CRISES CAMBIAIS, PROFECIAS AUTO-REALIZÁVEIS E O IMPOSTO TOBIN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oreiro, José Luís
Data de Publicação: 2000
Outros Autores: Rangel, Flavia Dias
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Economia (Curitiba. Online)
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/economia/article/view/1980
Resumo: Este artigo incorpora o “imposto Tobin” ao modelo de ataque especulativo desenvolvido por Velasco (1996) com o objetivo de analisar em que medida o referido imposto pode contribuir para reduzir a possibilidade de ocorrência de uma crise cambial induzida por profecias auto-realizáveis. Nesse contexto, demonstra-se que o imposto em consideração é totalmente ineficaz para reduzir a possibilidade de ocorrência de ataques especulativos; mas contruibui para aumentar a região I do modelo de Velasco, ou seja, o intervalo dos valores dos “fundamentos” – entendidos aqui como a proporção do PIB comprometida com o pagamento dos juros da dívida externa – para os quais o governo não desvaloriza o câmbio em hipótese alguma. Dessa forma, os formuladores de política econômica ganham mais autonomia, pois podem permitir uma deterioração um pouco maior dos “fundamentos”, sem com isso abrir espaço para a ocorrência de crises cambiais induzidas por “profecias auto-realizáveis”. Contudo, o ganho de autonomia que pode ser obtido com um imposto de 1% sobre todas as transações com divisas é relativamente irrisório; de forma que seria necessária uma alíquota muito maior se, de fato, se deseja aumentar substancialmente a autonomia dos formuladores de política econômica. Abstract This paper incorporates the “Tobin tax” to the model of speculative attacks developed by Velasco (1996) in order to analyze up to what point the referred tax could help to reduce the possibility of a currency crisis induced by self-fulfilling prophecies. Within that context, it is shown that this tax is completely useless to diminish the probability of speculative attacks. It contributes, however, to increase “region I” of Velasco’s model, that is, the range of the values of the “fundamentals” - here understood as the share of the GDP committed to paying the interests of the external debt - for which the government would not devaluate the currency in any hypothesis. Thus, policy-makers gain more autonomy, as they can allow for a bigger worsening of the “fundamentals” without leading to an exchange crisis caused by self-fulfilling prophecies. The autonomy increase that could be gained with a 1% tax on all the currency transactions would be, however, rather insignificant. Therefore, a bigger tax should be adopted as to actually increase the autonomy of the policy-makers.
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