A HOMOGENEIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO POR MEIO DOS PROJETOS “RE...”: A BUSCA POR UM ÚNICO “ROSTO DA CIDADE” NA ÁREA CENTRAL DE CURITIBA.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bortolozzo, Gabriela
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Comitre, Felipe
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Geografar
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/74771
Resumo: A busca pela compreensão das dinâmicas inerentes ao espaço urbano nas cidades capitalistas depende da reflexão sobre a atuação dos diversos agentes de reprodução do espaço, seja hegemônico ou não hegemônico. O poder público, que possui papel de intermediador dos interesses e tensões de tais agentes, pode se mostrar grande aliado do mercado quando busca sanar problemáticas engendradas pelo capital, ao invés atuar para suprir as mazelas estruturais das cidades e da sociedade. No denominado Planejamento Estratégico, muito utilizado pelos governos da era pós-moderna, os discursos de violência e da desvalorização de áreas históricas abandonadas, transformam-se em argumentos cabíveis para o convencimento da população em relação à investimentos pontuais e paisagísticos, especialmente nas áreas centrais e degradadas dos centros históricos. Assim, os projetos “re...” entram em cena: “revitalizar”, “revalorizar”, “requalificar”, entre tantos outros termos utilizados com tal prefixo, servem para conceber uma reprodução do espaço pensada somente pela lógica do capital, apagando tudo que seria diverso a ele. Sob a égide do paisagismo urbano e de uma representação histórica, governos municipais buscam homogeneizar identidades, culturas e grupos sociais que usam, ocupam, vivem e se apropriam dos fragmentos urbanos. A exemplo desse processo, analisa-se o caso da aplicação da lei conhecida como Rosto da Cidade, implementada no ano de 2019 em Curitiba (PR). Finalmente, debruça-se sobre os discursos e contradições da legislação, além de sua efetivação, buscando vislumbrar os resultados que essa paisagem imaginada e criada pelo poder público desencadeia para a estrutura urbana e seus habitantes.
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