Sobre o lugar da Fenomenologia do Espírito no sistema de filosofia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luft, Eduardo Luft
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Contradictio
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/contradictio/article/view/12037
Resumo: A filosofia hegeliana não assumiu desde o princípio a figura de uma metafísicacrítica. A transição gradual para a defesa de uma ciência capazde unificar criticidade e sistematicidade pode explicar a posição ambíguaocupada pela Fenomenologia do Espírito no sistema dialético. Primeiramente,ela assumirá função outrora deixada, ainda no período de Iena, acargo da Lógica: tratar-se-ia de um saber crítico-propedêutico em relaçãoao sistema de filosofia propriamente dito. Mas a Fenomenologia de 1807 émais do que mera propedêutica: ela inclui o primeiro passo de justificaçãodo Conceito, o princípio do sistema de filosofia. Sendo assim, por queposteriormente Hegel pensou ser possível deslocar a Fenomenologia, deintrodução crítica ao sistema, a parte integrante da Filosofia do EspíritoSubjetivo? O presente artigo defende a tese de que a razão para tal deslocamentoresidiria na defesa, pelo Hegel maduro, do caráter radicalmenteautárquico do processo de autojustificação do Conceito desenvolvido naLógica. Segue-se, então, a exposição e crítica da tese hegeliana da autarquiada Lógica, com a reproblematização da relação entre Fenomenologiado Espírito e Lógica no contexto de uma visão renovada do pensamentodialético.
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spelling Sobre o lugar da Fenomenologia do Espírito no sistema de filosofiaConcearning the "Phenomenology of the Spirit" in the System of PhilosophyHegel; Phenomenology of Spirit; System of Philosophy; Fenomenologia do Espírito; Sistema de FilosofiaA filosofia hegeliana não assumiu desde o princípio a figura de uma metafísicacrítica. A transição gradual para a defesa de uma ciência capazde unificar criticidade e sistematicidade pode explicar a posição ambíguaocupada pela Fenomenologia do Espírito no sistema dialético. Primeiramente,ela assumirá função outrora deixada, ainda no período de Iena, acargo da Lógica: tratar-se-ia de um saber crítico-propedêutico em relaçãoao sistema de filosofia propriamente dito. Mas a Fenomenologia de 1807 émais do que mera propedêutica: ela inclui o primeiro passo de justificaçãodo Conceito, o princípio do sistema de filosofia. Sendo assim, por queposteriormente Hegel pensou ser possível deslocar a Fenomenologia, deintrodução crítica ao sistema, a parte integrante da Filosofia do EspíritoSubjetivo? O presente artigo defende a tese de que a razão para tal deslocamentoresidiria na defesa, pelo Hegel maduro, do caráter radicalmenteautárquico do processo de autojustificação do Conceito desenvolvido naLógica. Segue-se, então, a exposição e crítica da tese hegeliana da autarquiada Lógica, com a reproblematização da relação entre Fenomenologiado Espírito e Lógica no contexto de uma visão renovada do pensamentodialético.The Hegelian philosophy did not assume, from the beginning, the roleof a critical metaphysics. The gradual transition to a defense of a sciencethat has the potential to integrate critical and systematical thinking canexplain the ambiguous position occupied by the Phenomenology of Spiritwithin the dialectical system. At the beginning, the Phenomenology adoptedthe function initially reserved to the Logic, at the period of Iena, thatmeans, it was conceived as a critical-propaedeutical knowledge concerningthe system of philosophy as a whole. But the Phenomenology of 1807 hasto be thought as more than a mere propaedeutic: it has to include thefirst level of the justification of the concept, the principle of the system ofphilosophy. If this is the case, why has Hegel subsequently supposed thatit was possible to displace the Phenomenology from its original positionin the system, from a critical introduction to the Logic to a member ofthe Philosophy of Subjective Spirit? This paper defends the thesis thatthe reason of this displacement has to do with the defense, for the mature Hegel, of the radical autarkical character of the process of self-justificationof the concept developed in the Logic. The paper also intends to exposeand criticize the Hegelian thesis of the autarkical character of the Logic,with a renewed view of the relation between the Phenomenology of Spiritand the Logic in the context of a renewed conception of the dialecticalthinking.UFPR2008-12-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo Avaliado pelos Paresapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/contradictio/article/view/1203710.5380/contra.v1i0.12037Contradictio; v. 1, n. 0 (2008); 83-941984-574X10.5380/contra.v1i0reponame:Contradictioinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/contradictio/article/view/12037/8452Luft, Eduardo Luftinfo:eu-repo/semantics/openAccess2009-09-14T03:18:17Zoai:revistas.ufpr.br:article/12037Revistahttps://revistas.ufpr.br/contradictioPUBhttps://revistas.ufpr.br/contradictio/oai||contradictio@ufpr.br1984-574X1984-574Xopendoar:2009-09-14T03:18:17Contradictio - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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