‘Pode’ e ‘podia’: uma proposta semântico-pragmática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista da ABRALIN (Online) |
Texto Completo: | https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1053 |
Resumo: | Este artigo investiga a semântica de ‘pode’ e ‘podia’ no Português Brasileiro (PB). Com base na proposta de Kratzer (1981, 1991, 2008, 2010), mostramos que tanto ‘pode’ quanto ‘podia’ expressam possibilidade a partir do momento de fala, e que as diferenças entre eles nesses contextos (como a não-factualidade, a subjetividade e o desejo veiculados por ‘podia’ e não por ‘pode’) se devem à atuação do imperfeito, ausente em ‘pode’ e presente em ‘podia’. A proposta apresentada aqui é que ‘pode’ restringe os mundos de avaliação (base modal) aos mundos mais próximos ao mundo atual (do falante). Ao contrário, ‘podia’ não restringe os mundos da base modal, e o falante considera tanto mundos próximos quanto distantes do mundo real, já que evidências que suportam a factualidade da prejacente não são requisitadas tanto quanto com ‘pode’. A partir dessa não-restrição, com ‘podia’ o falante veicula uma possibilidade subjetiva, mais uma declaração de opinião do que uma descrição de mundo, de onde podem ser derivados pragmaticamente outros significados, como a contrafactualidade e o desejo. |
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Este artigo investiga a semântica de ‘pode’ e ‘podia’ no Português Brasileiro (PB). Com base na proposta de Kratzer (1981, 1991, 2008, 2010), mostramos que tanto ‘pode’ quanto ‘podia’ expressam possibilidade a partir do momento de fala, e que as diferenças entre eles nesses contextos (como a não-factualidade, a subjetividade e o desejo veiculados por ‘podia’ e não por ‘pode’) se devem à atuação do imperfeito, ausente em ‘pode’ e presente em ‘podia’. A proposta apresentada aqui é que ‘pode’ restringe os mundos de avaliação (base modal) aos mundos mais próximos ao mundo atual (do falante). Ao contrário, ‘podia’ não restringe os mundos da base modal, e o falante considera tanto mundos próximos quanto distantes do mundo real, já que evidências que suportam a factualidade da prejacente não são requisitadas tanto quanto com ‘pode’. A partir dessa não-restrição, com ‘podia’ o falante veicula uma possibilidade subjetiva, mais uma declaração de opinião do que uma descrição de mundo, de onde podem ser derivados pragmaticamente outros significados, como a contrafactualidade e o desejo. |
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