Elevação da frequência de F2 como correlato acústico da palatalização de consoantes na fala de indivíduos naturais de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Christan, Liziane de, 1971-
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/77983
Resumo: Orientadora: Profa. Dra. Adelaide Hercília Pescatori Silva
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spelling Christan, Liziane de, 1971-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em LetrasSilva, Adelaide Hercília Pescatori, 1971-2022-08-22T11:40:15Z2022-08-22T11:40:15Z2022https://hdl.handle.net/1884/77983Orientadora: Profa. Dra. Adelaide Hercília Pescatori SilvaDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 31/05/2022Inclui referências: p. 104-106Resumo: O objetivo desta dissertação foi verificar através da análise acústica de dados de fala, ancorado nas premissas teóricas da Teoria Acústica de Produção da Fala (FANT, 1960; KENT e READ, 1992), se o F2 alto se confirma como correlato acústico da palatalização em classes de consoantes distintas do português brasileiro a saber, oclusivas alveolares que produzem as africadas, nasal alveolar que produz a nasal palatal e lateral alveolar que produz a lateral palatal. Ao expor os fundamentos da Teoria Acústica de Produção da Fala, Fant infere que afirmar que 'F1 é baixo' implica que sua frequência seja inferior a 500 Hz e afirmar que 'F2 é alto' implica que sua frequência seja superior a 1500 Hz. Além disso, Fant prevê forte relação entre o dado acústico e o dado articulatório e por essa razão, adicionalmente, prevê que F1 é o correlato acústico de altura da mandíbula (quanto mais alta a mandíbula, menor o valor de F1), e que F2 é o correlato acústico do movimento ântero-posterior do dorso da língua (quanto mais frontalizado o dorso da língua, maior o valor de F2). Se as africadas, a lateral palatal e a nasal palatal são realizadas na região do palato, então F2 com valores de frequência superiores a 1500 Hz deve ser comum a essas classes de consoantes e como a Teoria Acústica de Produção da Fala prevê que F2 seja correlato acústico da frontalização do dorso da língua, quando temos F2 alto, temos sons frontalizados e esse fato une todos os sons da fala produzidos na região palatal, sejam eles vogais ou consoantes. A fim de verificarmos a hipótese do estudo, realizamos análises acústicas das ocorrências das africadas, da lateral palatal e da nasal palatal obtidas dos dados de fala de um banco de dados aberto da PUC-RS, constituído por entrevistas de oito informantes adultos do sexo masculino, com idades entre 26 e 44 anos. Para as análises consideramos os valores de frequência dos dois primeiros formantes (F1 e F2) e o parâmetro F2-F1 (diferença entre F2 e F1) (SPROAT & FUJIMURA, 1993; RECASENS, 1996, 2012; FURTADO, 2016). Em relação ao parâmetro F2, as africadas apresentaram valores médios de F2 considerados altos e em relação ao parâmetro F2-F1 valores condizentes com uma realização mais frontalizada e mais elevada. A lateral palatal apresentou valores médios de F2 referentes a um som intermediário entre a lateral alveolar e a palatal, a lateral palatalizada, com valores médios de F2 considerados altos e em relação ao parâmetro F2-F1, os resultados confirmaram que temos uma lateral palatalizada com uma realização um pouco menos frontalizada, porém, elevada. Em relação à nasal palatal, encontramos apenas uma ocorrência nos dados do corpus, não possibilitando as análises. No caso das africadas e da lateral palatalizada, confirmamos que temos o F2 alto como correlato acústico da palatalização, porém, não conseguimos verificar se o F2 alto pode ser considerado o correlato acústico da palatalização para a nasal palatal.Abstract: Our goal with this study was to perform an acoustic analysis of speech data, based on the theoretical premises of the Acoustic Theory of Speech Production (FANT, 1960; KENT and READ, 1992), in order to verify if the high F2 is the acoustic correlate of palatalization in different consonant categories of Brazilian Portuguese, namely alveolar occlusives that produce affricates, the alveolar nasal that produces the palatal nasal sound, and the alveolar lateral that produces the palatal lateral sound. When Fant shows the Acoustic Theory of Speech Production, he states that saying that 'F1 is low' implies its frequency is lower than 500 Hz, and saying that 'F2 is high' implies its frequency is higher than 1500 Hz. In addition, Fant predicts a strong connection between the acoustic and articulatory data, and, because of that, F1 is the jaw height acoustic correlate (the higher the jaw, the lower the F1 value), and that F2 is the acoustic correlate of the anterior-posterior movement of the tongue body (the more frontalized the tongue body, the higher the F2 value). The affricates, palatal lateral, and palatal nasal are produced in the palatal area. Therefore, F2 frequency values higher than 1500 Hz must be common to these consonants. In addition, the Acoustic Theory of Speech Production implies that F2 is the acoustic correlate of the frontalization of the tongue body. When we have a high F2 value, we have frontalized sounds, and this fact connects all the sounds of speech that are produced in the palatal area, whether they are vowels or consonants. In order to verify our hypothesis, we performed acoustic analyses for the occurrences of affricates, palatal lateral, and palatal nasal of speech data obtained from an open database from PUC-RS. This database was composed of interviews with eight male adults, between 26 and 44 years old. For the analyses, we considered the frequency values of the two first formants (F1 and F2) and the parameter F2-F1 (difference between F2 and F1) (SPROAT & FUJIMURA, 1993; RECASENS, 1996, 2012; FURTADO, 2016). Regarding the F2 parameter, the affricates presented average F2 values considered high, and regarding the F2-F1 parameter, the affricates were compatible with a more frontalized and higher production. The palatal lateral showed average F2 values that corresponded to an intermediate sound between the alveolar and palatal lateral; the palatalized lateral presented average values considered high. With respect to the F2-F1 parameter, the results confirmed the production of a palatalized lateral that is less frontalized; however, it is high. Concerning the palatal nasal, we found only one occurrence in the corpus data, which did not allow us to analyze it. As for the affricates and the palatalized lateral, we confirmed a high F2 value as the acoustic correlate of the palatalization; however, we could not verify if the high F2 value could be considered an acoustic correlate of palatalization for the palatal nasal.1 recurso online : PDF.application/pdfFonetica acusticaFonetica - AnáliseLingua portuguesa - Portugues faladoFalaLetrasElevação da frequência de F2 como correlato acústico da palatalização de consoantes na fala de indivíduos naturais de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - LIZIANE DE CHRISTAN.pdfapplication/pdf4028063https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/77983/1/R%20-%20D%20-%20LIZIANE%20DE%20CHRISTAN.pdf3fe1a59c924944661bf260a04c76b69bMD51open access1884/779832022-08-22 08:40:15.175open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/77983Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-08-22T11:40:15Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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