR) de Karmiloff-Smith (1986, 1994). Os resultados da investigação mostraram que os tipos de erros ortográficos encontrados nas coletas junto a ambos os grupos – Transversal e Longitudinal eram análogos Verificou-se, ainda, que os tipos de erros ortográficos mais recorrentes e numerosos nas produções textuais dos informantes de ambos os grupos pesquisados eram, em primeiro lugar, advindos das chamadas irregularidades do sistema ortográfico, em especial os casos de representação do fonema/s/ e do fonema/z/, seguidos dos erros ortográficos relacionados à motivação fonética da língua e dos erros ortográficos relacionados à segmentação não-convencional da escrita (hipo e hipersegmentação), sendo a hipossegmentação mais numerosa nos dados do que a hipersegmentação. Tais erros ortográficos correspondem a cerca de 75% dos dados totais desta pesquisa.Em relação aos níveis do MRR verificou-se que a hipótese levantada foi corroborada, uma vez que houve correspondência entre os três grupos (forte, medianos e fracos em questões ortográficas) e os níveis de representação do conhecimento ortográfico entre Explícito 2 (E2) e Explícito 3 Consciente Verbal (E3). Verificou-se que os informantes com menor quantidade de erros ortográficos (Grupo 1) apresentaram quase que a totalidade dos momentos da entrevista categorizados segundo o nível do MRR Explícito 3 Consciente Verbal (E3); já os informantes do Grupo 2 (medianos) embora apresentassem vários momentos da entrevista caracterizados como de E3 tiveram, na sua maioria, momentos da entrevista categorizados como de E2, ou seja, no nível do MRR caracterizado como sendo aquele em que já existe análise acerca do conhecimento, embora este ainda não possa ser verbalizado. Finalmente, os informantes do Grupo 3 (fracos) praticamente não apresentaram momentos categorizados como sendo de E3, tendo tido os momentos de sua entrevista quase todos categorizados como E2. Em relação às estratégias utilizadas pelos sujeitos para orientar suas escolhas ortográficas constatou-se que os informantes dos Grupos 1 e 2, respectivamente fortes e medianos em questões ortográficas, utilizaram estratégias tais como o acesso à memória visual ou seguiram procedimentos analógicos da língua para chegar à grafia correta das palavras. Já os informantes do Grupo 3 utilizaram esporadicamente a memória visual e os processos analógicos e, preferencialmente, utilizaram a fala como estratégia para orientar suas grafias. Observou-se, ainda, correlação positiva entre o nível E3 do MRR dos informantes com o uso de estratégias tais como ‘memória visual’ e ‘processos analógicos’ e o nível E2 do MRR dos informantes com o uso da estratégia ‘escrita apoiada na oralidade’. A conclusão deste estudo vai ao sentido de que se faz necessário, mesmo no ensino médio, lançar mão de estratégias capazes de desenvolver e consolidar o conhecimento ortográfico dos alunos. |
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Os erros foram classificados em dois grandes grupos: motivados pela fonética/fonologia da língua ou motivados por dificuldades advindas do sistema ortográfico. Os resultados da análise dos dados produzidos pelo Grupo Transversal, composto por 273 alunos de primeiros, segundos e terceiros anos permitiu o mapeamento dos principais tipos de erros ortográficos produzidos e orientou as coletas posteriores realizadas junto ao Grupo Longitudinal, composto por 15 sujeitos acompanhados de 2011 a 2014 e divididos em três grupos, a saber,Grupo 1 (fortes), Grupo 2 (medianos) e Grupo 3 (fracos) em questões ortográficas. A hipótese inicial desta investigação foi a de que haveria relação entre o quantitativo de erros ortográficos encontrados e o formato do conhecimento ortográfico, segundo o Modelo deRedescrição Representacional (MRR) de Karmiloff-Smith (1986, 1994). Os resultados da investigação mostraram que os tipos de erros ortográficos encontrados nas coletas junto a ambos os grupos – Transversal e Longitudinal eram análogos Verificou-se, ainda, que os tipos de erros ortográficos mais recorrentes e numerosos nas produções textuais dos informantes de ambos os grupos pesquisados eram, em primeiro lugar, advindos das chamadas irregularidades do sistema ortográfico, em especial os casos de representação do fonema/s/ e do fonema/z/, seguidos dos erros ortográficos relacionados à motivação fonética da língua e dos erros ortográficos relacionados à segmentação não-convencional da escrita (hipo e hipersegmentação), sendo a hipossegmentação mais numerosa nos dados do que a hipersegmentação. Tais erros ortográficos correspondem a cerca de 75% dos dados totais desta pesquisa.Em relação aos níveis do MRR verificou-se que a hipótese levantada foi corroborada, uma vez que houve correspondência entre os três grupos (forte, medianos e fracos em questões ortográficas) e os níveis de representação do conhecimento ortográfico entre Explícito 2 (E2) e Explícito 3 Consciente Verbal (E3). Verificou-se que os informantes com menor quantidade de erros ortográficos (Grupo 1) apresentaram quase que a totalidade dos momentos da entrevista categorizados segundo o nível do MRR Explícito 3 Consciente Verbal (E3); já os informantes do Grupo 2 (medianos) embora apresentassem vários momentos da entrevista caracterizados como de E3 tiveram, na sua maioria, momentos da entrevista categorizados como de E2, ou seja, no nível do MRR caracterizado como sendo aquele em que já existe análise acerca do conhecimento, embora este ainda não possa ser verbalizado. Finalmente, os informantes do Grupo 3 (fracos) praticamente não apresentaram momentos categorizados como sendo de E3, tendo tido os momentos de sua entrevista quase todos categorizados como E2. Em relação às estratégias utilizadas pelos sujeitos para orientar suas escolhas ortográficas constatou-se que os informantes dos Grupos 1 e 2, respectivamente fortes e medianos em questões ortográficas, utilizaram estratégias tais como o acesso à memória visual ou seguiram procedimentos analógicos da língua para chegar à grafia correta das palavras. Já os informantes do Grupo 3 utilizaram esporadicamente a memória visual e os processos analógicos e, preferencialmente, utilizaram a fala como estratégia para orientar suas grafias. Observou-se, ainda, correlação positiva entre o nível E3 do MRR dos informantes com o uso de estratégias tais como ‘memória visual’ e ‘processos analógicos’ e o nível E2 do MRR dos informantes com o uso da estratégia ‘escrita apoiada na oralidade’. A conclusão deste estudo vai ao sentido de que se faz necessário, mesmo no ensino médio, lançar mão de estratégias capazes de desenvolver e consolidar o conhecimento ortográfico dos alunos.This study is the result of thorough analysis of spontaneous and controlled writing productions and interviews carried out with two groups of high school students from IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG): Transversal Group and Longitudinal Group, aiming to map, analyze and describe the types of orthographic mistakes present in both groups’ writing. These mistakes were arranged in two groups: those of phonetic/phonological motivation and those related to difficulty to grasp the rules and irregularities of the orthographic system.The Transversal Group was comprised of 237 students from all of the institution’s high school grades, and the data analysis of their writing allowed the identification and mapping of the most common types of orthographic mistakes, data which then oriented the following data gatherings with the Longitudinal Group, consisting of 15 subjects who were monitored from 2011 to 2014 and divided in three groups: Group 1 (strong), Group 2 (average), Group 3 (weak) regarding orthographic knowledge. The original hypothesis suggested that the amount of orthographic mistakes found and the type of orthographic knowledge would be correlated, according to Karmiloff-Smith’s Representational Redescription Model (RR) (1986, 1994).The results of this investigation showed that the types of orthographic mistakes found in both groups’ – Transversal and Longitudinal - writing productions were analogous.It was also noticed that the most recurring types of orthographic mistakes in the subjects’ writing, from both groups analyzed, were mainly related to the so called irregularities of the orthographic system, particularly in cases when the phonemes /s/ and /z/ are represented, followed by orthographic mistakes of phonetic motivation and mistakes relating nonconventional segmentation of the written word (hipo and hipersegmentation), the cases of hiposegmentation being more numerous than those of hipersegmentation. Such mistakes constitute approximately 75% of the overall research data.The original research hypothesis was, in the end, confirmed since correspondence was found between the three groups (strong, average and weak regarding orthographic knowledge) and their representation levels of orthographic knowledge which ranges from Explicit 2 (E2) to Explicit 3 (E3) Verbally Aware. It was noticed that the subjects who made less orthographic mistakes (Group 1) showed in their interviews a higher level of verbal awareness (Explicit 3 Verbally Aware, according to the RR model definitions); subjects belonging to Group 2 (average) showed overall orthographic awareness but couldn’t articulate it, placing them in the E2 category. Finally, Group 3 (weak) subjects were also placed in the E2 category, showing virtually no signs of unawareness in their interviews. Regarding the subjects’ strategic choices, it was noted that those from Groups 1 and 2 – strong and average regarding orthographic knowledge, respectively – relied on strategies such as accessing their visual memory or followed similar procedures to find the correct writing whereas subjects from Group 3, rather than relying on their visual memory, would use their speaking competence as a guide to their writing. It was noted still a positive correlation between RR level E3 subjects and the use of visual memory, as well as E2 level subjects and oral-based writing strategies. The conclusion drawn buy this study is that it is necessary, as soon as high school, to devise strategies to consolidate and further the student’s orthographic knowledge.Sem bolsaporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUFPelBrasilFaculdade de EducaçãoCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::ENSINO-APRENDIZAGEM::METODOS E TECNICAS DE ENSINOEducaçãoOrtografiaErro ortográficoEnsino médioEducationOrthographyOrthographic mistakesHigh schoolUm estudo sobre os erros ortográficos de alunos do ensino médio do IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG), à luz do Modelo de Redescrição Representacional (MRR) de Karmiloff-Smith (1994)A study on the orthographic mistakes of IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG) high school students guided by Karmiloff-Smith’s Representational Redescription Model (RR) (1994)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTCristiane Silveira dos Santos_Tese.pdf.txtCristiane Silveira dos Santos_Tese.pdf.txtExtracted texttext/plain594146http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/2949/6/Cristiane%20Silveira%20dos%20Santos_Tese.pdf.txt5091149b7578290a7a753004019915b1MD56open accessTHUMBNAILCristiane Silveira dos Santos_Tese.pdf.jpgCristiane Silveira dos Santos_Tese.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1403http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/2949/7/Cristiane%20Silveira%20dos%20Santos_Tese.pdf.jpg1d2736adb8d1a3491a75d8b813c792c2MD57open accessORIGINALCristiane Silveira dos Santos_Tese.pdfCristiane Silveira dos Santos_Tese.pdfapplication/pdf25214198http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/2949/1/Cristiane%20Silveira%20dos%20Santos_Tese.pdf443b33cad98eeb6e51b716aa63bd30bdMD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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SANTOS, Cristiane Silveira dos. Um estudo sobre os erros ortográficos de alunos do ensino médio do IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG), à luz do Modelo de Redescrição Representacional (MRR) de Karmiloff-Smith (1994). 2015. 373 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015. |
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