UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: AGUILERA, Vanderci de Andrade
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: SILVA, Hélen Cristina da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da ABRALIN (Online)
Texto Completo: https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237
Resumo: Estudos recentes revelam que o /r/ retroflexo, típico do dialeto caipira (Amaral, 1982 [1920]), ainda permanece envolto por atitudes estereotipadas e estigmatizadas, apesar de campanhas, de toda natureza, tentarem minimizar qualquer tipo de preconceito. Por outro lado, as pesquisas que buscam delimitar a ocorrência dessa variante demonstram que sua amplitude é vasta no português brasileiro. Diante desse cenário paradoxal e com base nos estudos sobre atitudes linguísticas desenvolvidos pela Sociolinguística (Labov, 2008 [1972]), buscamos com este artigo evidenciar uma possível justificativa para essa aparente discordância entre as normas objetiva e subjetiva que permeiam a vitalidade do /r/ caipira. Para tanto, partimos da análise das respostas de 24 informantes naturais do Triângulo Mineiro, dadas a questões que versam sobre particularidade físicas e morais de um falante detentor do /r/ retroflexo frente a outro falante cujo rótico característico é o glotal. Dentre os resultados, constatamos que embora a variante retroflexa esteja, ainda, cercada pelo estereótipo do caipira, seus falantes apresentam fidelidade linguística devido a fatores morais próprios do caipira genuíno. Ademais, inferimos que a manutenção desse rótico deve-se, sobretudo, à existência de um prestígio encoberto motivado pelas características positivas do caipira somadas à sua nova configuração, isto é, a de pessoas inseridas em um contexto marcado pelo sucesso das duplas sertanejas e de pessoas famosas em geral que trazem como marca o /r/ retroflexo, além, é claro, do desenvolvimento econômico do interior de alguns estados que possibilitam aos ‘caipiras’ de hoje um avanço de nível social. 
id UFPR-12_e6b2c6e0dc7eb6011f37f7febabd2d72
oai_identifier_str oai:ojs.revista.ojs.abralin.org:article/1237
network_acronym_str UFPR-12
network_name_str Revista da ABRALIN (Online)
repository_id_str
spelling UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO/r/ retroflexoatitudes linguísticasreconfiguração do caipiraEstudos recentes revelam que o /r/ retroflexo, típico do dialeto caipira (Amaral, 1982 [1920]), ainda permanece envolto por atitudes estereotipadas e estigmatizadas, apesar de campanhas, de toda natureza, tentarem minimizar qualquer tipo de preconceito. Por outro lado, as pesquisas que buscam delimitar a ocorrência dessa variante demonstram que sua amplitude é vasta no português brasileiro. Diante desse cenário paradoxal e com base nos estudos sobre atitudes linguísticas desenvolvidos pela Sociolinguística (Labov, 2008 [1972]), buscamos com este artigo evidenciar uma possível justificativa para essa aparente discordância entre as normas objetiva e subjetiva que permeiam a vitalidade do /r/ caipira. Para tanto, partimos da análise das respostas de 24 informantes naturais do Triângulo Mineiro, dadas a questões que versam sobre particularidade físicas e morais de um falante detentor do /r/ retroflexo frente a outro falante cujo rótico característico é o glotal. Dentre os resultados, constatamos que embora a variante retroflexa esteja, ainda, cercada pelo estereótipo do caipira, seus falantes apresentam fidelidade linguística devido a fatores morais próprios do caipira genuíno. Ademais, inferimos que a manutenção desse rótico deve-se, sobretudo, à existência de um prestígio encoberto motivado pelas características positivas do caipira somadas à sua nova configuração, isto é, a de pessoas inseridas em um contexto marcado pelo sucesso das duplas sertanejas e de pessoas famosas em geral que trazem como marca o /r/ retroflexo, além, é claro, do desenvolvimento econômico do interior de alguns estados que possibilitam aos ‘caipiras’ de hoje um avanço de nível social. Associação Brasileira de Linguística2015-08-08info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado pelos pares - Demanda contínuaapplication/pdftext/xmlhttps://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237Revista da ABRALIN; V. 14, N. 1 (2015)Revista da ABRALIN; V. 14, N. 1 (2015)0102-7158reponame:Revista da ABRALIN (Online)instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237/1160https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237/2329Copyright (c) 2019 Abralininfo:eu-repo/semantics/openAccessAGUILERA, Vanderci de AndradeSILVA, Hélen Cristina da2021-08-05T09:20:43Zoai:ojs.revista.ojs.abralin.org:article/1237Revistahttps://revista.abralin.org/index.php/abralinPUBhttps://revista.abralin.org/index.php/abralin/oairkofreitag@uol.com.br || ra@abralin.org2178-76031678-1805opendoar:2021-08-05T09:20:43Revista da ABRALIN (Online) - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.none.fl_str_mv UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
title UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
spellingShingle UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
AGUILERA, Vanderci de Andrade
/r/ retroflexo
atitudes linguísticas
reconfiguração do caipira
title_short UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
title_full UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
title_fullStr UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
title_full_unstemmed UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
title_sort UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DO CAIPIRA: ECOS DO /R/ RETROFLEXO
author AGUILERA, Vanderci de Andrade
author_facet AGUILERA, Vanderci de Andrade
SILVA, Hélen Cristina da
author_role author
author2 SILVA, Hélen Cristina da
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv AGUILERA, Vanderci de Andrade
SILVA, Hélen Cristina da
dc.subject.por.fl_str_mv /r/ retroflexo
atitudes linguísticas
reconfiguração do caipira
topic /r/ retroflexo
atitudes linguísticas
reconfiguração do caipira
description Estudos recentes revelam que o /r/ retroflexo, típico do dialeto caipira (Amaral, 1982 [1920]), ainda permanece envolto por atitudes estereotipadas e estigmatizadas, apesar de campanhas, de toda natureza, tentarem minimizar qualquer tipo de preconceito. Por outro lado, as pesquisas que buscam delimitar a ocorrência dessa variante demonstram que sua amplitude é vasta no português brasileiro. Diante desse cenário paradoxal e com base nos estudos sobre atitudes linguísticas desenvolvidos pela Sociolinguística (Labov, 2008 [1972]), buscamos com este artigo evidenciar uma possível justificativa para essa aparente discordância entre as normas objetiva e subjetiva que permeiam a vitalidade do /r/ caipira. Para tanto, partimos da análise das respostas de 24 informantes naturais do Triângulo Mineiro, dadas a questões que versam sobre particularidade físicas e morais de um falante detentor do /r/ retroflexo frente a outro falante cujo rótico característico é o glotal. Dentre os resultados, constatamos que embora a variante retroflexa esteja, ainda, cercada pelo estereótipo do caipira, seus falantes apresentam fidelidade linguística devido a fatores morais próprios do caipira genuíno. Ademais, inferimos que a manutenção desse rótico deve-se, sobretudo, à existência de um prestígio encoberto motivado pelas características positivas do caipira somadas à sua nova configuração, isto é, a de pessoas inseridas em um contexto marcado pelo sucesso das duplas sertanejas e de pessoas famosas em geral que trazem como marca o /r/ retroflexo, além, é claro, do desenvolvimento econômico do interior de alguns estados que possibilitam aos ‘caipiras’ de hoje um avanço de nível social. 
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-08-08
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Avaliado pelos pares - Demanda contínua
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237
url https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237/1160
https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1237/2329
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2019 Abralin
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2019 Abralin
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
text/xml
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Linguística
publisher.none.fl_str_mv Associação Brasileira de Linguística
dc.source.none.fl_str_mv Revista da ABRALIN; V. 14, N. 1 (2015)
Revista da ABRALIN; V. 14, N. 1 (2015)
0102-7158
reponame:Revista da ABRALIN (Online)
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Revista da ABRALIN (Online)
collection Revista da ABRALIN (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista da ABRALIN (Online) - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv rkofreitag@uol.com.br || ra@abralin.org
_version_ 1798329770133422080