INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nagem, Fernanda Abreu
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Silva, Sandro Pereira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Sociologia e Política
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34464
Resumo: O artigo investiga a política pública de economia solidária no governo federal, implementada a partir de 2003 coma criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), visando analisar com que mecanismos atemática se converte em política pública no âmbito do governo federal. Partindo do modelo teórico de Kingdon(1995), o artigo analisa, em primeiro lugar, o processo político (em sentido lato) que sucedeu sua inserção comopolítica pública para a geração de trabalho e renda. A seguir, analisa-se os projetos e ações desenvolvidas noprograma entre 2003 e 2010, com ênfase nas suas diretrizes, estrutura interna, dotação orçamentária e capacidadede execução. Finalmente, o artigo analisa as parcerias engendradas pelo SENAES com outros programas governamentaisque fazem interface com a economia solidária, com vistas a aumentar a aderência do tema no interior dogoverno federal. A análise sugere que o modelo de Kingdon explica o processo de inserção da economia solidáriacomo política pública em 2003, ainda que essa inserção seja apenas uma etapa do seu ciclo. Definida sua constituiçãonormativa, nota-se uma disputa do programa no interior do governo: passados oito anos, não se observou umaintervenção efetiva do governo ao ponto de consolidar as práticas socioeconômicas – difundidas pela economiasolidária – como estratégia real para a inserção no mundo do trabalho, ou mesmo criar um ambiente institucionalque incentive a formalização dos grupos econômicos associativos existentes. Em que pese sua baixa dotação orçamentáriaface a outros programas do MTE, o PESD não se constituiu em um programa de referência para uma novaestratégia de desenvolvimento, mesmo que a SENAES tenha conseguido aglutinar ao seu entorno forças sociais epolíticas importantes para a defesa da economia solidária enquanto política pública. O trabalho situa e problematizaa inserção e a condução das politicas de economia solidaria no governo federal, revelando que a temática nãoascendeu ao macrossistema político, gravitando em um campo marginal, fora desse núcleo, em busca de espaço parasua valorização interna. Enquanto ela for encarada meramente como uma alternativa paliativa ao problema dodesemprego, dificilmente conseguirá enfrentar os antagonismos e conflitos de interesse que impedem sua viabilização.
id UFPR-10_5c1228649cf10e870ec6b60c3ef9d643
oai_identifier_str oai:revistas.ufpr.br:article/34464
network_acronym_str UFPR-10
network_name_str Revista de Sociologia e Política
repository_id_str
spelling INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASILCiência Políticaeconomia solidária; políticas públicas; trabalho e renda; finanças públicas; cooperativismoO artigo investiga a política pública de economia solidária no governo federal, implementada a partir de 2003 coma criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), visando analisar com que mecanismos atemática se converte em política pública no âmbito do governo federal. Partindo do modelo teórico de Kingdon(1995), o artigo analisa, em primeiro lugar, o processo político (em sentido lato) que sucedeu sua inserção comopolítica pública para a geração de trabalho e renda. A seguir, analisa-se os projetos e ações desenvolvidas noprograma entre 2003 e 2010, com ênfase nas suas diretrizes, estrutura interna, dotação orçamentária e capacidadede execução. Finalmente, o artigo analisa as parcerias engendradas pelo SENAES com outros programas governamentaisque fazem interface com a economia solidária, com vistas a aumentar a aderência do tema no interior dogoverno federal. A análise sugere que o modelo de Kingdon explica o processo de inserção da economia solidáriacomo política pública em 2003, ainda que essa inserção seja apenas uma etapa do seu ciclo. Definida sua constituiçãonormativa, nota-se uma disputa do programa no interior do governo: passados oito anos, não se observou umaintervenção efetiva do governo ao ponto de consolidar as práticas socioeconômicas – difundidas pela economiasolidária – como estratégia real para a inserção no mundo do trabalho, ou mesmo criar um ambiente institucionalque incentive a formalização dos grupos econômicos associativos existentes. Em que pese sua baixa dotação orçamentáriaface a outros programas do MTE, o PESD não se constituiu em um programa de referência para uma novaestratégia de desenvolvimento, mesmo que a SENAES tenha conseguido aglutinar ao seu entorno forças sociais epolíticas importantes para a defesa da economia solidária enquanto política pública. O trabalho situa e problematizaa inserção e a condução das politicas de economia solidaria no governo federal, revelando que a temática nãoascendeu ao macrossistema político, gravitando em um campo marginal, fora desse núcleo, em busca de espaço parasua valorização interna. Enquanto ela for encarada meramente como uma alternativa paliativa ao problema dodesemprego, dificilmente conseguirá enfrentar os antagonismos e conflitos de interesse que impedem sua viabilização.UFPRNagem, Fernanda AbreuSilva, Sandro Pereira2013-11-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34464Revista de Sociologia e Política; v. 21, n. 46 (2013): junho1678-98730104-4478reponame:Revista de Sociologia e Políticainstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34464/21374info:eu-repo/semantics/openAccess2016-07-14T13:19:59Zoai:revistas.ufpr.br:article/34464Revistahttps://revistas.ufpr.br/rspPUBhttps://revistas.ufpr.br/rsp/oai||editoriarsp@ufpr.br1678-98730104-4478opendoar:2016-07-14T13:19:59Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.none.fl_str_mv INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
title INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
spellingShingle INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
Nagem, Fernanda Abreu
Ciência Política
economia solidária; políticas públicas; trabalho e renda; finanças públicas; cooperativismo
title_short INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
title_full INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
title_fullStr INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
title_full_unstemmed INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
title_sort INSTITUCIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
author Nagem, Fernanda Abreu
author_facet Nagem, Fernanda Abreu
Silva, Sandro Pereira
author_role author
author2 Silva, Sandro Pereira
author2_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Nagem, Fernanda Abreu
Silva, Sandro Pereira
dc.subject.por.fl_str_mv Ciência Política
economia solidária; políticas públicas; trabalho e renda; finanças públicas; cooperativismo
topic Ciência Política
economia solidária; políticas públicas; trabalho e renda; finanças públicas; cooperativismo
description O artigo investiga a política pública de economia solidária no governo federal, implementada a partir de 2003 coma criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), visando analisar com que mecanismos atemática se converte em política pública no âmbito do governo federal. Partindo do modelo teórico de Kingdon(1995), o artigo analisa, em primeiro lugar, o processo político (em sentido lato) que sucedeu sua inserção comopolítica pública para a geração de trabalho e renda. A seguir, analisa-se os projetos e ações desenvolvidas noprograma entre 2003 e 2010, com ênfase nas suas diretrizes, estrutura interna, dotação orçamentária e capacidadede execução. Finalmente, o artigo analisa as parcerias engendradas pelo SENAES com outros programas governamentaisque fazem interface com a economia solidária, com vistas a aumentar a aderência do tema no interior dogoverno federal. A análise sugere que o modelo de Kingdon explica o processo de inserção da economia solidáriacomo política pública em 2003, ainda que essa inserção seja apenas uma etapa do seu ciclo. Definida sua constituiçãonormativa, nota-se uma disputa do programa no interior do governo: passados oito anos, não se observou umaintervenção efetiva do governo ao ponto de consolidar as práticas socioeconômicas – difundidas pela economiasolidária – como estratégia real para a inserção no mundo do trabalho, ou mesmo criar um ambiente institucionalque incentive a formalização dos grupos econômicos associativos existentes. Em que pese sua baixa dotação orçamentáriaface a outros programas do MTE, o PESD não se constituiu em um programa de referência para uma novaestratégia de desenvolvimento, mesmo que a SENAES tenha conseguido aglutinar ao seu entorno forças sociais epolíticas importantes para a defesa da economia solidária enquanto política pública. O trabalho situa e problematizaa inserção e a condução das politicas de economia solidaria no governo federal, revelando que a temática nãoascendeu ao macrossistema político, gravitando em um campo marginal, fora desse núcleo, em busca de espaço parasua valorização interna. Enquanto ela for encarada meramente como uma alternativa paliativa ao problema dodesemprego, dificilmente conseguirá enfrentar os antagonismos e conflitos de interesse que impedem sua viabilização.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-11-23
dc.type.none.fl_str_mv
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34464
url https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34464
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34464/21374
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UFPR
publisher.none.fl_str_mv UFPR
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Sociologia e Política; v. 21, n. 46 (2013): junho
1678-9873
0104-4478
reponame:Revista de Sociologia e Política
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Revista de Sociologia e Política
collection Revista de Sociologia e Política
repository.name.fl_str_mv Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv ||editoriarsp@ufpr.br
_version_ 1799761023696109568