Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Phenomenology, Humanities and Sciences |
Texto Completo: | https://phenomenology.com.br/index.php/phe/article/view/67 |
Resumo: | Quando Roman Ingarden visitou Husserl em Friburgo em 1927, a discussão entre os doisinevitavelmente recaiu sobre o problema da fenomenologia do tempo, e especialmente sobre as lições que Husserl tinha minis-trado em 1905 em Göttingen, e que na época (fim de 1927, começo de 1928) estavam sendo editadas por Heidegger sob o título Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo. Durante a conversa, de repente, Husserl convidou Ingarden a voltar no dia seguinte, pois ele queria lhe mostrar algo “muito mais importante” (Husserl, 1968, p. 155). Na verdade, no dia seguinte Husserl mostrou a Ingarden uma grande pasta que continha vários textos – cerca de 600 páginas de estenografia – que ele tinha escrito durante duas estadias em Bernau, uma pequena cidade no Schwarzwald, em 1917 e 1918; e pediu a Ingarden que os preparasse para uma publicação. Apesar do sentimento de gratidão, Ingarden teve que recusar, sabendo que não poderia completar o que ele considerava um empreendimento quase impossível, que somente o próprio Husserl poderia completar. Como resultado, em 1928, Husserl confiou os manuscritos a seu novo assistente Eugen Fink. O fato de Fink ter começado a trabalhar neles já durante os primeiros meses da sua colaboração, como aluno e assistente de Husserl é demonstrado por numerosas anotações pessoais (cf. Fink 2006; 2008). Mas a familiaridade com este material é documentada ainda mais significativamente pelas observações e inclusive críticas esboçadas durante a elaboração de um índice sumário (datado de dezembro de 1928, cf. Fink 2006, p. 251) e também por uma tentativa de organizar os manuscritos, compilados juntamente com o esboço de um prefácio (cf. Fink 2006, 378). Os rascunhos e as disposições para publicação (planejada junto com Husserl por volta de 1930) dos Bernauer Zeitmanuskripte foram coletados pelo próprio Fink junto com alguns outros materiais da época – especificamente aqueles relacionados ao projeto concomitante de elaborar e escrever um Sistema da filosofia fenomenológica – e entregues em 1969 ao Arquivo Husserl em Lovaina, onde estão agora catalogados como L I e L II. O seguinte texto, tradução do rascunho original de disposição de Fink para a publicação dos manuscritos, foi publicado em Fink, 2008, p. 347-356. |
id |
UFPR-17_70d0fdd570411e0137043fc3c577f901 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:phenomenology.com.br:article/67 |
network_acronym_str |
UFPR-17 |
network_name_str |
Phenomenology, Humanities and Sciences |
repository_id_str |
|
spelling |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De HusserlDisposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De HusserlDisposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De HusserlTexto ClássicoClassic TextTexto ClássicoQuando Roman Ingarden visitou Husserl em Friburgo em 1927, a discussão entre os doisinevitavelmente recaiu sobre o problema da fenomenologia do tempo, e especialmente sobre as lições que Husserl tinha minis-trado em 1905 em Göttingen, e que na época (fim de 1927, começo de 1928) estavam sendo editadas por Heidegger sob o título Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo. Durante a conversa, de repente, Husserl convidou Ingarden a voltar no dia seguinte, pois ele queria lhe mostrar algo “muito mais importante” (Husserl, 1968, p. 155). Na verdade, no dia seguinte Husserl mostrou a Ingarden uma grande pasta que continha vários textos – cerca de 600 páginas de estenografia – que ele tinha escrito durante duas estadias em Bernau, uma pequena cidade no Schwarzwald, em 1917 e 1918; e pediu a Ingarden que os preparasse para uma publicação. Apesar do sentimento de gratidão, Ingarden teve que recusar, sabendo que não poderia completar o que ele considerava um empreendimento quase impossível, que somente o próprio Husserl poderia completar. Como resultado, em 1928, Husserl confiou os manuscritos a seu novo assistente Eugen Fink. O fato de Fink ter começado a trabalhar neles já durante os primeiros meses da sua colaboração, como aluno e assistente de Husserl é demonstrado por numerosas anotações pessoais (cf. Fink 2006; 2008). Mas a familiaridade com este material é documentada ainda mais significativamente pelas observações e inclusive críticas esboçadas durante a elaboração de um índice sumário (datado de dezembro de 1928, cf. Fink 2006, p. 251) e também por uma tentativa de organizar os manuscritos, compilados juntamente com o esboço de um prefácio (cf. Fink 2006, 378). Os rascunhos e as disposições para publicação (planejada junto com Husserl por volta de 1930) dos Bernauer Zeitmanuskripte foram coletados pelo próprio Fink junto com alguns outros materiais da época – especificamente aqueles relacionados ao projeto concomitante de elaborar e escrever um Sistema da filosofia fenomenológica – e entregues em 1969 ao Arquivo Husserl em Lovaina, onde estão agora catalogados como L I e L II. O seguinte texto, tradução do rascunho original de disposição de Fink para a publicação dos manuscritos, foi publicado em Fink, 2008, p. 347-356.Quando Roman Ingarden visitou Husserl em Friburgo em 1927, a discussão entre os doisinevitavelmente recaiu sobre o problema da fenomenologia do tempo, e especialmente sobre as lições que Husserl tinha minis-trado em 1905 em Göttingen, e que na época (fim de 1927, começo de 1928) estavam sendo editadas por Heidegger sob o título Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo. Durante a conversa, de repente, Husserl convidou Ingarden a voltar no dia seguinte, pois ele queria lhe mostrar algo “muito mais importante” (Husserl, 1968, p. 155). Na verdade, no dia seguinte Husserl mostrou a Ingarden uma grande pasta que continha vários textos – cerca de 600 páginas de estenografia – que ele tinha escrito durante duas estadias em Bernau, uma pequena cidade no Schwarzwald, em 1917 e 1918; e pediu a Ingarden que os preparasse para uma publicação. Apesar do sentimento de gratidão, Ingarden teve que recusar, sabendo que não poderia completar o que ele considerava um empreendimento quase impossível, que somente o próprio Husserl poderia completar. Como resultado, em 1928, Husserl confiou os manuscritos a seu novo assistente Eugen Fink. O fato de Fink ter começado a trabalhar neles já durante os primeiros meses da sua colaboração, como aluno e assistente de Husserl é demonstrado por numerosas anotações pessoais (cf. Fink 2006; 2008). Mas a familiaridade com este material é documentada ainda mais significativamente pelas observações e inclusive críticas esboçadas durante a elaboração de um índice sumário (datado de dezembro de 1928, cf. Fink 2006, p. 251) e também por uma tentativa de organizar os manuscritos, compilados juntamente com o esboço de um prefácio (cf. Fink 2006, 378). Os rascunhos e as disposições para publicação (planejada junto com Husserl por volta de 1930) dos Bernauer Zeitmanuskripte foram coletados pelo próprio Fink junto com alguns outros materiais da época – especificamente aqueles relacionados ao projeto concomitante de elaborar e escrever um Sistema da filosofia fenomenológica – e entregues em 1969 ao Arquivo Husserl em Lovaina, onde estão agora catalogados como L I e L II. O seguinte texto, tradução do rascunho original de disposição de Fink para a publicação dos manuscritos, foi publicado em Fink, 2008, p. 347-356.Quando Roman Ingarden visitou Husserl em Friburgo em 1927, a discussão entre os doisinevitavelmente recaiu sobre o problema da fenomenologia do tempo, e especialmente sobre as lições que Husserl tinha minis-trado em 1905 em Göttingen, e que na época (fim de 1927, começo de 1928) estavam sendo editadas por Heidegger sob o título Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo. Durante a conversa, de repente, Husserl convidou Ingarden a voltar no dia seguinte, pois ele queria lhe mostrar algo “muito mais importante” (Husserl, 1968, p. 155). Na verdade, no dia seguinte Husserl mostrou a Ingarden uma grande pasta que continha vários textos – cerca de 600 páginas de estenografia – que ele tinha escrito durante duas estadias em Bernau, uma pequena cidade no Schwarzwald, em 1917 e 1918; e pediu a Ingarden que os preparasse para uma publicação. Apesar do sentimento de gratidão, Ingarden teve que recusar, sabendo que não poderia completar o que ele considerava um empreendimento quase impossível, que somente o próprio Husserl poderia completar. Como resultado, em 1928, Husserl confiou os manuscritos a seu novo assistente Eugen Fink. O fato de Fink ter começado a trabalhar neles já durante os primeiros meses da sua colaboração, como aluno e assistente de Husserl é demonstrado por numerosas anotações pessoais (cf. Fink 2006; 2008). Mas a familiaridade com este material é documentada ainda mais significativamente pelas observações e inclusive críticas esboçadas durante a elaboração de um índice sumário (datado de dezembro de 1928, cf. Fink 2006, p. 251) e também por uma tentativa de organizar os manuscritos, compilados juntamente com o esboço de um prefácio (cf. Fink 2006, 378). Os rascunhos e as disposições para publicação (planejada junto com Husserl por volta de 1930) dos Bernauer Zeitmanuskripte foram coletados pelo próprio Fink junto com alguns outros materiais da época – especificamente aqueles relacionados ao projeto concomitante de elaborar e escrever um Sistema da filosofia fenomenológica – e entregues em 1969 ao Arquivo Husserl em Lovaina, onde estão agora catalogados como L I e L II. O seguinte texto, tradução do rascunho original de disposição de Fink para a publicação dos manuscritos, foi publicado em Fink, 2008, p. 347-356.Associação de Pesquisas em Fenomenologia (APFeno)2020-12-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionTextoTextoTextoapplication/pdfhttps://phenomenology.com.br/index.php/phe/article/view/67Phenomenology, Humanities and Sciences; Vol. 1 No. 3 (2020): Phenomenology, Humanities and Science; 507-508Phenomenology, Humanities and Sciences; Vol. 1 Núm. 3 (2020): Phenomenology, Humanities and Science; 507-508Phenomenology, Humanities and Sciences; v. 1 n. 3 (2020): Phenomenology, Humanities and Science; 507-5082675-4673reponame:Phenomenology, Humanities and Sciencesinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://phenomenology.com.br/index.php/phe/article/view/67/52Copyright (c) 2020 Phenomenology, Humanities and Sciencesinfo:eu-repo/semantics/openAccessFink, Eugen2024-04-15T18:36:15Zoai:phenomenology.com.br:article/67Revistahttps://phenomenology.com.br/index.php/phePUBhttps://phenomenology.com.br/index.php/index/oaicontato@phenomenology.com.br || aholanda@yahoo.com2675-46732675-4673opendoar:2024-04-15T18:36:15Phenomenology, Humanities and Sciences - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
title |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
spellingShingle |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl Fink, Eugen Texto Clássico Classic Text Texto Clássico |
title_short |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
title_full |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
title_fullStr |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
title_full_unstemmed |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
title_sort |
Disposição Para A Edição Dos Manuscritos De Bernau De Husserl |
author |
Fink, Eugen |
author_facet |
Fink, Eugen |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Fink, Eugen |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Texto Clássico Classic Text Texto Clássico |
topic |
Texto Clássico Classic Text Texto Clássico |
description |
Quando Roman Ingarden visitou Husserl em Friburgo em 1927, a discussão entre os doisinevitavelmente recaiu sobre o problema da fenomenologia do tempo, e especialmente sobre as lições que Husserl tinha minis-trado em 1905 em Göttingen, e que na época (fim de 1927, começo de 1928) estavam sendo editadas por Heidegger sob o título Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo. Durante a conversa, de repente, Husserl convidou Ingarden a voltar no dia seguinte, pois ele queria lhe mostrar algo “muito mais importante” (Husserl, 1968, p. 155). Na verdade, no dia seguinte Husserl mostrou a Ingarden uma grande pasta que continha vários textos – cerca de 600 páginas de estenografia – que ele tinha escrito durante duas estadias em Bernau, uma pequena cidade no Schwarzwald, em 1917 e 1918; e pediu a Ingarden que os preparasse para uma publicação. Apesar do sentimento de gratidão, Ingarden teve que recusar, sabendo que não poderia completar o que ele considerava um empreendimento quase impossível, que somente o próprio Husserl poderia completar. Como resultado, em 1928, Husserl confiou os manuscritos a seu novo assistente Eugen Fink. O fato de Fink ter começado a trabalhar neles já durante os primeiros meses da sua colaboração, como aluno e assistente de Husserl é demonstrado por numerosas anotações pessoais (cf. Fink 2006; 2008). Mas a familiaridade com este material é documentada ainda mais significativamente pelas observações e inclusive críticas esboçadas durante a elaboração de um índice sumário (datado de dezembro de 1928, cf. Fink 2006, p. 251) e também por uma tentativa de organizar os manuscritos, compilados juntamente com o esboço de um prefácio (cf. Fink 2006, 378). Os rascunhos e as disposições para publicação (planejada junto com Husserl por volta de 1930) dos Bernauer Zeitmanuskripte foram coletados pelo próprio Fink junto com alguns outros materiais da época – especificamente aqueles relacionados ao projeto concomitante de elaborar e escrever um Sistema da filosofia fenomenológica – e entregues em 1969 ao Arquivo Husserl em Lovaina, onde estão agora catalogados como L I e L II. O seguinte texto, tradução do rascunho original de disposição de Fink para a publicação dos manuscritos, foi publicado em Fink, 2008, p. 347-356. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-12-22 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Texto Texto Texto |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://phenomenology.com.br/index.php/phe/article/view/67 |
url |
https://phenomenology.com.br/index.php/phe/article/view/67 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://phenomenology.com.br/index.php/phe/article/view/67/52 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2020 Phenomenology, Humanities and Sciences info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2020 Phenomenology, Humanities and Sciences |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação de Pesquisas em Fenomenologia (APFeno) |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação de Pesquisas em Fenomenologia (APFeno) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Phenomenology, Humanities and Sciences; Vol. 1 No. 3 (2020): Phenomenology, Humanities and Science; 507-508 Phenomenology, Humanities and Sciences; Vol. 1 Núm. 3 (2020): Phenomenology, Humanities and Science; 507-508 Phenomenology, Humanities and Sciences; v. 1 n. 3 (2020): Phenomenology, Humanities and Science; 507-508 2675-4673 reponame:Phenomenology, Humanities and Sciences instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR) instacron:UFPR |
instname_str |
Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
instacron_str |
UFPR |
institution |
UFPR |
reponame_str |
Phenomenology, Humanities and Sciences |
collection |
Phenomenology, Humanities and Sciences |
repository.name.fl_str_mv |
Phenomenology, Humanities and Sciences - Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
repository.mail.fl_str_mv |
contato@phenomenology.com.br || aholanda@yahoo.com |
_version_ |
1796798427765407744 |