Para o bem e fielmente, sem dolo, nem malícia: Ações de Liberdade em Canguçu (1868 – 1887).
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Data de Publicação: | 2020 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
Texto Completo: | http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6911 |
Resumo: | O texto intitulado “Para o bem e fielmente, sem dolo, nem malícia” é uma pesquisa que tem como base as Ações de Liberdade de pessoas escravizadas, da cidade de Canguçu, nas últimas três décadas do período imperial. A frase faz referência a um breve juramento feito pelos agentes sociais que estavam participando dos processos e que por vezes tinham interesses outros dentro daquela situação. Uma Ação de Liberdade, é um procedimento judiciai, uma alternativa jurídica que as pessoas escravizadas encontravam para buscar perante a lei ou o Estado nacional a sua condição de liberdade. O procedimento ocorre, em muitos casos, depois de uma tentativa de conquista da liberdade por vias corriqueiras e cotidianas, mediante um acordo com seus senhores ou seus herdeiros. Ou após uma insegurança jurídica quanto a seu destino por conta do falecimento de um antigo senhor ou por um confronto direto com o mesmo. Essas fontes documentais estão depositadas no Arquivo Centralizado do Judiciário de Porto Alegre/RS e pela primeira vez recebem um tratamento acadêmico. No que diz respeito ao seu caráter judicial, esse tipo de documento representava uma via legal de luta pela liberdade, por direitos, se tornando acima de tudo uma forma de resistência contra a escravidão. Além disso, traz algumas peculiaridades, como a necessidade de transcrição paleográfica, por se tratar de um português mais antigo, além de apresentarem também discursos jurídicos que detém até outra forma de pensar a escrita, pois a linguagem utilizada é específica e técnica, que torna o vocabulário e o seu conteúdo mais densos. A cidade de Canguçu está situada na Serra dos Tapes, a qual forma junto com a Serra do Herval, a região gaúcha das Serras do Sudeste, serras estas divididas pelo rio Camaquã, que limita ao norte o município. As terras de Canguçu, como as de outros distritos situados nas serras do Tapes e do Herval, são as mais antigas do Rio Grande do Sul, que faz parte do Escudo Rio-Grandense, de formação no Período Arqueano. Assim como o material é inédito, o desenrolar desses processos contém muito de uma realidade ainda não visitada. São pessoas escravizadas como agentes sociais, sujeitos que utilizam os mais variados meios, para alcançarem o fito da liberdade. As ações de liberdade demonstram muitos momentos de resistência, quando se observa o histórico de lutas da população negra brasileira, uma memória coletiva de busca por direitos. Evidenciam a atividade da sociedade via estado para com essas pessoas. Sendo assim, por esses documentos se pode perceber as escolhas estratégicas de quem resistia. E a interação dessas pessoas com aparatos que não possuíam destreza para tal. Essas ações são um resultado de um ambiente que as produziu de acordo com as relações de força que detinham o poder, neste caso, o poder de senhores versus pessoas que estavam sendo usadas como mão de obra cativa. |
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2021-01-26T23:44:30Z2021-01-262021-01-26T23:44:30Z2020-09-29BALHEGO, Barcellos Alisson. Para o bem e fielmente, sem dolo, nem malícia: Ações de liberdade em Canguçu/Rs (1868-1887). Orientador: Jonas Moreira Vargas. 2020. 194 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6911O texto intitulado “Para o bem e fielmente, sem dolo, nem malícia” é uma pesquisa que tem como base as Ações de Liberdade de pessoas escravizadas, da cidade de Canguçu, nas últimas três décadas do período imperial. A frase faz referência a um breve juramento feito pelos agentes sociais que estavam participando dos processos e que por vezes tinham interesses outros dentro daquela situação. Uma Ação de Liberdade, é um procedimento judiciai, uma alternativa jurídica que as pessoas escravizadas encontravam para buscar perante a lei ou o Estado nacional a sua condição de liberdade. O procedimento ocorre, em muitos casos, depois de uma tentativa de conquista da liberdade por vias corriqueiras e cotidianas, mediante um acordo com seus senhores ou seus herdeiros. Ou após uma insegurança jurídica quanto a seu destino por conta do falecimento de um antigo senhor ou por um confronto direto com o mesmo. Essas fontes documentais estão depositadas no Arquivo Centralizado do Judiciário de Porto Alegre/RS e pela primeira vez recebem um tratamento acadêmico. No que diz respeito ao seu caráter judicial, esse tipo de documento representava uma via legal de luta pela liberdade, por direitos, se tornando acima de tudo uma forma de resistência contra a escravidão. Além disso, traz algumas peculiaridades, como a necessidade de transcrição paleográfica, por se tratar de um português mais antigo, além de apresentarem também discursos jurídicos que detém até outra forma de pensar a escrita, pois a linguagem utilizada é específica e técnica, que torna o vocabulário e o seu conteúdo mais densos. A cidade de Canguçu está situada na Serra dos Tapes, a qual forma junto com a Serra do Herval, a região gaúcha das Serras do Sudeste, serras estas divididas pelo rio Camaquã, que limita ao norte o município. As terras de Canguçu, como as de outros distritos situados nas serras do Tapes e do Herval, são as mais antigas do Rio Grande do Sul, que faz parte do Escudo Rio-Grandense, de formação no Período Arqueano. Assim como o material é inédito, o desenrolar desses processos contém muito de uma realidade ainda não visitada. São pessoas escravizadas como agentes sociais, sujeitos que utilizam os mais variados meios, para alcançarem o fito da liberdade. As ações de liberdade demonstram muitos momentos de resistência, quando se observa o histórico de lutas da população negra brasileira, uma memória coletiva de busca por direitos. Evidenciam a atividade da sociedade via estado para com essas pessoas. Sendo assim, por esses documentos se pode perceber as escolhas estratégicas de quem resistia. E a interação dessas pessoas com aparatos que não possuíam destreza para tal. Essas ações são um resultado de um ambiente que as produziu de acordo com as relações de força que detinham o poder, neste caso, o poder de senhores versus pessoas que estavam sendo usadas como mão de obra cativa.The text entitled “Para o bem e fielmente, sem dolo, nem malícia” is a research that is based on the enslaved lawsuits in the city of Canguçu, in the last three decades of the imperial period. The phrase refers to a brief oath taken by the social agents who were participating in the processes and who sometimes had other interests within that situation.These lawsuits were an alternative that enslaved people found to seek their freedom status before the law or the national state. The procedure occurs, in many cases, after an attempt to conquer freedom by everyday and routine means, by means of an agreement with your masters or your heirs. Or even after a legal uncertainty about his fate due to the death of an old man or a direct confrontation with him.These documentary sources are deposited in the Centralized Archive of the Judiciary of Porto Alegre / RS and for the first time they receive academic treatment. With regard to its judicial character, this type of document brings some peculiarities, such as the need for paleographic transcription, as it is an older Portuguese, in addition to also presenting legal discourses that hold even another way of thinking about writing, because the language used is specific and technical, which makes the vocabulary and its content more dense. The city of Canguçu is located in the Serra dos Tapes, which forms together with the Serra do Herval, the Rio Grande do Sul region of the Serras do Sudeste, these mountains divided by the Camaquã River, which limits the municipality to the north. The lands of Canguçu, like those of other districts located in the mountains of Tapes and Herval, are the oldest in Rio Grande do Sul, since they constitute the most ancient soils of the state, as part of the Rio-Grandense Shield, of formation in the Archean Period. Just as the material is unprecedented, the development of these processes contains much of a reality that has not yet been visited. They are enslaved people as social agents, subjects who use the most varied means to achieve the goal of freedom. The actions of freedom demonstrate many moments of resistance, when one observes the history of struggles of the black Brazilian population, a collective memory of the search for rights. They show the activity of society via the state towards these people. Thus, through these documents one can see the strategic choices of those who resisted. And the interaction of these people with devices that did not have the skills to do so. These actions are a result of an environment that produced them according to the power relationships that held power, in this case, the power of masters versus people who were being used as captive labor.porUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFPelBrasilInstituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIAAções de liberdadeLeis abolicionistasMulheres escravizadasCanguçu/RSEscravidãoAbolitionist lawsEnslaved womenSlaveryPara o bem e fielmente, sem dolo, nem malícia: Ações de Liberdade em Canguçu (1868 – 1887).For good and faithfully, without deed, nor malice: Actions of Freedom in Canguçu (1868 – 1887).info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/2465041225142042http://lattes.cnpq.br/6511913807881617Vargas, Jonas MoreiraBalhego, Alisson Barcellosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTDISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf.txtDISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf.txtExtracted texttext/plain491649http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/6911/6/DISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf.txtc08acb20465b564caea5a11a21648b23MD56open accessTHUMBNAILDISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf.jpgDISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1233http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/6911/7/DISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf.jpg5b6817a498e98cf0cd33962c5bb8d1e8MD57open accessORIGINALDISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdfDISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdfapplication/pdf1830064http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/6911/1/DISSERTACAO_ALISSON_BARCELLOS_BALHEGO.pdf1de0605af0e5d65479892330c0a21b81MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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