Ação do precursor da melanina, o ácido 5,6-Dihidroxi-Indol-2-Carboxílico, no dano à 2'Desoxiguanosina e ao Dna Plasmidial na presença de espécies reativas de oxigênio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pellosi, Maria Carolina
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/31695
Resumo: Resumo: Eumelanina é um polímero heterogêneo composto por unidades monoméricas de três catecóis indólicos. O ácido 5,6-dihidroxi-indol-2-carboxílico (DHICA), o dihidroxiindol (DHI) e a dopaquinona, sendo o primeiro o mais abundante. Esses intermediários melanogênicos podem escapar da síntese de eumelanina, nos melanossomos e serem encontrados na urina, podendo ser utilizados como marcadores bioquímicos da função normal e patológica dos melanócitos. Nos últimos anos, tem-se descoberto novos papéis para a melanina da pele e os seus precursores. Foi verificado que o DHICA, pode provocar quebra de fita simples em DNA plasmidial, quando sob radiação ultravioleta B (UVB, 313 nm) e em DNA de células de queratinócitos humanos, quando sob radiação ultravioleta A (UVA, 340- 400 nm). Interessantemente, radiação ultravioleta (UV) promove o aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) no ambiente celular, sendo o oxigênio molecular singlete (1O2), uma das espécies formadas, principalmente sob ação da radiação UVA. Por sua vez, ROS estão diretamente envolvidas no mecanismo de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas e também na carcinogênese. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o papel do precursor de eumelanina, DHICA, no dano ao DNA plasmidial pela ação do 1O2. A fim de verificar a influência deste precursor na atividade da enzima Fpg, realizou-se a pré-oxidação do plasmídeo com 1O2 e avaliou-se a capacidade da enzima de reconhecer os sítios lesionados na presença e ausência de DHICA. Além disso, foi utilizado o nucleosídeo livre, 2'-desoxiguanosina (dGuo) para avaliar se o precursor poderia interferir na formação dos principais produtos de oxidação da dGuo pelo 1O2 e "OH, que são a 8-oxo-7,8-dihidro-2'-desoxiguanosina (8-oxodGuo) e espiroimidantoína (dSp) para o 1O2 e 8-oxodGuo e formamidopirimidina-2'-desoxiguanosina (Fapy-dG) para o "OH. Foi observado que o DHICA sozinho pode provocar danos ao DNA plasmidial, promovendo o aumento de quebra de fita simples do mesmo em cerca de 4 vezes e, quando pré-oxidado pelo 1O2, o precursor perde essa capacidade nociva. Verificou-se também que o DHICA pode interagir com o DNA, o que afetou a ação da enzima Fpg, diminuindo cerca de 50% sua capacidade de reconhecimento de lesões. Quanto aos resultados obtidos com a dGuo, verificou-se que o DHICA interfere na formação dos produtos de oxidação da mesma. Quando a dGuo é oxidada pelo 1O2 na presença de DHICA, ocorre acúmulo de 8-oxodGuo, onde sua concentração é cerca de 4 vezes maior do que na ausência do precursor, o que mostra que o DHICA estaria provavelmente impedindo a re-oxidação da 8-oxoG à dSp. Já quando a dGuo é oxidada pelo "OH na presença do DHICA, o resultado é o inverso. Na presença do precursor, a concentração de 8-oxodGuo formada foi cerca de 1,5 vezes menor do que na sua ausência. Esses dados sugerem que o DHICA possa estar promovendo o deslocamento da reação para formação de Fapy-dG ou inibindo a formação do "OH pela reação de Fenton. De modo geral, os dados obtidos permitem evidenciar o papel importante desse precursor da melanina em relação aos danos no DNA e sua implicação sobre o sistema de reparo.
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