A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Berlatto, Fábia
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Sociologia e Política
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31715
Resumo: O artigo apresenta e discute o discurso da "segurança pública" tal como formulado e difundido pelaSecretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná. Esse discurso, parte importante da própria políticade segurança pública, é analisado aqui como um dispositivo de controle social perverso. O uso do adjetivo“perverso” refere-se a um tipo de controle social que ao invés de primar pelo bem-estar social, investesimultaneamente na defesa retórica dos direitos humanos, na exaltação de critérios técnico-científicos de“guerra” ao crime, assim como em ações práticas de combate legal da pobreza. Essa estratégia faz parte deuma luta simbólica cujo efeito é, antes de tudo, criminalizar o Outro. No caso em análise, esse Outro é opobre. Minha hipótese é que essa prática discursiva mobiliza duas doxas diferentes, direcionadas a públicostambém diferentes. Sugiro que a adesão a essas doxas, dos direitos humanos e do combate técnico aocrime, estão ligadas a um jogo cujas regras são dadas pelas lutas no campo político. Esse processo faz partenão só do mecanismo de manutenção do monopólio do uso legítimo da força física e simbólica pelo Estado,mas também da luta político-eleitoral daqueles agentes do Estado que formulam e pronunciam esse novodiscurso da segurança pública.
id UFPR-10_3af72e8ca1642239c0b070a4c4e9e901
oai_identifier_str oai:revistas.ufpr.br:article/31715
network_acronym_str UFPR-10
network_name_str Revista de Sociologia e Política
repository_id_str
spelling A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁSociologiasegurança pública; direitos humanos; controle social; controle social perversoO artigo apresenta e discute o discurso da "segurança pública" tal como formulado e difundido pelaSecretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná. Esse discurso, parte importante da própria políticade segurança pública, é analisado aqui como um dispositivo de controle social perverso. O uso do adjetivo“perverso” refere-se a um tipo de controle social que ao invés de primar pelo bem-estar social, investesimultaneamente na defesa retórica dos direitos humanos, na exaltação de critérios técnico-científicos de“guerra” ao crime, assim como em ações práticas de combate legal da pobreza. Essa estratégia faz parte deuma luta simbólica cujo efeito é, antes de tudo, criminalizar o Outro. No caso em análise, esse Outro é opobre. Minha hipótese é que essa prática discursiva mobiliza duas doxas diferentes, direcionadas a públicostambém diferentes. Sugiro que a adesão a essas doxas, dos direitos humanos e do combate técnico aocrime, estão ligadas a um jogo cujas regras são dadas pelas lutas no campo político. Esse processo faz partenão só do mecanismo de manutenção do monopólio do uso legítimo da força física e simbólica pelo Estado,mas também da luta político-eleitoral daqueles agentes do Estado que formulam e pronunciam esse novodiscurso da segurança pública.UFPRBerlatto, Fábia2011-10-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31715Revista de Sociologia e Política; v. 19, n. 40 (2011)1678-98730104-4478reponame:Revista de Sociologia e Políticainstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31715/20237info:eu-repo/semantics/openAccess2013-04-30T04:41:05Zoai:revistas.ufpr.br:article/31715Revistahttps://revistas.ufpr.br/rspPUBhttps://revistas.ufpr.br/rsp/oai||editoriarsp@ufpr.br1678-98730104-4478opendoar:2013-04-30T04:41:05Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.none.fl_str_mv A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
title A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
spellingShingle A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
Berlatto, Fábia
Sociologia
segurança pública; direitos humanos; controle social; controle social perverso
title_short A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
title_full A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
title_fullStr A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
title_full_unstemmed A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
title_sort A POLÍTICA DOS DISCURSOS POLÍTICOS: AS DUAS RETÓRICAS DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ
author Berlatto, Fábia
author_facet Berlatto, Fábia
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Berlatto, Fábia
dc.subject.por.fl_str_mv Sociologia
segurança pública; direitos humanos; controle social; controle social perverso
topic Sociologia
segurança pública; direitos humanos; controle social; controle social perverso
description O artigo apresenta e discute o discurso da "segurança pública" tal como formulado e difundido pelaSecretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná. Esse discurso, parte importante da própria políticade segurança pública, é analisado aqui como um dispositivo de controle social perverso. O uso do adjetivo“perverso” refere-se a um tipo de controle social que ao invés de primar pelo bem-estar social, investesimultaneamente na defesa retórica dos direitos humanos, na exaltação de critérios técnico-científicos de“guerra” ao crime, assim como em ações práticas de combate legal da pobreza. Essa estratégia faz parte deuma luta simbólica cujo efeito é, antes de tudo, criminalizar o Outro. No caso em análise, esse Outro é opobre. Minha hipótese é que essa prática discursiva mobiliza duas doxas diferentes, direcionadas a públicostambém diferentes. Sugiro que a adesão a essas doxas, dos direitos humanos e do combate técnico aocrime, estão ligadas a um jogo cujas regras são dadas pelas lutas no campo político. Esse processo faz partenão só do mecanismo de manutenção do monopólio do uso legítimo da força física e simbólica pelo Estado,mas também da luta político-eleitoral daqueles agentes do Estado que formulam e pronunciam esse novodiscurso da segurança pública.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-10-31
dc.type.none.fl_str_mv
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31715
url https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31715
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31715/20237
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UFPR
publisher.none.fl_str_mv UFPR
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Sociologia e Política; v. 19, n. 40 (2011)
1678-9873
0104-4478
reponame:Revista de Sociologia e Política
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Revista de Sociologia e Política
collection Revista de Sociologia e Política
repository.name.fl_str_mv Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv ||editoriarsp@ufpr.br
_version_ 1799761022774411264